sexta-feira, setembro 02, 2016

SOLDADOS NEGROS DE ISRAEL QUEIXAM-SE DE RACISMO JUDAICO

Soldados das brigadas de elite de Golani, Givati e de unidades páraquedistas como a de Maglan, especializada em acções ultra-secretas por trás das linhas inimigas, assinaram uma carta abertad dirigida ao chefe de Estado Maior do Exército, Gadi Eisenkot, e protestando contra o que descrevem como uma permanente atitude racista perante os judeus de origem etíope.
Estes militares, actualmente em serviço de reservistas, declaram, segundo citação to Times of Israel: "Estamos fartos da exigência do Estado de que continuemos a honrar um contrato segundo o qual somos cidadãos com obrigações, mas sem direitos".
Na mesma carta, citada, em primeira mão numa reportagem do Canal 10 da televisão israelita, anunciam também: "Vamos manifestar o nosso descontentamento através de acções organizadas de desobediência civil, a primeira das quais vai ser a nossa recusa em nos apresentarmos para o serviço de reserva".
Tem havido diversas manifestações da minoria etíope-israelita contra o racismo, especialmente desde que, em Abril do ano passado, um vídeo registou a agressão da polícia contra um soldado dessa etnia, sem qualquer motivo aparente.
Numa reunião pública ocorrida na terça feira passada, na Israel Bar Association, o chefe da polícia de Tel Aviv, Roni Alscheich, veio lançar mais lenha na fogueira. Aí respondeu às acusações de recorrente brutalidade policial contra os israelitas-etíopes afirmando que "estudos realizados em todo o mundo, sem excepção, mostraram que os imigrantes estão mais envolvidos no crime do que os outros".
Daí partiu para uma conclusão explosiva: "Quando um agente da polícia depara com uma pessoa suspeita [que é ou um jovem ou alguém de origem imigrante, ou ambos] o seu cérebro naturalmente suspeita mais do que se fosse qualquer outra pessoa". E reforçou esta justificação argumentando que, devido ao maior envolvimento dos imigrantes no crime, "é natural" que os polícias alimentem um preconceito contra os judeus etíopes imigrados para Israel.
Não há ainda uma reacção oficial que permita concluir se o Exército irá sancionar os militares que anunciam a recusa a apresentarem-se ao serviço de reservistas.
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Fonte: http://www.rtp.pt/noticias/mundo/soldados-judeus-de-origem-etiope-protestam-contra-racismo-israelita_n944381

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O que o chefe da polícia acima referido disse é nada mais do que óbvio - e quem não estivesse de má vontade reconhecia-o. E se, como quer o «anti-racistame», a raça é «só» uma questão de «cor de pele», então do mesmo modo que um negro desperta mais suspeita à polícia, também qualquer um de nós que estivesse por exemplo trajado de camisa azul poderia despertar suspeitas policiais caso houvesse um gangue de delinquentes vestidos de azul a assaltar e a matar - não poderíamos levar a mal que a polícia nos revistasse, mais do que às outras pessoas, pelo contrário, teríamos até o dever de colaborar com as autoridades. Claro que uma camisa pode-se despir e uma pele não, mas também ninguém na Europa ou em Israel anda a massacrar quem tenha pele de cor escura...
Lá como cá, os mesmos problemas com os mesmos do costume... lá como cá, uma necessidade imperiosa, nacionalista, de salvaguardar o que aos autóctones, brancos, pertence.