NEERLÂNDIA - UNIVERSIDADE «ADIA» PALESTRAS SOBRE O HOLOCAUSTO PARA «FACILITAR UM DIÁLOGO DIVERSIFICADO»
A Universidade de Ciências Aplicadas de Utrecht está a adiar uma série de palestras sobre o Holocausto, causando alvoroço na Holanda.
O momento do anúncio só piorou a situação: o Dia em Memória do Holocausto, a comemoração anual para homenagear as vítimas do genocídio que ceifou a vida de cerca de seis milhões de judeus.
A série de palestras em oito partes, em colaboração com o Centro de Informação e Documentação sobre Israel (CIDI), deveria começar a 7 de Fevereiro e tem como objectivo combater um “crescente anti-semitismo na sociedade holandesa”.
Um porta-voz explicou ao De Telegraaf que a universidade queria “facilitar um diálogo diversificado e equilibrado em torno desta questão” e que, para isso, “precisaria de mais tempo para colocar os acontecimentos de 7 de Outubro [quando militantes do Hamas massacraram mais de 1200 civis e soldados em Israel] e além, numa perspectiva mais ampla, com espaço para diversas opiniões e crenças.”
A Universidade de Ciências Aplicadas de Utrecht chegou à sua decisão de forma independente? É acusado de ser influenciado – e até mesmo guiado – pelo grupo activista pró-palestiniano New Neighbors Utrecht, de acordo com De Telegraaf. Na sua página oficial do Instagram, este grupo – embora não mencione qualquer envolvimento directo – apenas observou que “falar abertamente funciona”. Os seus simpatizantes mostraram-se mais entusiasmados: “Uma bela vitória”, “ultrajante que quisessem realizar esta série de palestras” e “Vi que um sobrevivente do Holocausto está a vir como orador. Bizarro”, foram típicas de algumas das reacções.
Anteriormente, o colégio tinha notado que tal discussão era cada vez mais necessária, com os professores alertando que “alguns jovens banalizam, negam ou justificam o Holocausto, muitas vezes com base no complexo conflito israelo-palestiniano”. As percepções da resposta de Israel ao massacre do Hamas a 7 de Outubro apenas “reforçarão estas tendências”, temem.
A universidade rejeitou a acusação de que o New Neighbours Utrecht de alguma forma tenha influenciado a sua decisão final.
Num comunicado publicado a 28 de Janeiro, a universidade disse que, apesar de relatos anteriores infundados de que a série de palestras havia sido sumariamente cancelada, foi simplesmente adiada. O instituto referiu ainda que “a segurança dos oradores, alunos, professores e visitantes não pode ser garantida” caso avance conforme planeado.
O ministro holandês da Justiça e Segurança, Dilan Yesilgöz-Zegerius, do Partido Popular para a Liberdade e a Democracia (VVD), criticou a intenção da universidade de trazer mais “nuances” ao tema: «Seriamente? Um “diálogo diversificado e equilibrado” sobre a perseguição aos Judeus?! Seis milhões de judeus foram assassinados por serem quem são. Seis milhões de vidas foram brutalmente destruídas por causa do puro ódio aos Judeus. Qualquer pessoa que queira trazer nuances a isto precisa de uma lição de história. A lata.»
A palestrante Lotte Bergen, que daria a quinta palestra sobre campos de concentração, suspeita de motivos sinistros. “Parece-me até anti-semita”, disse ela ao De Telegraaf. “Se permitirmos que as lições de história sejam ditadas pelos acontecimentos actuais desta forma, algo está completamente errado. Trata-se de uma série de palestras sobre o Holocausto entre 1933 e 1945, cuja história é mais importante do que nunca ensinar. E então um comité decide: ‘Não vamos fazer isso por enquanto, é muito complicado para nós’”.
O que é ensinado não deve ser determinado por comités administrativos ou grupos de activistas, acrescentou Bergen.
Chanan Hertzberger, presidente do grupo de defesa judaica Central Jewish Consultation, também considerou inaceitável que a série de palestras não prossiga conforme planeado. “É desconcertante que a Hogeschool Utrecht estabeleça tal relação [entre o Holocausto e as acções de Israel após o massacre de 7 de Outubro]. Aqui já não existe uma bússola moral disfuncional. Pelo contrário, parece haver uma mente maliciosa.”
“O facto de a Universidade de Ciências Aplicadas de Utrecht ter feito este anúncio um dia antes do Dia Internacional do Memorial do Holocausto e da comemoração nacional do Holocausto torna esta situação ainda mais dolorosa”, acrescentou, concluindo que era “vergonhoso que o Conselho de Administração da Universidade de Ciências Aplicadas de Utrecht não pode mais ser considerado um dos que estão dispostos a manter viva a memória do Holocausto.”
