ACÇÃO CONTRA A MATANÇA DO PORCO EM LOULÉ
Envie o seu e-mail, conforme sugerimos abaixo.
A Associação Amigos da Cortelha, com o apoio da Junta de Freguesia de Salir e da Câmara Municipal de Loulé, teve a infeliz ideia de que matar um animal em frente a toda a gente (crianças incluídas) seria um dia bem passado. Tal como dissemos oAOntem, quando as tradições são cruéis, obsoletas e desnecessárias, devem ser combatidas. Quando são positivas, devem ser mantidas.
Pois bem, para confirmar que não se tratava de uma demonstração, e que teriam, de facto, um animal a ser morto, enviámos (de forma particular) um e-mail para a organização do evento. A experiência ensinou-nos que se não está documentado, "não existe". Ora, dada a demora na resposta, telefonámos para o senhor responsável pela associação que nos explicou que sim, que vai mesmo ser morto um porco. Adiantou ainda, e passamos a citar "quem quem for mais sensível pode chegar-se para o lado".
Sim, sabemos perfeitamente a matança do porco não é ilegal, contudo, há normas legais (nomeadamente de saúde pública, já que claramente ninguém quer saber do bem estar animal) que devem ser observadas. O facto de ainda ser legal matar animais é triste, mas é uma realidade, mas, fazer disso uma festa é especialmente chocante.
Posto isto, sugerimos o envio da mensagem abaixo sugerida (ou a vossa própria mensagem) para:
secretaria@salir.pt; cmloule@cm-loule.pt; aac@amigosdacortelha.pt
Com CC: info@animal.org.pt
Exmas./os Senhoras/es,
Tomei conhecimento do Passeio Pedestre "Matança do Porco" através do seguinte artigo http://www.avozdoalgarve.pt/detalhe.php?id=28816 . Foi com espanto que constatei que quer a Junta de Freguesia de Salir, quer a Câmara Municipal de Loulé apoiam esta ideia da Associação Amigos da Cortelha. Há tradições que, considero, que pela sua brutalidade, devem ser mantidas no passado, e, embora a matança do porco seja um acto legal (desde que cumpra o disposto na legislação vigente), é, seguramente, um acto brutal e absolutamente desnecessário. Parece-me inacreditável que em 2018 se convidem famílias (e até se encoraje a presença de crianças) a ver um animal sofrer e morrer e fazer disso uma festa. Sei que estes animais são mortos, o que muito lamento, mas fazer disso um espectáculo público é absolutamente detestável. Que educação e sensibilização se está a dar à comunidade? Nenhuma! Está-se a promover a dessensibilização e o desrespeito pelos animais.
Venho encarecidamente pedir a V. Exas. que ponderem mudar o mote do vosso convívio. Que seja um convívio saudável e pacífico para toda a gente, sem qualquer necessidade de brutalizar animal algum.
Deixo ainda a informação de que, caso este evento não seja cancelado e substituído por algo livre de crueldade, boicotarei o concelho de Loulé e pedirei a todos os meus amigos e familiares para que façam o mesmo. Farei ainda questão de me certificar de que TODOS os requerimentos legais são cumpridos, o que me muito duvido. A ideia é triste e inadmissível, mas que uma Junta e uma Câmara a apoiem é ainda pior. V. Exas. ainda estão a tempo de tomar a atitude correcta.
Aguardando por uma resposta de V. Exas., que, quero acreditar, será positiva e colocará Loulé no caminho da ética e da modernidade,
Despeço-me,
Com os melhores cumprimentos,
Nome:
E-mail:
Localidade:
*
Fonte: https://www.facebook.com/ONGANIMAL/posts/10155958479052954
Não é que eu acredite em boicotar uma cidade, sequer um supermercado, esses apelos raramente funcionam, mas se a cidade ficar com má fama e for condenada nas redes sociais, os seus autarcas poderão ter mais cuidado, de futuro, com iniciativas destas que lhes queimam o nome. Mais importante do que isso, a partir daqui pode dinamizar-se um movimento popular no sentido da proibição de qualquer execução pública de animais como forma de divertimento.
