PAQUISTANÊS EM TRIBUNAL POR VIOLAR UMA MULHER
O 25 de Abril de 1974 distanciou Portugal do terceiro-mundo ao torná-lo democrático e ao cortar-lhe ligação directa com África, mas novos tentáculos terceiro-mundistas chegam a território luso por via da iminvasão, que é, ironicamente, promovida por alguns dos que mais guincham em nome da revolução abrileira, o que constitui caricato indicador de como os grupos políticos são muito mais gregariamente dependentes de emoções circunstanciais e grupais do que dos ideais que dizem defender...
posted by Caturo at quarta-feira, abril 17, 2024
2 Comments:
A propósito do 25 de Abril, viste a sondagem feita pelo ISCTE que saiu ontem? https://www.dn.pt/629108880/65-elegem-o-25-de-abril-como-a-data-mais-importante-da-historia-de-portugal/
Até sou pró-25 de Abril, mas considerá-lo mais importante que a fundação da pátria em 1143, o fim da Reconquista, a descoberta do caminho marítimo para a Índia ou a restauração da independência? O que achas disto?
Tenho cá as minhas dúvidas... por coincidência ou não, essa sondagem surge poucos dias depois de uma outra que dizia que uma grande quantidade de portugueses quereria um líder forte «sem ter de se preocupar com eleições» e isto assustou visivelmente a elite, como se lê na notícia do Expresso. As elites costumam precisar de convencer o povo de que o povo pensa assim ou pensa assado, a ver se persuadem os indivíduos que constituem o povo a deixar de pensar «erradamente», como quem diz: «olha que o resto da população não pensa como tu, deixa-te lá de pensar assim...»
Digo isto sendo eu contra a ditadura e a favor do 25 de Abril, simplesmente topo certos modus operandi desde há muito.
Quanto à real importância das datas, é claro que o 5 de Outubro de 1143 é mais importante; o 27 de Março de 1249, ou tomada de Faro e culminar da Reconquista, ainda o é mais; a descoberta do caminho marítimo para a Índia parece-me bem menos relevante que o 25 de Abril, a restauração da independência parece-me mais relevante que o 25 de Abril, em terceiro lugar a seguir às de 1249 e de 1143...
Interessa, neste caso, entender o contexto social em que os elementos históricos são escolhidos nas sondagens. Quando há uns anos Salazar foi votado como o maior português de sempre, eu próprio nele votei, quer porque a comunagem se reuniu em torno da figura de Álvaro Cunhal para ter o desplante de o eleger, quer porque me irritou a arrogância elitista de uns historiadores reunidos em programa televisivo de horário nobre nas vésperas da segunda votação para dar uma lição de moral ao «povinho» - irritou-me, tal como irritou se calhar a maioria dos demais portugueses... de resto, muito mais facilmente votaria eu, tal como a maioria dos Portugueses, no D. Afonso Henriques, por exemplo, do que em qualquer outra figura da história pátria, isto parece-me óbvio.
Enviar um comentário
<< Home