segunda-feira, fevereiro 17, 2025

ALEMANHA - MERKEL CONFESSOU QUE «ADIOU» ENTRADA DA UCRÂNIA NA OTAN PORQUE TEVE MEDO DA RÚSSIA...

A seguinte notícia, cujo texto está a itálico, é de Novembro do ano passado, mas merece ficar aqui registada:

A antiga chanceler alemã Angela Merkel justificou os seus esforços para atrasar a candidatura da Ucrânia à OTAN durante o seu mandato, invocando o receio de que a Rússia pudesse retaliar, de acordo com excertos do seu próximo livro de memórias, agora publicados pelo semanário alemão Die Zeit.
Merkel, que ocupou o cargo de chanceler alemã durante 16 anos, detalhou a sua hesitação em apoiar o Plano de Acção para a Adesão da Ucrânia à NATO numa cimeira importante em Bucareste, em 2008, onde esse processo acabou por ser suspenso.
No seu livro de memórias, Merkel afirma que o desejo da Ucrânia de aderir à OTAN deve ser equilibrado com as preocupações de segurança da aliança militar no seu todo. Merkel escreveu sobre a sua preocupação relativamente aos laços da Ucrânia com a Rússia, especialmente com a Frota do Mar Negro da Rússia, baseada na península ucraniana da Crimeia, que Moscovo anexou ilegalmente em 2014.
Merkel disse que achava uma “ilusão” que o estatuto de detentor de um Plano de Acção para a Adesão à OTAN pudesse proteger a Ucrânia do presidente russo, Vladimir Putin, ou que tivesse actuado como elemento dissuasor para Putin, que descreveu como sendo alguém “sempre pronto a distribuir punições” e desinteressado em construir “estruturas democráticas”.
Merkel afirmou ainda que, na altura, apenas uma minoria dos Ucranianos apoiava a adesão à NATO, antes de concluir que estava “convencida” de que não poderia concordar com a adesão da Ucrânia à aliança militar.
No entanto, a líder alemã afirmou que não oferecer à Ucrânia um Plano de Acção claro para a adesão à OTAN teve custos para as aspirações do país e que uma promessa mais ampla de adesão futura, feita na cimeira de 2008, foi uma provocação para Putin. Merkel escreveu que a promessa foi entendida como uma “declaração de guerra” pelo líder russo, que lhe terá dito noutro contexto: “Não serás chanceler para sempre. E depois eles (Ucrânia e Geórgia) vão tornar-se membros da NATO. E eu quero evitar isso.”
Putin, que lançou uma invasão em grande escala da Ucrânia em 2022, justificou repetidamente a sua guerra como uma resposta à expansão da OTAN ao longo da fronteira da Rússia.
Embora na cimeira de 2008 tenha sido tecnicamente prometida à Ucrânia uma futura adesão à OTAN, não foi definido um caminho claro para a sua concretização. Após a invasão em grande escala da Rússia, a Ucrânia reiterou o seu pedido de adesão à OTAN em Setembro de 2022. A aliança afirmou que o caminho de Kyiv nesse sentido é irreversível, mas não definiu um calendário para a sua adesão.
Por outro lado, Merkel tem sido criticada em Kyiv pela abordagem da Alemanha em relação à Rússia durante o seu mandato, nomeadamente pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy. Este acusou Berlim de ser demasiado amigável com Moscovo, em especial no que se refere à sua dependência do gás russo barato.
A antiga líder alemã, que se retirou da vida pública desde que deixou o cargo, disse numa entrevista em 2022 que “não pediria desculpa” pelas políticas da Alemanha em relação à Ucrânia e à Rússia durante o seu mandato.
No seu livro de memórias, Merkel também revelou como pediu conselhos ao Papa Francisco sobre como gerir as negociações sobre o acordo climático de Paris com Donald Trump depois de este ter sido eleito presidente dos EUA em 2017.
Merkel escreveu que perguntou indirectamente ao Papa Francisco, durante uma audiência privada, sobre qual seria a melhor forma de lidar com Trump, que na altura ameaçava retirar os EUA do acordo: “Dobre-se, dobre-se, dobre-se, mas tenha cuidado para não se quebrar”, disse ele a Merkel, de acordo com o relato da própria. Merkel escreveu que gostou da analogia e decidiu usá-la durante uma reunião do G20 em Hamburgo.
Reflectindo sobre uma reunião com Trump na Casa Branca em Março de 2017, Merkel disse que Trump “avaliou tudo da perspectiva do empresário imobiliário que ele tinha sido antes da política”. Trump falava a um “nível emocional” - enquanto ela se descrevia como “factual” -, parecendo ainda fascinado por Putin e outros líderes autoritários, contou Merkel.
A antiga chanceler alemã referiu ainda que Trump a criticou repetidamente e à Alemanha durante a sua campanha eleitoral e que ignorou os seus pedidos subtis para um segundo aperto de mão em frente aos jornalistas durante a visita à Casa Branca em 2017 - uma viagem que ela tinha planeado “meticulosamente”.
“Uma solução para os problemas levantados não parecia ser o seu objectivo”, apontou Merkel, referindo-se às queixas de Trump de que a Alemanha estaria envolvida em práticas comerciais injustas e gastava muito pouco no sector da defesa. No entanto, Merkel admitiu que a incapacidade da Alemanha para atingir os objectivos de despesa com a defesa da OTAN, estabelecidos numa cimeira em 2014, foi um “ponto fraco” para Berlim.
O livro de Merkel, intitulado “Freedom: Memórias 1954 - 2021”, será lançado a 26 de Novembro.
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Fonte: https://www.themoscowtimes.com/2014/11/21/russias-igor-strelkov-i-am-responsible-for-war-in-eastern-ukraine-a41598

