A VERDADE SOBRE A CAÇA À RAPOSA EM PORTUGAL
Há um argumento comum e infundado de que é necessário um controle de predadores e que as raposas provocam muitos danos.
No debate a propósito da nossa Petição pelo Fim da Caça à Raposa https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT84351, acompanhada pelos Projectos de Lei de BE, PAN e PEV em Outubro passado - chumbada pelos restantes Partidos, deparamo-nos com este tipo de argumentação:
O deputado Nuno Serra do PSD afirmou que "se não fizermos esse controlo de predadores, corremos enormes riscos e teremos consequências dramáticas" e "ataques que já são muitos, a rebanhos e galinheiros".
O deputado Pedro Raposo do PS recorreu a dados não publicados e não verificáveis para fazer a pouco credível afirmação "efetivo de 350 ovelhas a parir apurou apenas seis borregos, ou seja, mais de 300 animais de pequenos foram devorados por esses predadores" e "estima-se que no último ano na região do Alentejo terão sido devorados cerca de 150 mil animais pecuários e de capoeira por estes predadores". Se fosse verdade, seria preocupante. Mas dificilmente são dados reais. Não há nenhum estudo independente e cientificamente validado dos danos de raposas aos proprietários.
➡ Não existem evidências científicas que o controle de predadores seja necessário em Portugal. Estes partidos refugiam-se em crenças sem nenhuma legitimidade científica. Precisamos de um sistema de decisões baseado em factos sólidos e dados científicos.
Os dados são:
1) em todo o país, no ano passado ocorreram apenas duas queixas junto da GNR sobre danos causados por raposas;
2) existe um inquérito publicado num jornal local, 'Voz do Alentejo', que relata números tão altos que se tornam pouco credíveis, resultado de um inquérito feito por caçadores a proprietários-caçadores. Tal inquérito é enviesado, nada científico e pouco credível. É lastimável que o PS se baseie em falsa ciência.
Claro que a raposa pode provocar danos a proprietários de animais e que devem ser atendidas medidas de segurança, ➡ ➡ mas a raposa é um canídeo de pequeno porte, que caça individualmente e nunca em matilha, alimentando-se sobretudo de roedores, coelhos, ovos, vermes/insectos, frutos e também de cadáveres de outros animais. O seu papel na manutenção e proliferação do ecossistema em que se insere parece ser de todo desconhecido... ou ignorado, por quem tem o dever também de a proteger! Não façam da raposa um monstro sanguinário.
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Saliente-se:
«O testemunho dado ao jornal "Público" por João Madeira, produtor pecuário que tem uma exploração em Mértola, patenteia as reservas dos residentes locais. E relata um episódio elucidativo. “Fui confrontado com a morte de 17 borregos, acabados de nascer. Não sabia o que matava os animais, mas percebi pelas reacções das pessoas que o lince era o principal suspeito, a par das raposas. Pedi ajuda aos técnicos do parque natural e foram colocadas máquinas fotográficas furtivas para identificar o autor ou autores. Verificou-se que as raposas apenas levavam os animais mortos. Afinal, era um cão que todas a noites se atirava aos borregos acabados de nascer e não havia qualquer sinal de lince naquela matança.”»
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Fonte: https://www.publico.pt/2018/02/05/ciencia/noticia/depois-de-uma-decada-de-esforcos-como-esta-o-linceiberico-1801864?fbclid=IwAR1lxKcqugPYzj-L04M5jzEVShtOS9GfyEo-H5VDVt0TU_n0ltaqpllEyk8
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Fonte: https://www.facebook.com/movimento.raposa/photos/a.156608788193375/527360404451543/?type=3&theater
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