LÍDER NACIONALISTA CATALÃO «DESISTIU»?...
Carles Puigdemont já reagiu à divulgação das mensagens trocadas com Tomí Comín, ex-conselheiro do antigo presidente executivo da Catalunha. O antigo líder catalão, auto-exilado na Bélgica, confirma a veracidade da conversa, mas garante que continua a acreditar no movimento independentista.
Na passada Mércores, dia 31 de Janeiro, a Telecinco, estação televisiva espanhola, divulgou imagens do que seria uma troca de SMS entre Carles Puigdemont e o seu antigo conselheiro, actual deputado da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC). As mensagens foram captadas pelas objectivas dos jornalistas durante um evento público em Lovaina, Bélgica, ao qual o político catalão não compareceu, fazendo-se representar por Tomí Comín. O conteúdo da conversa foi depois revelado no “Programa de Ana Rosa”, no canal espanhol Telecinco.
“Vivemos novamente os últimos dias da Catalunha Republicana”, admite Puigdemont na primeira mensagem. O principal protagonista da luta independentista catalã referiu que o “plano Moncloa triunfa” (Moncloa refere-se à sede do governo espanhol). “Suponho que é claro que acho que acabou. Os nossos sacrificaram-nos, pelo menos a mim”, disse, em alusão às declarações de Joan Tardà, porta-voz da Esquerda Republicana das Catalunha, que sustentou a primazia da formação de um governo estável ao regresso de Carles Puigdemont à Catalunha e à liderança da Generalitat. “A única coisa imprescindível é a formação de um Governo”, reiterou Tardà ao jornal espanhol Público.
No último ponto abordado, o antigo líder da Catalunha afirmou que iria dedicar-se a “pôr em ordem estes dois anos” e a proteger a sua reputação. “Eles causaram-me muito dano, com calúnias, rumores, mentiras, que aguentei por um objectivo em comum”, lamentou Puigdemont. No desenrolar da conversa, Comín limita-se a observar, sem responder.
A reacção de Puigdemont não se fez demorar no Twitter. Embora comprove a veracidade das declarações, o político exilado diz “ser jornalista” e que sempre entendeu que “há limites, como a privacidade, que nunca devem ser violados”. Em relação ao conteúdo das mensagens em si, o antigo presidente da Generalitat assumiu que é “humano” e que “há momentos” em que também duvida. Termina a sua resposta com um “compromisso com os cidadãos e o país” e de que não deixará de lutar pelos direitos dos Catalães.
Carles Puigdemont encontra-se neste momento auto-exilado na Bélgica, ou seja, não está ao abrigo do asilo político. Sem mandado de captura internacional activo, o Ministério Público espanhol já declarou as suas possíveis intenções de reactivação do mandado devido às acções do ex-líder catalão na divulgação da causa independentista na Europa. Neste caso, está em causa a participação num debate acerca da questão catalã em Copenhaga, na Dinamarca, tal como o Shifter já noticiou.
Entretanto, a investidura de Carles Puigdemont foi adiada na Martes passada. O presidente do parlamento da Catalunha, Roger Torrent, afirma que não se trata de “desconvocar” o plenário de investidura, mas sim “adiar“. Torrent acredita que o antigo presidente “tem todo o direito em ser investido” e que não pensa noutro possível candidato. Em causa está também a medida cautelar imposta pelo Tribunal Constitucional de Espanha, que proíbe uma investidura à distância de Puigdemont. A realização da investidura presencialmente seria impossível, uma vez que o antigo presidente da Generalitat possui um mandado de captura em território espanhol por delitos de rebelião, peculato e sedição.
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Fonte: https://shifter.pt/2018/02/carles-puigdemont-catalunha-republicana-espanha/
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Bem me parecia que tinha havido demasiada «pressa» da parte de certos mé(r)dia, nomeadamente da SIC(K), em noticiar com grandes parangonas, pelo menos no caso desta estação televisiva, que Puigdemont «já não quer» o projecto independentista e mai' não sei quê... Evidentemente que toda a gente pode ter um momento de desabafo pessimista - enfim, o próprio JC gritou, na cruz, «Eli, eli, lama sabatani?», ou seja, «Pai, Pai, porque me abandonaste?»...
Entretanto, não tomei conhecimento da resposta de Puigdemont senão por este meio, a página acima lincada.
Tudo indica pois que o actual líder do Nacionalismo catalão está de pedra e cal no seu posto.
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