ALTAR DA PENA ESCRITA - LOCAL DE CULTO EVENTUALMENTE DEDICADO A UMA DAS MAIORES DIVINDADES GALAICO-LUSITANAS
Degraus
Foculus
Nas imediações de Vilar de Perdizes, terra do Padre Fontes, ícone da etnografia transmontana, encontra-se o Altar de Pena Escrita, um antigo altar rupestre galaico-romano dedicado ao deus Larouco, que em muito se assemelha ao santuário mais a sul do país dedicado a Endovélico.
O altar é constituído por um afloramento granítico que foi trabalhado para dar origem a um santuário constituído por três degraus encimados, um relevo em E esculpido na rocha e por um “foculus”, uma cavidade rectangular talhada na rocha, considerada uma pia que poderá ter tido uma função de oferenda ao deus Larouco, possivelmente sacrificial. Numa das faces do altar, de forma infelizmente pouco visível, encontra-se uma inscrição que atribui o altar ao deus Larouco pela sétima legião gemina do império romano, que o parece considerar companheiro de Júpiter. A inscrição de origem romana cria a dúvida se o altar é de origem pré-romana, sendo no entanto mais provável de que se trata de um santuário indígena, o qual os romanos após a invasão adoptaram e modelaram, sendo este um fenómeno típico da aculturação romana. Dando azo a essa mesma possibilidade, foram encontradas nas imediações do santuário umas aras votivas possivelmente pertencentes a antigas duas colunas, uma dedicada a Larauco D(eo) Max(imo) e outra a Júpiter Óptimo Máximo, cimentando a relação que romanos teriam feito entre o deus galaico Larouco e o deus romano Júpiter. Segundo a investigadora Maria João Correia Santos, uma possibilidade de reconstituição do altar, seria a inserção das duas colunas correspondentes às aras votivas nas reentrâncias criadas pelo relevo esculpido em E, que assim seriam sentinelas sagradas da pia sacrificial.
Tudo aponta para que o deus Larouco tenha sido muito difundido na região, como se verifica pelo atribuir do seu nome à Serra do Larouco, e pelo descobrir por parte do Padre Fontes de uma representação em relevo do Larouco escondida na Igreja de Vilar de Perdizes. Devido à distância no tempo, e à ausência de documentos escritos, é difícil discernir exactamente qual a função do altar e como se processaria o culto ao deus Larouco através do mesmo. Certos arqueólogos e historiadores apontam para um alinhamento do altar de forma a assinalar os solstícios e as posições da lua, verificando-se um culto, que, como é comum a muitos cultos pagãos, está relacionado com a passagem natural das estações e a influência dos astros. Outros assinalam ainda a possibilidade de que o culto prestado neste santuário se dava durante as estações mais agrestes, quando a região é coberta de neve e assolada por ventos fortes e tempestades, um tributo à associação do deus Larouco ao trovão, à força da natureza. Possivelmente ambas as interpretações poderão estar correctas, relembrando-nos da proximidade entre homem e natureza intrínseca ao paganismo.
O Altar de Pena Escrita é de uma importância tremenda ao verificar-se como um vestígio visível e material das antigas religiões da Galaécia e indicador da ascendência pagã e celta dos povos nortenhos. Como tal, é uma pena chegar ao local, e notar uma certa atmosfera de abandono e negligência relativamente a este importante vestígio arqueológico. Apesar de haver indicações na estrada, o local em si mesmo está mal assinalado após virar para o caminho indicado por uma placa. O santuário encontra-se no meio de campos de cultivo aos quais é complicado de aceder, e após ser localizado, é um pouco triste ver que está rodeado de mato bravo que cresce em volta e mesmo por cima do altar, possivelmente criando uma erosão que em anos vindouros poderá torná-lo cada vez mais esbatido no tempo, apesar da sua notável resistência ao passar dos milénios. Vale no entanto a pena ir ao Altar de Pena Escrita, e ponderar sobre os mistérios e segredos que este encerra, os cultos ao deus Larouco que ali terão tido lugar, e tentar olhar para um passado que faz parte da matriz cultural do povo raiano.
Fonte: http://www.portugalnummapa.com/altar-de-pena-escrita/
O altar é constituído por um afloramento granítico que foi trabalhado para dar origem a um santuário constituído por três degraus encimados, um relevo em E esculpido na rocha e por um “foculus”, uma cavidade rectangular talhada na rocha, considerada uma pia que poderá ter tido uma função de oferenda ao deus Larouco, possivelmente sacrificial. Numa das faces do altar, de forma infelizmente pouco visível, encontra-se uma inscrição que atribui o altar ao deus Larouco pela sétima legião gemina do império romano, que o parece considerar companheiro de Júpiter. A inscrição de origem romana cria a dúvida se o altar é de origem pré-romana, sendo no entanto mais provável de que se trata de um santuário indígena, o qual os romanos após a invasão adoptaram e modelaram, sendo este um fenómeno típico da aculturação romana. Dando azo a essa mesma possibilidade, foram encontradas nas imediações do santuário umas aras votivas possivelmente pertencentes a antigas duas colunas, uma dedicada a Larauco D(eo) Max(imo) e outra a Júpiter Óptimo Máximo, cimentando a relação que romanos teriam feito entre o deus galaico Larouco e o deus romano Júpiter. Segundo a investigadora Maria João Correia Santos, uma possibilidade de reconstituição do altar, seria a inserção das duas colunas correspondentes às aras votivas nas reentrâncias criadas pelo relevo esculpido em E, que assim seriam sentinelas sagradas da pia sacrificial.
