sexta-feira, novembro 18, 2016

ARMÉNIA CONTA COM APOIO RUSSO NA CORRIDA ARMAMENTISTA

O presidente arménio, Serj Sargsyan, concedeu uma entrevista exclusiva à Sputnik, na qual destacou os principais pontos da política externa do seu país, comentando as relações com a Rússia e os principais conflitos regionais.
Um dos principais assuntos da entrevista à Sputnik Arménia foi referente à escalada de hostilidades entre Arménia e Azerbaijão no início de Abril, quando os dois países denunciaram o agravamento na zona de conflito em Nagorno-Karabakh.   
Ao comentar que a ArmÉnia é o único país, com excepção da Rússia, que possui o míssil Iskander, ele respondeu o seguinte à pergunta de se a exibição do armamento na última parada militar do Dia da Independência da Arménia não significava uma corrida armamentista na região. "Acredito que isto foi uma medida necessária para equilibrar de alguma forma a situação militar na nossa região. Não é segredo que o Azerbaijão nos últimos anos regularmente tem adquirido novas armas. Nós não temos esses recursos financeiros, como o Azerbaijão, quero dizer recursos financeiros, mas nós tentamos sempre equilibrar a situação, encontrar um antídoto".  Segundo ele, no caso actual, o Iskander é justamente este tipo de antídoto.  "Claro que a corrida armamentista não é uma situação muito boa, e não queremos ir nesta direcção, mas o que fazer, se todos os dias te ameaçam com guerra, eliminação física. É preciso precisa tomar medidas adequadas".
Sargsyan lembrou também que o país tem com a Rússia um acordo sobre a manutenção do equilíbrio de forças na região. 
"Acredito que a Rússia, a partir disto, foi na direcção do nosso pedido e apresentou este excelente sistema militar. É claro que seria melhor para a humanidade se não existissem tais sistemas, mas quando é preciso, há que seguir nesta direcção", afirmou. O presidente arménio também comentou o papel da Rússia na interrupção das hostilidades no território de Nagorno-Karabakh em Abril. Segundo ele, a Rússia representa um papel-chave na região, apoiando a paz e a estabilidade.  "A Rússia representou um papel-chave na interrupção das acções militares. Entendo as implicações da pergunta, visto que na sociedade arménia a posição equilibrada da Rússia foi percebida de forma ambígua, seja no âmbito dos meios de comunicação, seja no âmbito do Ministério das Relações Exteriores". "O chefe do Estado Maior da Arménia e o chefe do Estado Maior do Azerbaijão reuniram-se em Moscovo, acordando em interromper as acções militares e voltar ao acordo sobre o fim das hostilidades de 1994. Eu, para falar a verdade, não sei os detalhes da conversa […] mas o que sei com certeza é que houve uma conversa minha com Vladimir Putin, e o que ele disse foi direccionado para a resolução pacífica da situação, isto é muito importante".     
Ao comentar a situação em torno da região, a disputa da região Nagorno-Karabakh entre Arménia e Azerbaijão, o presidente arménio avaliou a possibilidade de um compromisso diplomático entre as partes em conflito. 
Serj Sargsyan lembrou os princípios de resolução para a questão de Karabakh, apresentados ainda em 2007: negação do uso da força, integridade territorial dos Estados e igualdade dos povos e seu direito à auto-determinação.  
"Estes princípios de forma alguma contradizem uns aos outros, porque no mundo civilizado, todos os problemas são resolvidos sem o uso da força, especialmente entre os Estados. Entendo que existem excepções, mas essas excepções apenas confirmam a regra", observou.
"Integridade territorial… Reconhecemos a integridade territorial de qualquer país, incluindo o Azerbaijão. Mas a auto-determinação dos povos não contradiz o princípio da integridade territorial, pois a integridade territorial diz respeito à relação entre Estados e a auto-determinação diz respeito à relação entre a capital e o povo, que vive de forma compacta na sua pátria histórica. Se rejeitássemos o princípio da auto-determinação, não teríamos de sair da União Soviética, isso já aconteceu com base neste princípio. Portanto, estes princípios não se contradizem", avaliou. 
Nagorno-Karabakh é uma região disputada no Sul do Cáucaso, que formalmente faz parte do Azerbaijão, mas é habitada principalmente por arménios. Na prática, o território é uma província com governo próprio, mas sem reconhecimento da comunidade internacional.
No dia 2 de Abril, a Arménia e o Azerbaijão anunciaram uma dramática escalada do conflito na região. Os países trocam acusações e noticiaram combates na região. Já em 5 de Abril, a Arménia e o Azerbaijão chegaram a um acordo de cessar-fogo bilateral em Nagorno-Karabakh, que entrou em vigor no mesmo dia. 
Foi também destacada a participação arménia na ajuda humanitária em Aleppo e no acolhimento dos refugiados sírios, apesar das dificuldades do país em dar conta do número de imigrantes que fogem do conflito sírio.  "Hoje na Arménia têm cerca de 20 mil nossos irmãos e irmãs que se transferiram da Síria para o nosso país. E, claro, para eles é difícil, pois eles criaram durante décadas o seu ambiente, as suas famílias, acumularam algo. Além disso, tivemos uma grande diáspora lá – as nossas igrejas, os nossos valores culturais […] Em todo o mundo os arménios buscam ajudar não só aqueles que se encontram na Arménia, mas também aqueles que ficaram neste inferno."
Ao fazer uma avaliação geral da crise síria, em particular a situação na cidade de Aleppo, tendo em vista as divergências entre a Rússia e os países ocidentais sobre o conflito, o presidente arménio demonstrou um tom pessimista quanto à resolução da situação no país. 
"Definitivamente eu diria que há realmente uma tragédia. O país está simplesmente a morrer […] É claro que queremos que a situação seja resolvida rapidamente, que seja resolvida pelo Povo Sírio. Queremos que a solução seja decidida pelo Povo Sírio. É o seu direito", disse ele.  O presidente arménio também manifestou apoio à participação da Rússia na ajuda ao governo do país.   "E o facto de que a Rússia ajudou a Síria a pedido do governo - estamos plenamente de acordo. Não pode haver nenhuma questão. É o direito legítimo do governo sírio de pedir ajuda, e o direito legítimo da Rússia de fornecer essa assistência. É claro que gostaríamos muito de resolver rapidamente esta questão, embora, como eu posso ver, uma solução rápida seja quase impossível de alcançar".  Por fim, Serj Sargsyan destacou os ideais nacionais da Arménia que o líder gostaria que fossem encarnadas no seu país:  "No que reside a ideia nacional? Tornar-se num Estado forte. Não ter problemas com o Azerbaijão, nem com a Turquia. Ou seja, eu sonho com o dia em que Karabakh seja, ou parte da Arménia, ou um Estado independente […] Eu queria que a nossa fronteira com a Turquia fosse aberta. Eu quero que a juventude turca entenda que não é culpada pelo Império Otomano ter feito genocídio contra os arménios".
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Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: https://br.sputniknews.com/europa/201611176846990-armenia-corrida-armamentista-russia-exclusivo/

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Mais um ponto positivo para a Rússia: funcionou e funciona como poderoso aliado de uma nação da mesma família - a Arménia, tão indo-europeia como a nação eslava - diante de um potentado asiático, túrquico. Fora da Europa, os Russos continuam a ser os que mais fazem emn prol dos Europeus, até ver...