quarta-feira, maio 22, 2019

FRANÇA - LE PEN UM PONTO À FRENTE DE MACRON

As sondagens vinham a mostrar a líder de Extrema-Direita e a lista às europeias do Presidente francês empatadas - a tendência está a alterar-se para a vitória de Marine Le Pen, uma das peças da estratégia populista para estas eleições do ex-estratega de Trump, Steve Bannon.
Marine Le Pen e o Presidente francês Emmanuel Macron estão presos num ciclo de repetição eleitoral, após as presidenciais de 2007. A poucos dias das europeias, a vantagem parece estar com a líder da Extrema-Direita: uma sondagem BVA para a Europe 1 revelada esta Mércores diz que a União Nacional está um ponto à frente da lista da República em Marcha de Macron (23%-22%), confirmando a tendência expressa noutro estudo de opinião, divulgado Lues, do Cevipof, Fundação Jean Jaurés e Le Monde (23,5-23%).
Macron empenhou-se pessoalmente nestas eleições. Quer reformar as instituições europeias e dar-lhes novo fôlego, moldando-as ao seu interesse. Em Março, dirigiu uma carta a todos os cidadãos da União Europeia, com o título “Por um Renascimento Europeu” – e, não é coincidência, a lista de eurodeputados que concorre às eleições pelo seu partido e pelo Modem (centrista), chama-se Renascimento.
O Presidente francês quer ter uma palavra muito activa na escolha dos próximos dirigentes das instituições europeias, em especial do próximo presidente da Comissão Europeia, aliando-se a líderes liberais e de Esquerda como o primeiro-ministro português António Costa para formar uma nova aliança progressista no Parlamento Europeu. Há sinais de que Michel Barnier, o francês que foi o negociador-chefe do “Brexit” por parte da UE, pode ser a sua escolha. “É inegável que Barnier é um homem de grandes qualidades”, disse Macron ao jornal belga Le Soir.
Mas se não for o vencedor das eleições no seu próprio país, ainda que por muito pouco, perde poder argumentativo — face ao que se teme que seja um novo grupo de nacionalistas e anti-imigração, com Le Pen e o italiano Matteo Salvini — e sofrerá uma humilhação.
A campanha francesa da lista Renascimento tem então sido uma mobilização contra a União Nacional de Le Pen, cuja lista às europeias é liderada pelo jovem Jean Bardella, um nome desconhecido do grande público até agora. Com o caso da queda em desgraça – e saída da coligação governamental – do Partido da Liberdade (Extrema-Direita) na Áustria, outro elemento desta aliança populista trans-europeia, a proximidade de Le Pen à Rússia (o seu partido contraiu um empréstimo de nove mil milhões de euros a um banco russo – e a admiração por Vladimir Putin (que durante a campanha das presidenciais de 2007 foi recebida pelo Presidente russo no Kremlin) tem sido usada na campanha da lista de Macron.
Le Pen desconversa. “A Macronia em pânico cai num complotismo delirante”, reagiu Le Pen no Twitter. E Bardella apela ao “voto útil” contra o Presidente Macron, com mensagens directas aos que participaram no movimento dos Coletes Amarelos. “Pedimos aos Franceses que nos ajudem a travar a política de Emmanuel Macron”, pede.
Na verdade, estas eleições europeias tornaram-se em grande parte uma disputa entre duas figuras que não se candidatam por qualquer lista e não estão nos boletins de voto: de um lado, o norte-americano Steve Bannon, o ex-director de campanha de Donald Trump transformado em articulador da estratégia de poder da Extrema-Direita europeia, que tem como peças Salvini e Le Pen. Do outro lado está Emmanuel Macron, que é tudo menos observador imparcial destas eleições. Tem muito em jogo, não só para França mas também para construir a sua própria herança política.
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Fonte: https://www.publico.pt/2019/05/22/mundo/noticia/le-pen-macron-mata-tabuleiro-europeu-1873736?fbclid=IwAR1XnCUiu2ZAjiHVl0fPfx5pPk6-RQhQSGdHn5nRgLR2cBDZZ4Z0CN4_2Yk

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É o que eu digo há mais de dez anos - quanto mais os Nacionalistas falam em discurso directo ao povo, mais o povo vota nos Nacionalistas, porque a Democracia constitui aliada potencial, natural e, neste momento, já evidente, do Nacionalismo. O motivo deste potencial é óbvio: sendo o Nacionalismo a versão moderna e sistematizada da pulsão tribal que manda pôr o «Nós» em primeiro lugar, e se não há no seio de um Povo nada mais forte do que o «Nós primeiro», e se a Democracia é a supremacia da vontade popular - então, quanto mais se dá o poder maior à vontade popular, mais se dá o poder maior a uma entidade cujo valor máximo é «Nós em primeiro lugar».
É tragicamente idiota para a Europa que só agora haja nacionalistas a perceber isto.


