domingo, agosto 13, 2017

SOBRE O EVENTO NACIONALISTA DE CHARLOTTESVILLE


Centenas de homens e mulheres carregando tochas, fazendo saudações nazis e gritando palavras de ordem contra negros, imigrantes, homossexuais e judeus.
Foi a cena - surreal, para muitos observadores - que desfilou aos olhos da pacata cidade universitária de Charlottesville, no Estado americano de Virgínia.
O protesto, na noite de sexta-feira, foi descrito pelos participantes como um aquecimento para o evento "Unir a Direita", que acontece na tarde deste sábado na cidade e promete reunir mais de mil pessoas, incluindo os principais líderes de grupos associados à Extrema-Direita no país.
A cidade, de pouco mais de 50 mil habitantes e a apenas duas horas de Washington, foi escolhida como palco dos protestos após anunciar que pretende retirar uma estátua do general confederado Robert E. Lee de um parque municipal.
Durante a Guerra Civil do país (1861-1865), os chamados Estados Confederados, do sul americano, buscaram independência para impedir a abolição da escravatura. Actualmente, várias cidades americanas vêm retirando homenagens a militares confederados - o que tem gerado alívio, de um lado, e fúria, de outro.
Os participantes do protesto desta sexta-feira carregavam bandeiras dos Confederados e gritavam palavras de ordem como: "Vocês não nos vão substituir", em referência a imigrantes; "Vidas Brancas Importam", em contraposição ao movimento negro Black Lives Matter; e "Morte aos Antifas", abreviação de "anti-fascistas", como são conhecidos grupos que se opõem a protestos neonazis.
Estudantes negros do campus da universidade da Virgínia, onde ocorreu a marcha, e jovens que se apresentavam como anti-fascistas tentaram fazer uma "parede-humana" para impedir a chegada dos manifestantes à parada final do marcha, uma estátua do terceiro presidente americano, Thomas Jefferson.
"Fogo! Fogo! Fogo!", gritavam os manifestantes, enquanto se aproximavam do grupo de estudantes.
Em número bem menor, o grupo que fazia oposição à marcha foi expulso da estátua em poucos minutos. A reportagem flagrou homens lançando tochas sobre os estudantes, enquanto estes, por sua vez, dispararam spray de pimenta nos olhos dos oponentes.
A polícia, que acompanhou todo o protesto de longe, interviu e separou os dois grupos, enquanto ambulâncias se deslocavam ao local para socorrer feridos pelo confronto.
"Esta manifestação é ilegal", afirmou um dos oficiais aos manifestantes, que se afastaram. A polícia não confirmou se houve presos.
Nazis
"Sim, eu sou nazi, eu sou nazi, sim", afirmou um homem, em frente à reportagem, durante uma discussão com um dos membros do grupo opositor.
Ao contrário das especulações anteriores, a marcha incluiu muitas mulheres, que também seguravam tochas.
A BBC Brasil conversou com um pai e uma mãe que levaram a filha de 14 anos ao protesto. "Aprendi com o meu pai que precisamos de defender a raça branca e hoje estou a passar este ensinamento à minha filha", afirmou o pai.
"Se não fizermos algo, seremos expulsos do nosso próprio país", disse a mãe. A conversa foi interrompida por um homem forte e careca. "Vocês estão a falar com um estrangeiro. Olha o sotaque dele!", afirmou, rindo, em referência ao repórter.
A família afastou-se e juntou-se ao coro, que cantava "Judeus não nos vão substituir". Os três seguravam tochas.
Outro homem afirmou que estava ali porque "têm o direito de se expressar".
"Gays, negros, imigrantes imundos, todos eles se manifestam e recebem apoio por isso. Porque quando os homens brancos decidem gritar pelos seus direitos e sua sobrevivência vocês fazem esse escândalo?", perguntou o homem a um grupo de jornalistas.
Perto dali, sozinho, um rapaz jovem estendia a mão e fazia uma saudação nazi, enquanto era fotografado por foto-jornalistas e gritava: "Vocês não nos vão substituir".
As tochas são uma marca da Ku Klux Klan, grupo fundado pouco depois da guerra por ex-soldados confederados - derrotados no conflito. Originalmente concebida como um clube recreativo, a KKK rapidamente começou a promover a violência contra populações negras do sul dos EUA.
Por muitas décadas, grupos supremacistas brancos promoveram linchamentos, enforcamentos e assassinatos de negros.
Não houve referências ao presidente americano Donald Trump durante todo o acto. Mas as críticas à imprensa eram constantes e faziam coro com o slogan de Trump: "Não temos medo de 'fake news', seus mentirosos".
Chorando muito, uma estudante era amparada por amigos. "É pior do que a gente pensava. É muito pior. Isto vai virar um inferno."
"A negra está assustada!", gritou uma mulher, rindo junto a um grupo de homens portando tochas.
Alt-right
O presidente de Charlottesville divulgou uma nota após a marcha, classificando o acto como "uma parada covarde de ódio, fanatismo, racismo e intolerância".
"A Constituição permite que toda a gente tenha o direito de expressar a sua opinião de forma pacífica, então aqui está a minha: não só como presidente de Charlottesville, mas como membro e ex-aluno da universidade de Virgínia, fico mais do que incomodado com essa demonstração não-autorizada e desprezível de intimidação visual num campus universitário".
Para o protesto deste sábado, são esperadas figuras como Richard Spencer, criador do termo alt-right, uma abreviação de "alternative right", ou "Direita alternativa", em português. O grupo é acusado de racismo e anti-semitismo e tem representantes no governo de Donald Trump.
Esta é a segunda vez que a cidade se torna sede de protestos de grupos supremacistas. A 8 de Julho, aproximadamente 40 membros da sede local da Ku Klux Klan também acenderam tochas em Charlottesville.
Presidente de um organização que define como "dedicada à herança, identidade e ao futuro de pessoas de ascendência europeia nos EUA", Spencer ganhou visibilidade internacional por fazer a saudação "Hail Trump, hail nosso povo, hail vitória", logo após a eleição do republicano.
Formado em filosofia política na Universidade de Chicago, Spencer já declarou que o activista negro Martin Luther King Jr. era uma "fraude" e um símbolo da "desconstrução da Civilização Ocidental". Também disse que imigrantes latinos nos EUA estavam "assimilando-se ao longo das gerações rumo à cultura e ao comportamento dos afro-americanos" e lamentou que o país estivesse a tornar-se diferente da "América Branca que veio antes".
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Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/internacional-40910927?SThisFB