Tudo aponta para que o deus Larouco tenha sido muito difundido na região, como se verifica pelo atribuir do seu nome à Serra do Larouco, e pelo descobrir por parte do Padre Fontes de uma representação em relevo do Larouco escondida na Igreja de Vilar de Perdizes. Devido à distância no tempo, e à ausência de documentos escritos, é difícil discernir exactamente qual a função do altar e como se processaria o culto ao deus Larouco através do mesmo. Certos arqueólogos e historiadores apontam para um alinhamento do altar de forma a assinalar os solstícios e as posições da lua, verificando-se um culto, que, como é comum a muitos cultos pagãos, está relacionado com a passagem natural das estações e a influência dos astros. Outros assinalam ainda a possibilidade de que o culto prestado neste santuário se dava durante as estações mais agrestes, quando a região é coberta de neve e assolada por ventos fortes e tempestades, um tributo à associação do deus Larouco ao trovão, à força da natureza. Possivelmente ambas as interpretações poderão estar correctas, relembrando-nos da proximidade entre homem e natureza intrínseca ao paganismo.
O Altar de Pena Escrita é de uma importância tremenda ao verificar-se como um vestígio visível e material das antigas religiões da Galaécia e indicador da ascendência pagã e celta dos povos nortenhos. Como tal, é uma pena chegar ao local, e notar uma certa atmosfera de abandono e negligência relativamente a este importante vestígio arqueológico. Apesar de haver indicações na estrada, o local em si mesmo está mal assinalado após virar para o caminho indicado por uma placa. O santuário encontra-se no meio de campos de cultivo aos quais é complicado de aceder, e após ser localizado, é um pouco triste ver que está rodeado de mato bravo que cresce em volta e mesmo por cima do altar, possivelmente criando uma erosão que em anos vindouros poderá torná-lo cada vez mais esbatido no tempo, apesar da sua notável resistência ao passar dos milénios. Vale no entanto a pena ir ao Altar de Pena Escrita, e ponderar sobre os mistérios e segredos que este encerra, os cultos ao deus Larouco que ali terão tido lugar, e tentar olhar para um passado que faz parte da matriz cultural do povo raiano.
*
Fonte: http://www.portugalnummapa.com/altar-de-pena-escrita/
11 Comments:
Armánia, a Nação indo-Europeia protegida pela sua Nação amiga "Mãe Rússia"
Armênia tem equilibrio de poder com míssil russo Iskander
Mostrar mais: https://br.sputniknews.com/europa/201611176846990-armenia-corrida-armamentista-russia-exclusivo/
https://br.sputniknews.com/noticias/201611176859381-refugiados-secretario-geral-onu-critica-europa/
https://br.sputniknews.com/mundo/201611176855159-marxista-trump-londres-discussao-sewell/
Esta noticia tem tudo a ver com o nacionalismo: uma nação menor se defendendo de uma nação maior e agressora:
https://br.sputniknews.com/europa/201611166842872-letonia-otan-base-construcao/
vc descreve mas não lembro de o texto dizer pra que serve cada elemento descrito nas imagens
Uma imagem com o seu interesse, Caturo:
https://pbs.twimg.com/media/CxgPo9IXUAQZseY.jpg
Os povos Neolíticos que construíram as "mamoas" em Portugal eram antepassados dos Indo-Europeus?
É que me lembro de uma polémica que surgiu durante as investigações, porque um padre católico português tinha afirmado que esses megalitos tinham sido erguidos por uma população chegada do Oriente.
Que achas disto, Caturo?
Acho uma hipótese interessante e até há uma corrente recente que a defende, a teoria da Continuidade Paleolítica. Parece-me até fascinante que na Arménia haja uma edificação megalítica, Carahunge, cujo nome em tudo se assemelha ao português Carenque e ao inglês Stonehenge. http://gladio.blogspot.pt/2005/10/voz-da-rocha-o-testemunho-silencioso.html?m=0
http://gladio.blogspot.pt/2005/10/carahunge-armenia-in-mountains-of.html
Obrigado pelo link, Caturo.
É uma pena a investigação neste País continuar a ser feita com métodos do Sec. XIX.
Segundo observação da fotografia de satélite desta zona, este monumento situa-se no local da Glândula Pineal duma cabeça de Falcão Horus.
Veja tb a Serra da Estrela como nunca a viu em:
www.estrelaserradosdeuses.com
e
www.sudoestevistodoceu.com
Ao longo de toda a Serra do Larouco são visíveis geoglifos representando as antigas divindades egípcias que tb eram veneradas na Península Ibérica.
Fernanda Durão
geogliphyworks@gmail.com
Enviar um comentário
<< Home