segunda-feira, outubro 19, 2020

ITÁLIA - LÍDER NACIONALISTA ARRISCA QUINZE ANOS DE PRISÃO POR DEFENDER A PÁTRIA

"O meu único remorso em relação a esta situação é que terei de explicar aos meus dois filhos que o pai deles vai a julgamento não porque é um criminoso, mas porque defendeu o seu país", salientou Matteo Salvini em razão de o Parlamento da Itália ter retirado a sua imunidade para abrir o caminho para que possa ser levado às barras do tribunal.

Durante anos, a classe política italiana, detentora do poder, adoptou uma política de capitulação em relação à enxurrada de imigrantes ilegais, que via de regra é organizada por quadrilhas de traficantes. A Europa nunca deu uma mãozinha à Itália. Agora, essas "elites": políticos, formadores de opinião, jornalistas, decidiram jogar Salvini nas mãos dos juízes por ele ter feito o que eles não tiveram coragem de fazer, ou seja, defender as fronteiras de Itália.

Agora Salvini poderá apanhar até 15 anos de prisão pelo crime de "sequestro". A acusação contra Salvini remonta a 2019 quando, na qualidade de ministro do Interior de Itália, impediu que imigrantes ilegais desembarcassem de um navio da guarda costeira que havia resgatado os imigrantes do mar cinco dias antes. Salvini declarou que estava a defender  o seu país e que faria tudo de novo. "Vou com a consciência limpa, com o orgulho de saber que defendi a honra de Itália", escreveu ele no Facebook.

Como ministro do interior, Salvini foi duro com os imigrantes. Fechou os portos italianos a navios de resgate e aprovou uma lei que permitia que os navios que transportassem imigrantes fossem confiscados e multados.

A 26 de Julho de 2019, Salvini defendeu a interrupção do desembarque de imigrantes que estavam a bordo do Gregoretti, quando a embarcação estava a chegar à costa leste da Sicília. "Dei instruções para que nenhum porto seja designado para o desembarque até que haja um documento de redistribuição por toda a Europa de todos os 140 imigrantes a bordo", ressaltou. Imediatamente após o desembarque, poucos países europeus concordaram em aceitar os imigrantes, um promotor público abriu um processo contra Salvini por sequestro.

"A espera para o desembarque era necessária para que fosse acertada a redistribuição dos imigrantes em outros países europeus, com o total envolvimento do governo italiano", conforme Salvini justificou posteriormente. Nessa época, Itália precisava desesperadamente de um acordo para a redistribuição de imigrantes na Europa. Até então, a Europa não tinha apresentado a Itália a mínima ajuda. Salvini percebeu, conforme salientou o primeiro-ministro albanês Edi Rama, que "Itália foi abandonada à própria sorte pela Europa na questão dos imigrantes".

Embora possa soar melodramático, o que está em jogo, segundo Salvini, é, sem meias-palavras, a sobrevivência de Itália tal como a conhecemos. De acordo com um estudo realizado pelo Machiavelli Center, se a actual tendência continuar, em 2065 os imigrantes de primeira e segunda geração excederão 22 milhões de pessoas ou seja: mais de 40% da população total de Itália, cuja taxa de natalidade entrou em "queda-livre".

Esta é a primeira vez que um tribunal de justiça da Europa é provocado para julgar um ministro, cuja função é ser responsável pela segurança de um país por manter imigrantes num porto enquanto se aguarda uma redistribuição dos recém-chegados na Europa.

Parece que há uma premissa segundo a qual dezenas de milhares de pessoas podem ir da Líbia para a Itália em barcos sem controle, sem nenhuma restrição e sem que um país possa exercer o seu direito de se defender de um épico tsunami migratório.

Ao fechar as fronteiras, multar as ONGs e dificultar o acesso à costa italiana, Salvini conseguiu reduzir o número de chegadas a Itália, tragicamente, às vezes à custa de mortes de imigrantes no Mediterrâneo. Desde quando virou obrigação dos países de ajudar a indústria do ilegal Tráfico de Pessoas e Contrabando de Imigrantes?

Quando a Itália adoptou as políticas de imigração de Salvini em 2018, o número de chegadas de imigrantes a Itália despencou drasticamente. O número de chegadas passou de 119.369 em 2017 para 23.370 em 2018, uma queda de 80%, de acordo com as Nações Unidas.

No ano passado, porém, após a saída de Salvini, o número de imigrantes triplicou. Segundo o Ministério do Interior, em 2019, quando Salvini era ministro do interior, 7.894 imigrantes chegaram a Itália. Agora, apenas nos primeiros nove meses de 2020, 24.332 imigrantes desembarcaram e estão passeando livres e desimpedidos por toda a Itália e também pelo restante da Europa.

A Itália recentemente teve de enviar tropas para impedir que imigrantes frustrassem a quarentena do coronavírus. Das "portas fechadas de Salvini "para a anarquia, foi um pulinho.

Após o primeiro dia do julgamento de Salvini, o governo relaxou as medidas do antigo Ministério do Interior que penalizam as ONGs que trazem imigrantes ilegais para terra firme.

Acima de tudo, a Itália está enviando uma mensagem preocupante para a Europa e para o restante do mundo livre: qualquer um que esteja no comando de um país e defenda as fronteiras nacionais e tente impedir a imigração ilegal em massa pode acabar nas barras do tribunal e na prisão. Estamos testemunhando o suicídio de um país e de um continente.

O dantesco desta palhaçada é que a Itália ainda está a mandar embarcações de volta lotadas de imigrantes, então porquê a marosca para que Salvini pague as favas?

Giulio Meotti, Editor Cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.

*

Fonte: https://pt.gatestoneinstitute.org/16650/italia-migrantes-fronteiras


* * *


É só mais uma confirmação da incompatibilidade entre a liberdade democrática e o anti-racismo militante das elites. Está cada vez mais à vista que os mandantes do sistema temem os reais resultados do voto popular e já não têm qualquer pudor em implicitamente admitir que fazem pela secretaria o que não conseguem fazer pela Democracia. No caso italiano, nem sequer teriam qualquer espécie de defesa moral para se oporem a um golpe militar que os levasse a tribunal popular e repusesse a legitimidade democrática.