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Agora, os factos tal como os participantes no evento contaram: https://www.dailystormer.com/charlottesville-complete-victory-event-debriefing/
« - Depois de um apelo da ACLU, o juiz federal decidiu que retirar a permissão da manifestação constituía uma violação dos direitos civis. A permissão foi restaurada.
 - Tudo estava pronto em Lee Park, os nacionalistas começaram a chegar, haveria cerca de quatro ou cinco mil militantes reunidos.
 - Estava previsto que o evento começasse ao meio-dia.
 - Repentinamente, por volta das onze e meia a polícia começou a atacar a multidão e  disparar gás lacrimogéneo. Não está esclarecido se esta polícia é local, estatal ou federal.
 - Começaram a arengar que se tratava de uma reunião ilegal. As pessoas foram forçadas a sair do parque.
 - Os que tentaram ficar no parque foram atacados pela polícia.
 - Havia muito poucos antifas, mas os polícias conduziram a multidão na sua direcção, portanto as pessoas puderam ser atacadas [pelos antifas] com gás pimenta. Toda a gente foi atingida com gás-pimenta.
 - Os antifas estavam a levar nos cornos.
 - As pessoas começaram a reorganizar-se em várias localidades.
 - Todos os locais em que as pessoas se tentaram reorganizar foram visitados pela polícia a ameaçar as pessoas com prisão.
 - As pessoas continuavam a ser divididas pela polícia e a serem atacadas.»

Para cúmulo do descaramento esquerdista, Trump está a ser atacado por ter criticado «apenas» a violência em geral sem criticar em particular os «nazis», como a seguir se lê: https://www.publico.pt/2017/08/13/mundo/noticia/trump-sob-fogo-pela-reaccao-morna-a-violencia-na-manifestacao-de-extremadireita-1782217

