DEMOCRACIA, NASCIDA SOB A ÉGIDE DA DEUSA DO MÊS DE ABRIL
Afrodite Pandemos sobre um bode, L. Sèchan, art. Venus, in C. Daremberg - E. Saglio (edd.), Le Dictionnaire des Antiquités Grecques et Romaines, V.1, Parijs, 1919 |
Afrodite Pandemos é «Afrodite de toda a gente». Considerada por Platão como «Deusa dos amores vulgares, carnais» - por oposição a Afrodite Urânia, Deusa de um amor celestial - Afrodite Pandemos, representada montando um bode, veio também a simbolizar a união de toda a população de um país num só corpo político e social. Neste sentido, foi adorada em Atenas juntamente com Peitro, Deusa da Persuasão.
A este culto está ligado o surgimento ou pelo menos desenvolvimento da Democracia. Conta-se que foi Solon, grande democratizador, que erigiu um templo em honra desta Deusa, ou porque a imagem da Divindade estava sobre a Ágora - assembleia de discussão pública - ou porque o custo deste empreendimento foi pago pelas hetairas, espécie de prostitutas.
De acordo com Harpocration, citando Apolodoro, Afrodite Pandemos tem origem remota: «o título Pandemos foi dado à Deusa estabelecida no bairro da Antiga Ágora porque todo o Demos (povo) aí se reunia nas suas assembleias a que chamam agorai.»
É um belo sinal que em Portugal o «mês da Liberdade» seja Abril, consagrado, na tradição romana, a Vénus, equivalente latina de Afrodite...
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