quarta-feira, agosto 05, 2020

RACISMO E «SISTEMA(S)»

«O racismo só é racismo se for uma discriminação sistémica, ou seja, feita por todo um sistema, de maneira estrutural e constante!!!!», guincham os antirras, para assim poderem deter o monopólio do uso do termo «racista!!!!!» que, na religião deles, é demolidor, porque «racismo!!!» é o pecado capital. 
Quer isto dizer que alteram arbitrariamente o significado da palavra «racismo» para poderem continuar a dizer que só os brancos podem ser racistas («porque o nosso sistema é branco!, foram sempre os brancos que mandaram!, portanto há uma inferiorização sistemática do negro!», decretam, com uma autoridade moral que dão a si mesmos). 
Nada de nada no significado da palavra «racismo» implica forçosamente algo de «sistémico», mas as subtilezas do rigor lógico contam menos diante da emotividade totalitária destes novos inquisidores e histéricos caguinchas, arautos da nova «religião» do anti-racismo, que é algo em permanente funcionamento, de moto contínuo, ad aeternum, alimentando-se a si mesmo, como uma autêntica missão de vida religiosa - a culpa poderá ser atenuada, mas nunca acabará, pelo que o pedido de perdão deverá ser regular - tal e qual como o cristão devoto tem sempre de confessar as suas culpas pelo menos uma vez por semana (no Catolicismo oficial é assim) e depois rezar muito. 
Não é por acaso que o presidente da Alemanha já diz que «não basta não ser racista, é preciso ser anti-racista» - esta é uma das grandes diferenças práticas entre a ditadura simples e o totalitarismo: em ditadura, cada um tem de ficar no seu canto caladinho; em totalitarismo, não se pode ficar caladinho, tem é de se ir com os outros para a rua manifestar o seu apoio ao regime, caso contrário ter-se-ão chatices.
Acresce algo que eventualmente ainda não quiseram perceber, isto na melhor das hipóteses - ora se estão a construir uma sociedade em que os mé(r)dia e as universidades e, enfim, a elite intelectual, determina que só os brancos podem ser racistas, e que os brancos sempre foram racistas, qual é o resultado disso na mente de muitos negros, sobretudo os mais «jovens», para não dizer outra coisa? Não será que se estabelece assim um ódio sistémico, porque baseado numa ideia me(r)diática e academicamente, até politicamente, estabelecida? Já nem por aí podem ter o monopólio da sua ridícula acusação, que, de resto, bem podem meter no fétido e escancarado abismo de onde a tiraram, porque só numa mundivisão invertebradamente universalista é que a rejeição do alógeno pode ser considerada um pecado. A lealdade aos seus, ao sangue de que se faz parte numa corrente tendencialmente intemporal, isto sim, é a ética normal e salutar de todo o Povo que se constitua como organismo vivo e saudável.