A universidade parece não reconhecer a gravidade da situação; de acordo com um porta-voz, seria útil ver se “novas perspectivas sociais podem ser incluídas num acompanhamento” – presumivelmente em resposta à campanha “maliciosa” que a faculdade não nomeia, apesar de citar uma ameaça à segurança do pessoal.
https://europeanconservative.com/articles/news/disgraceful-dutch-university-postpones-holocaust-education-lectures/
https://www.jihadwatch.org/2024/02/netherlands-university-postpones-holocaust-lecture-series-to-facilitate-a-diverse-and-balanced-dialogue
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É só mais uma micro-confirmaçãozita do que se tem visto a respeito deste tema desde há décadas - todo o discurso me(r)diático em torno da questão judaica e do holocausto não se deve nem se deveu verdadeiramente à indignação com o crime em si mas sim com a sanha de ódio ao Europeu, porque os Alemães são europeus e é no racismo europeu que incide a atenção dos mais típicos representantes da elite sócio-cultural reinante no Ocidente, ou não fosse o seu credo o do anti-racismo militante. Não é a matança em si que indigna o «bem-pensante» ai-life - o que o indigna, escandaliza, horroriza, é que o Europeu (todo e qualquer europeu) tenha a veleidade de pôr a sua própria estirpe acima de tudo o resto. Se, mercê deste orgulho, o Europeu cometer crimes, tanto melhor para a confirmação da doutrina que o dá como culpado à partida só por existir. Quanto à matança em si, não é a maior das desgraças se não for cometida por europeus... a matança turca dos Arménios não causa comoção em nenhum Ocidente intelectual, a matança dos Tutsis às mãos dos Utis só foi comentada pelos donos da moral porque estes puderam culpar os colonizadores europeus, a actual matança entre negros em várias paragens de África nem sequer atrai atenções, o sequestro e matança de 240 jovens num concerto em Israel não arrancou ais de lamento e raiva nas folhas impressas das elites ocidentais... De facto, se a matança não for cometida por europeus, pode o representante da elite lançar mão do seu extenso argumentário relativista para a contornar, abafar, «compreendê-la no seu contexto», aliás, agora vai uma expressão muito cara a tal elite, «compreender as causas profundas», que é código em idioma esquerdês para dar as voltas que forem precisas até conseguir culpar o Europeu, esta é a meta de todo o seu raciocínio, porque se trata aqui de toda uma capacidade racional ao serviço de um desidério emocional, o de fazer mea culpa diante do Amado Outro, em total etno-masoquismo, leucofobia, oicofobia, endofobia, eurofobia, misoeuria ou ódio ao Europeu... Não há aqui qualquer exagero. Jamais poderei esquecer o completo à vontade e a total justiceira convicção com que uma porta-voz do BE começou, em certa ocasião, a falar da perseguição aos homossexuais na Chechénia para depois canalizar o discurso em direcção ao Trump. Sucintamente, o percurso do discurso foi este: a perseguição cometida por Khadirov teve o apoio tácito de Putin, alegadamente amigo e aliado de Trump. Já está. Foi tipo bilhar - tacada numa bola para atingir outra para por sua vez atingir outra. Sim, foi exactamente isto: a partir de um breve comentário a respeito da violência sistematizada, estatal, cometida por muçulmanos contra gays num país da Ásia Central, esta espécie de gente cometeu a proeza, a implausível acrobacia, a inverosímil pirueta argumentativa de ir bater no gordo loiro do outro lado do Atlântico. É obra. É real. É ódio. E porquê? Porque, para a elite cultural, tanto o muçulmano como o gay são ambos para proteger, logo, não despertam agressividade; o acto da perseguição em si pode causar relativa indignação, mas o seu autor, nem por isso; nesse caso, é necessário arranjar maneira de, dê lá por onde der, ligar o acto indigno ao verdadeiro alvo de todo o «bom» ódio, que é o homem-branco-cis-hetero-europeu-racista, cristalizado em Trump desde que este cometeu o pecado capital de declarar a intenção de travar a imigração oriunda do Amado Outro, que foi como se na Idade Média alguém tivesse querido construir uma cúpula de ferro sobre uma cidade para não deixar os anjos chegar ao povo... um projecto absolutamente diabólico...
Em suma - se não for possível culpar europeus pelo silenciamento a respeito do holocausto, provavelmente não haverá nos grandessíssimos mé(r)dias ocidentais especial «indignação» - palavra que a elite gosta de usar para evocar a ideia de que a fonte é digna e se afasta da indignidade, em vez de pura e simplesmente dizer ódio, que tem conotação negativa...
5 Comments:
Neerlândia - que atentado contra a língua portuguesa.
Não, não é atentado, é neologismo. Oficialmente, o país já não tem o nome de «Holanda» mas sim de «Países Baixos». Ora «Países Baixos» é pouco prático; e, atendendo a que o nome na língua do país é «Nederland», e que os autóctones por vezes o pronunciam quase sem que se lhe oiça o «d», é aceitável que surja em Português a palavra «Neerlândia», onde se fala o Neerlandês:
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_neerlandesa
Quando muito, poderá também dizer-se Nederlândia, para se ser mais fiel à pronúncia oficial neerlandesa...
Outros exemplos de palavras em Português formadas desta maneira são «Irlanda» (de «Ireland», aliás, «Eire land», daí que em Português também se chame «Eire» ao país), «Islândia» (de «Island»), «Gronelândia» (de «Grønland») e, já agora, «Holanda», que vem de «Holland»; se se quiser falar um Português mais estrito à maneira antiga, traduzindo integralmente o topónimo em causa como se fez com «England» que deu em Português «Inglaterra» (literalmente, «Terra dos Inglos ou Anglos»), então ter-se-á
«Eireterra», ou simplesmente «Eire»,
«Geloterra» («Island»),
«Verdeterra» («Grønland»)
«Madeiraterra» («Holland», de «holt lant»)
e, já agora, que soava até melhor,
«Teutaterra» (Deutschland), à qual chamamos «Alemanha» por influência francesa («Allemagne», porque os Alamanos eram os germanos mais próximos dos Francos), coisas da vida...
Lá pelo país insistir que agora é Netherlands, nós não somos obrigados essa nomenclatura.
Pois, por essa lógica ainda iremos chamar Deutschlândia à Alemanha.
*a seguir
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