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Não é que eu acredite em boicotar uma cidade, sequer um supermercado, esses apelos raramente funcionam, mas se a cidade ficar com má fama e for condenada nas redes sociais, os seus autarcas poderão ter mais cuidado, de futuro, com iniciativas destas que lhes queimam o nome. Mais importante do que isso, a partir daqui pode dinamizar-se um movimento popular no sentido da proibição de qualquer execução pública de animais como forma de divertimento.
6 Comments:
Infelismente há quem confunda masculinidade com agressividade, maldade e covardia irracional.
Masculinidade é a nobreza de caracter, é fazer sacrificios por aquilo que amamos é utilizar as nossas melhores capacidades e qualidades para o nosso bem e para o bem comum.
Beleza Eslava
https://br.sputniknews.com/esportes/2018010510219642-mocas-futebol-russia-fotos-bonitas/
Primeira bebé do ano em Viena é alvo de ataques xenófobos
https://www.publico.pt/2018/01/05/mundo/noticia/primeira-bebe-do-ano-em-viena-e-alvo-de-ataques-xenofobos-1798203
«Masculinidade é a nobreza de caracter, é fazer sacrificios por aquilo que amamos é utilizar as nossas melhores capacidades e qualidades para o nosso bem e para o bem comum.»
Por essa lógica, as mulheres também podem ser masculinas! Há algo nessa definição que está em falta...
Além de que não é isso que o património genético da humanidade nos diz: não há nada que confirme que os homens que mais se reproduziram ao longo da história -os mais masculinos- foram aqueles que encerravam em si a maior "nobreza de carácter". Pelo contrário, olhando para quem governou o mundo no passado e o governa no presente, fica-se com a clara sensação de que a "nobreza de carácter" é uma das características mais indesejáveis e impeditivas do sucesso que um homem pode ter. Já Maquiavel o dizia há mais de 500 anos...
" fica-se com a clara sensação de que a "nobreza de carácter" é uma das características mais indesejáveis e impeditivas do sucesso que um homem pode ter. Já Maquiavel o dizia há mais de 500 anos..."
Então matar porcos por desporto, agredir ou matar por dá cá aquela palha (todo o tipo de animais) e violar mulheres é que é bom e masculino?
Não foi isso que eu disse. O que eu disse é que há uma faceta da masculinidade que é efectivamente agressora e até monstruosa. Mas não necessariamente bárbara e incivilizada. Aliás, "o Príncipe" de que Maquiavel fala no seu livro não é um bárbaro, é um monstro com aparência civilizada. Maquiavel considerava que o César Bórgia era o exemplo-vivo mais perfeito do tipo de homem representado pelo seu arquétipo precisamente porque, na governação, é necessário parecer perante o povo, mas estar pronto para ser mau nos bastidores.
Uma aspecto que me incomoda imenso nas descrições de masculinidade como a que o anónimo aqui deixou é que elas implicam apenas deveres para os homens. Só os tolos aceitam deveres e responsabilidades sem direitos. É esse tipo de "masculinidade" que levou a que tantos homens morressem inutilmente nas inúmeras guerras criadas por outros homens. A participação portuguesa na Primeira Grande Guerra, por exemplo, é um desses casos: os homens portugueses, na sua maioria analfabetos e ignorantes (inocentes), foram obrigados a lutar e a sacrificar-se não pela manutenção das ex-colónias (como reza a história) mas por dívidas de 20 milhões de libras contraídas pelos (des)governantes tugas à Grã-Bretanha.
Portanto, "nobreza de carácter" sim, mas salvaguarda dos nossos próprios interesses também! Um homem tem de ser capaz de reconhecer o monstro em si e nos outros antes de se sacrificar por alguém. Tem de ter noção que a vida é dura, brutal por vezes, e agir em conformidade. Tem de perceber que há uma máscara para mostrar ao mundo e depois há aquilo que realmente somos. Acima de tudo, tem que saber o que realmente quer da vida e não dar nada nem cedera ninguém sem receber algo do que quer em troca. Caso contrário, não será um homem, será uma vítima.
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