ITÁLIA - SALVINI, EM RISCO DE PRISÃO, NÃO DEIXA DE APELAR A QUE O GOVERNO NÃO DEIXE ENTRAR IMIGRANTES

O chefe da Liga Italiana, Matteo Salvini, pediu ao governo italiano que não permitisse que imigrantes desembarcassem em Itália. Centenas de imigrantes foram resgatados no Mediterrâneo por navios de ONGs no fim de semana.

De acordo com Salvini, a chegada ilegal de imigrantes no Mediterrâneo deve ser interrompida até ao final de Agosto. Ele é muito crítico em relação à actual ministra do Interior, Luciana Lamorgese, que o substituiu há dois anos à frente do ministério.

No fim de semana, os navios de ONGs ajudaram várias embarcações de imigrantes e levaram mais de 700 imigrantes a bordo. O navio Ocean Viking da ONG francesa SOS Méditerranée tem cerca de 550 imigrantes. Outras pessoas foram recolhidas por navios das organizações alemãs Sea Watch e ResQship.

“Exijo que a chegada desses imigrantes seja interrompida”, disse Salvini. Segundo ele, as autoridades não deveriam permitir que os navios atracassem nos portos italianos. Também disse que enviou uma carta ao primeiro-ministro Mario Draghi pedindo ao ministro do interior que resolva a chegada ilegal de imigrantes até o final de Agosto.

“Se o ministro não for capaz de fazer isso, deixe o primeiro-ministro tirar as suas próprias conclusões”, disse ele, acrescentando que era difícil para a Liga apoiar uma política de imigração do governo que “vaza como uma peneira”.

Salvini será julgado por sua abordagem em relação à imigração.

Salvini está a enfrentar julgamento pela abordagem dura que tomou há dois anos como ministro do Interior contra os navios que resgatam imigrantes no Mediterrâneo. Bloqueou os seus desembarques por vários dias, mesmo no caso de navios militares italianos. Será julgado por restrição de liberdade pessoal e enfrenta pena de prisão. Noutro caso semelhante, no entanto, o juiz decidiu adiar o caso de Salvini.

De acordo com o Ministério do Interior, 28.500 imigrantes chegaram à Itália via Mediterrâneo desde o início do ano. Isto é o dobro do mesmo período do ano passado. No entanto, estes números são várias vezes menores do que no período de 2014 a 2016, quando a onda de imigração do Norte de África atingiu o pico. O aumento foi possível devido ao melhor clima que prevalece na região desde o início de Maio, bem como a uma situação epidémica mais favorável.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) apontou que mais de 1.100 imigrantes morreram no Mediterrâneo no primeiro semestre deste ano, o que também é mais do que no ano passado. Mais de 900 mortes foram registadas na parte do Mediterrâneo entre a Líbia, Tunísia, Itália e Malta.

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Fonte: https://rmx.news/italy/dont-let-migrants-into-the-country-salvini-calls-on-the-government/