sexta-feira, janeiro 18, 2019

BATALHA DE PEDROSO, VAGIDO DA NAÇÃO

Condado Portucalense em 1070


Batalha de Pedroso ocorreu a 18 de Janeiro de 1071 perto da freguesia de Mire de Tibães, no concelho de Braga. Nuno Mendes, então conde de Portucale, não conseguiu conter Garcia da Galiza, perdendo a vida e a batalha.
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Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Pedroso



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Em resultado, Garcia II passou a nomear-se «rei de Portugale». Costuma considerar-se D. Afonso Henriques como «o pai da nacionalidade», como se a Nacionalidade pudesse ter um criador em vez de ser aquilo que realmente é, a saber, sangue e língua, e nada disto é criado por um indivíduo... 
A Nacionalidade é bem anterior a D. Afonso Henriques ou então nem sequer existe. Quanto à teoria de que só surge com Aljubarrota, enfim... o erro crasso de que a nacionalidade depende da manifestação de uma consciência colectiva. Bem antes do pai de D. Afonso Henriques ter sequer vindo para a Ibéria, já Nuno Mendes lutava pela independência desta grei do extremo ocidente europeu. Conforme diz a Wikipédia, «A reocupação e possível reconstrução ou fortificação de Portugale verificou-se após a presúria de Vímara Peres, em 868, vivendo, a partir de então, um próspero período da sua história: daí partiu toda a acção de reorganização, bem sucedida, e nalguns casos de repovoamento, para além dos limites da antiga diocese nela sediada, quer ao norte do rio Ave, quer ao sul do rio Douro. Por esta altura, o território designava-se de Terra Portugalense ou Portugalia. Desta forma, o antigo burgo de Portucale deu o nome a um novo Estado ibérico. Paulo Merêa refere a existência de documentos comprovadamente encontrados na província de Ourense, na Galiza, nos quais surge a referência expressa a terras situadas em Portugal, ou seja, ao sul do rio Lima, e que então pertenciam, e vieram ainda a pertencer durante algum tempo, no âmbito da organização eclesiástica de Tui, repovoada durante o reinado de Ordonho I. Apenas dez anos decorridos sobre a reconquista definitiva de Portucale deve ter sido tomada a cidade de Coimbra e erigida em condado independente às mãos de Hermenegildo Guterres em 878; a sua posição de charneira entre os mundos cristão e muçulmano permitiu uma vivência de maior paz no Entre-Douro-e-Minho, se bem que a região era alvo de incursões normandas regulares. As campanhas do Almançor, em finais do século X, porém, fizeram recuar a linha de fronteira de novo até ao Douro e o condado de Coimbra é suprimido. Na segunda metade do século XI, reconstituiu-se ao sul o condado de Coimbra, que incluía ainda as terras de Lamego, Viseu e Feira, sendo entregue ao conde ou alvazil Sesnando Davides, que conquistara definitivamente a cidade em 1064. Este condado viria mais tarde a ser incorporado no Portucalense. (...) 

Na secção de discussão do artigo, pode ler-se esta citação de João Ameal: "Os Suevos já não têm concorrentes. Durante mais de uma centúria sustenta-se o seu reino na parte noroeste da Península. Alarga-se até o Tejo com a capital em Braga (já sede de um bispado desde Diocleciano) e chama-se Reino de Portu-Cale — do nome de dois castros fronteiros nas margens do Douro" (AMEAL, p. 24). 
Isto ter-se-á passado antes do domínio visigótico, ou seja, uns séculos antes da invasão norte-africana. A ser verdade o que conta Ameal, entende-se que a génese da Portugalidade é portanto bem antiga e pode até ter na Antiguidade tardia as suas raízes directas. A Batalha de Pedroso é formalmente falando uma das primeiras batalhas desta entidade do extremo ocidente europeu que hoje se quer ver soberana, algo que o malogrado e heróico Nuno Mendes também quis e que D. Afonso Henriques veio décadas depois dele a alcançar. Uma Nação não é simplesmente um Estado ou um país independente - é, antes de mais nada, povo e língua, sangue e voz, merecendo a soberania mas tendo o mais das vezes de lutar para a conseguir.


3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Portugueses ou "portugueses"? https://www.policiacivil.ce.gov.br/2019/01/18/quase-duas-toneladas-de-haxixe-sao-apreendidas-com-portugueses-no-municipio-de-fortim/

18 de janeiro de 2019 às 22:29:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Mais um revisionista histórico que jura a pés juntos que a expansão islâmica foi uma maravilha que teve por base meros interesses comerciais. Não só iliba os muçulmanos desse tempo das atrocidades que cometeram, como caga de alto a baixo, com um desprezo que só pode ser anti-branco, para aquilo por que os Europeus (neste caso, os Portugueses) tiveram que passar com a invasão islâmica, dizendo, com quantos dentes tem na boca, que não existiu hostilidade ou agressão. Tudo para retirar ao Europeu, ao Português, a possibilidade completamente legítima de dizer que, a dada altura, foi prejudicada por povos invasores que mataram, pilharam e ocuparam (porque o branco nunca pode ser a vítima). Ao mesmo tempo que se tenta apagar o historial de agressões à Europa, não falta quem queira atribuir culpas colectivas aos Europeus por acontecimentos históricos, esses sim, sempre reais e nunca nada exacerbados, e sempre prontos a serem atirados à cara.

https://www.sabado.pt/vida/pessoas/detalhe/claudio-torres-d-afonso-henriques-nao-conquistou-lisboa-aos-mouros-foi-aos-cristaos

20 de janeiro de 2019 às 03:00:00 WET  
Blogger Caturo said...

Ter o descaramento de branquear a invasão muçulmana da Ibéria - além das matanças cometidas por muçulmanos contra judeus e cristãos - é só mais um cúmulo da desonestidade intelectual de quem tem o despudor de tentar falsificar o óbvio.
Quem tenta uma coisa dessas tenta tudo, não tem vergonha alguma.

20 de janeiro de 2019 às 21:48:00 WET  

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