5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Caturo infelizmente a democracia está a ser adulterada pelas naturalizações, o PS garatiu isso neste mandato, mais do que nunca, e já é tarde, a demografia já não o permite, quer em França, quer na Suécia quer em Portugal

«Apesar de nem todos os pedidos terem recebido ‘luz verde’, também aqui houve um aumento, de 35%, em dois anos, o que significa que em 2018 foi concedida a nacionalidade portuguesa a 135.424 cidadãos.«

Em um ano, 135.424 novos 'portugueses'

https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/pedidos-de-nacionalidade-portuguesa-dispararam-50-brasileiros-lideram-423151

23 de maio de 2019 às 21:27:00 WEST  
Anonymous João Rodrigues said...

§6 diz: "contraiu um empréstimo de nove mil milhões de euros". Ou é fake news propositada ou é incompetência da jornalista analfabeta para quem milhões e mil milhões é tudo a mesma coisa.

23 de maio de 2019 às 22:11:00 WEST  
Blogger Caturo said...

«Caturo infelizmente a democracia está a ser adulterada pelas naturalizações, o PS garatiu isso neste mandato, mais do que nunca, e já é tarde, a demografia já não o permite, quer em França, quer na Suécia quer em Portugal»

Logo se vê. Ainda a procissão vai no adro e os Europeus ainda constituem a esmagadora maioria da população europeia.

24 de maio de 2019 às 00:05:00 WEST  
Anonymous pvnam said...

FN's, VOX's, PNR's ABRAM OS OLHOS: É FÁCIL DEMOLIR OS PARTIDOS DO SISTEMA!
Para isso:
---» Número 1:
- quem deve pagar a ajuda aos mais pobres é a TAXA TOBIM... e não... a degradação das condições de trabalho da mão-de-obra servil.
---» Número 2:
- os «grupos rebeldes» não possuem fábricas de armamento... no entanto, máfias do armamento fornecem-lhes armas... para depois terem acesso a recursos naturais (petróleo, etc) ao desbarato, e para depois deslocarem refugiados para locais aonde existem investimentos interessados em mão-de-obra servil de baixo custo.
Ora em vez de incutirem um sentimento de culpa nos países que se recusam a dar cobertura às negociatas da máfia do armamento (nomeadamente, recusam receber refugiados, ou seja, recusam fornecer mão-de-obra a investimentos ávidos de mão-de-obra servil ao desbarato), os partidos do sistema devem, ISSO SIM, é chamar à responsabilidade aqueles países que estão a fornecer armas aos «grupos rebeldes» (ao daesh e a outros), ou seja, os países aonde a máfia do armamento possui as suas fábricas.
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{nota 1: pululam por aí muitos investidores da mesma laia dos construtores de caravelas: reclamam que os seus investimentos precisam de muita mão-de-obra servil para poderem ser rentabilizados}
{nota 2: ao mesmo tempo que reivindica para si regalias acima da média (trata-se de pessoal que está num patamar acima da mão-de-obra servil), a elite politicamente correcta quer ter ao seu dispor mão-de-obra servil ao desbarato}
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Os partidos do sistema pretendem transformar a vida humana num hino à hipocrisia: urge o separatismo (SEPARATISMO-50-50) desse pessoal.

24 de maio de 2019 às 00:46:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

135 mil novos "portugueses" em um ano. 500 mil em 7 anos.

DESCANSA EM PAZ PORTUGAL
foi bom enquanto durou

1143-2019

RIP

o que vier depois nada será de Português, será um pequeno brasil cheio de adn de indios, africaanos, e um pouco de europeu.

24 de maio de 2019 às 20:12:00 WEST  

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