NADA DE NOVO NO MUNDO DO LUSOTROPICALISMO
O programa da Ludopédia de anteontem à noite, este https://www.rtp.pt/programa/tv/p41199/e7?fbclid=IwAR1pKO_mAdMan1VxcP5kV5A831YPS5vCm4KAdxBE_-H0dMgtG4o5tGxi2FY, revelou-se particularmente instrutivo. Confirmou o que já se sabia - que o lusotropicalismo estava realmente a ser efectivo na política do Estado Novo. Era preciso mostrar ao mundo que as colónias de Portugal em África afinal não eram colónias mas sim províncias ultramarinas e que era tudo Portugal... Até a «naturalização» de um brasileiro se fez nessa altura para que jogasse na selecção, selecção esta que só tinha dois portugueses nascidos em solo europeu, o resto era pessoal de Moçambique - incluindo Eusébio - e Angola. Uma selecção tão boa que venceu o Luxemburgo por 6 a 0 mas depois perdeu com o mesmo país por 4 a 2, e a seguir foi tão boa que esteve quase a ganhar à Inglaterra mas afinal perdeu por 2 a 0. Como resultado, não conseguiu sequer ir ao Mundial de 1962. Por essa altura já a guerra colonial tinha começado, com as consequências que se conhecem - milhares de mortos numa terra que acabou por se tornar independente. Em ambos os campos, o político-desportivo e o político-militar, a ligação a África era em tudo negativa. Milhares de jovens portugueses morreram ou ficaram estropiados porque quem mandava cá no burgo marrou que era preciso ter muito território, mandar em terra alheia e até incluir negros na sua Portugalidade. Obscenidade em cima de obscenidade. O 25 de Abril de 1974, uma das melhores datas portuguesas do século XX, permitiu romper momentaneamente com esse rol de desgraças, mas já foi tarde, porque o veneno lusotropicalista já estava disseminado nas veias das fileiras patrióticas, pelo que quem nelas mandava não quis de forma alguma aproveitar a oportunidade para constituir uma alternativa democrática e verdadeiramente nacionalista de modo a defender o único Portugal real, o da Europa. Não fosse o País ter entrado para a UE e hoje estava já feito um Brasil ou um Cabo Verde em solo europeu...
1 Comments:
Como se a ue nao tivesse agenda kalergiana paris londres bruxelas lisboa tudo invadidas
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