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Assim se confirma como foi por pura tibieza que a Europa não soube adoptar a tempo uma medida óbvia que eventualmente teria salvo uma Nação europeia soberana contra um império euro-asiático, poupando assim mais de um milhão de vidas europeias.
Já dizia Flávio Vegécio no século IV - «si vis pacem, para bellum». Se queres a paz, prepara a guerra. Todos os cuidados são poucos para fortalecer as defesas militares das Nações e, neste caso, de todo um mundo euro-atlântico, o Ocidente, branco e democrático. Este é um dia tão bom como outro qualquer para pensar nisso, ou melhor até do que a maioria dos outros, que é no calendário romano data de uma celebração de Quirino, a Quirinália, que foi descrito por alguém como «um Marte tranquilo», ou seja, um Deus bélico mas pacífico...

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Penso que se tivessem feito antes Putin iria invadir na mesma pois para ele ucrania nunca poderia entrar para nato. Ele queria segurança de que nato nao estaria perto da fronteira.

Era deixar tudo quieto mas a maquina militar americana queria guerra e tratou de por biden a falar da ucrania entrar pa nato e pronto teve a sua guerra.

Se nao fosse isso muito provavelmente putin nao invadiria.

18 de fevereiro de 2025 às 02:15:00 WET  
Blogger Caturo said...

Duvido que Putin tivesse lata de invadir a Ucrânia em 2008, ainda era muito cedo para isso, um bully não se atira assim de cabeça, mede o terreno antes disso. Estava a fazê-lo, claro, mas mais devagar - foi esticando a corda para ver até onde podia abusar. Invadiu a Crimeia muito antes de Biden ser presidente. Enquanto isso, as milícias russas no leste ucraniano trabalhavam para a guerra, como este gajo disse em artigo publicado em 2014, ele é que o diz, um líder de milícia russa, um Strelkov, a gabar-se de ter começado a guerra: https://gladio.blogspot.com/2023/11/quando-um-lider-militar-separatista.html

Putin não teria descaramento de atacar assim um país da OTAN, tal como ainda não atacou nenhum dos Estados Bálticos, e atenção que estes estão bem mais próximos de Moscovo do que todo e qualquer território ucraniano. Seria aliás adequado colocar mísseis hiper-sónicos na Estónia, ou na Finlândia, a um minuto de Moscovo, para o ex-KGB ver que o seu coiro estaria tão mortalmente ameaçado como o de qualquer cidadão ocidental.

18 de fevereiro de 2025 às 06:18:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

oeste ex branco e sob ditadura woke

18 de fevereiro de 2025 às 06:54:00 WET  

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