O Procurador-Geral da República dos Estados Unidos, Jeff Sessions, pediu que fosse aberta uma investigação federal sobre a violência na manifestação de Extrema-Direita em Charlottesville, na Virgínia, no sábado, e o FBI está já a trabalhar no caso. Além de vários feridos, morreu uma mulher de 32 anos, Heather Heyer, quando um supremacista branco de 20 anos atirou o carro que conduzia contra um grupo de contra-manifestantes, que acorreram ao local em grande número, para tentar impedir a marcha de grupos nazis, membros do Ku Klux Klan e activistas da alt-right.
Mas em termos políticos, o grande sobressalto é a falta de empenho demonstrada pelo Presidente Donald Trump em condenar directamente os grupos de Extrema-Direita que organizaram a manifestação – emitiu um tweet em que condenou “a demonstração de ódio, intolerância, e violência de muitas partes, de muitas partes.” E ainda apelou à união de todos os cidadãos usando o seu lema de campanha: “We are ALL AMERICANS FIRST”, escreveu, em letras maiúsculas.
Com armas de fogo, paus e bastões, escudos, sprays de gás pimenta e outra parafernália, os manifestantes de Extrema-Direita tinham vindo preparados para o confronto. E muitos dos que se juntaram em Charlottesville, na maior demonstração deste género dos últimos anos, eram apoiantes declarados de Donald Trump. Entre os líderes, por exemplo, está Richard Spencer – “uma versão de fato e gravata dos supremacistas brancos de antigamente, uma espécie de racista profissional que usa khakis”, na descrição da organização Southern Poverty Law Center, que se dedica ao estudo dos radicalismos de Extrema-Direita nos Estados Unidos. Spencer foi um apoiante declarado de Donald Trump nas presidenciais.
A reacção à fraca declaração do Presidente dos EUA, quando desfilaram nas ruas de uma cidade americana homens (as fotos mostram exclusivamente homens…), bandeiras com símbolos nazis e outras simbologias de grupos que incitam ao ódio racial e prontos ao confronto armado, foi duramente criticada.
“Esta é a sua gente, Presidente Trump”, escreveu o colunista do Washington PostColbert I. King. “Trump sabe o que se passou naquelas ruas e quem foram os organizadores. É normal que o saiba. São algumas das mesmas forças que ajudaram a colocá-lo na Casa Branca”, declarou.
“Uma pessoa foi morta numa manifestação neonazi hoje. Aconteceu mesmo. Na América. Em 2017. Temos de dizer qual é a nossa posição – todos nós”, escreveu no Twitter a senadora democrata Elizabeth Warren, uma inimiga de estimação de Donald Trump.
Houve tantas reacções críticas que a Casa Branca viu-se constrangida a esclarecer que Trump também condenou os manifestantes de Extrema-Direita. “O Presidente condenou o ódio, a intolerância e a violência de todas as origens e lados. Houve violência entre os manifestantes e contra-manifestantes, incluindo supremacistas brancos, Ku-Klux-Klan, neo-nazis e todos os grupos extremistas”, disse um porta-voz, citado pela Reuters. 

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Ou seja - os Nacionalistas organizam um protesto pacífico, estando todavia precavidos com armas porque já sabem como é a merda que se lhes opõe; os anti-nacionalistas

não admitem

que um grupo que pensa de maneira diferente se possa manifestar 

e estão até dispostos a avançar agressivamente na rua contra quem se está a manifestar livremente

e depois a culpa é de quem?, 

dos Nacionalistas, «claro»... 

Trump foi até um bocado banana em não dizer as coisas como elas realmente se passaram: um grupo político defendeu-se ao ser atacado por quem não o quer deixar-se expressar. Era isto que ele em boa justiça deveria ter dito. Enfim, compreende-se que não quisesse parecer estar a apoiar os «nazis» e por isso não especificou grupos; vá lá que pelo menos teve a coragem inicial de dizer que a violência foi causada por «muitos grupos, muitos grupos»; depois a Casa Branca lá acabou por ceder à REVOLTANTE E NOJENTA pressão esquerdista e nomear apenas os grupos nacionalistas como elementos activos na violência...

Enfim, estas e outras talvez um dia se paguem, e com juros.

Quanto à manifestação em si, é bom sinal que, ao contrário do que se esperava e do que o jornal «Público» diz, houvesse muitas mulheres no evento; por outro lado, a constante referência aos Judeus e aos homossexuais no «papel» de «inimigos da nossa gente» constitui uma idiotia contra-producente que em nada beneficia o movimento, antes pelo contrário, do mesmo modo que a apologia do Nacional-Socialismo  também não ajuda nada o Movimento Etnicista em marcha.


2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"A constante referencia aos gays e judeus..."
Os kkk e companhia caíem no erro de os criticar "em demasia" mas tu cais no erro de ser demasiado tolerante quando não defensor dessa malta o que é ainda pior e contra-produtivo, pois dar avebias ao lobby gay etc é o que nos trouxe ate á realidade que temos hoje no Ocidente...malta que se pudesse trocava "todos os racistas por violadores etc" malta que se pudesse te matava a ti e a todos os racialistas quando lê ou ouve as tuas opiniões sobre imigracao etc

14 de agosto de 2017 às 20:53:00 WEST  
Blogger Caturo said...

O lóbi gay fez o quê? Não te baralhes. Não há rigorosamente nada na homossexualidade que faça ser a favor da imigração, é que uma coisa não tem a ponta de um caralho - literalmente - a ver com outra. Sucede simplesmente que, por contexto ideológico circunstancial, demasiados militantes anti-imigração também são anti-homossexualidade e depois estabelece-se uma confusão absurda e lamentável. Se tanto atacam os homossexuais, esperam o quê? Claro que a Esquerda aproveita a deixa e galvaniza os homossexuais mais activistas, isto é como dois mais dois serem quatro. Mesmo assim, a verdade é que, em França, já há proporcionalmente mais casais homossexuais do que casais heterossexuais a votar na Frente Nacional - pudera, por um lado percebem que a presença crescente do Islão e do terceiro mundo em geral não os vai ajudar (a Europa é onde mais se protegem as minorias sexuais), por outro a FN tem sabido cativar o seu voto e não hostilizar os homossexuais.

14 de agosto de 2017 às 22:29:00 WEST  

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