... COMEÇA MAIO, MÊS DE MAIA...
Inicia-se Maio, mês consagrado à romana Maia, Deusa Mãe, Divindade da Terra, eventual Grande Deusa dos mais arcaicos povos indo-europeus que deambularam pelo Mediterrâneo em tempos imemoriais, isto segundo os irmãos Ferreira do Amaral em «Portugal e os Filhos de Caim»... Uma época do ano que em Portugal é marcada pela celebração da festa das Maias, genuína tradição portuguesa em tempos reprimida pela Igreja, que queria aplicar penas pesadas a quem participasse nestas festividades, o que se deve provavelmente à raiz pagã das mesmas, como a seguir se pode ler:
A origem da tradição das Maias perde-se no tempo e pode ter várias explicações. Segundo alguns, a Maia era uma boneca de palha de centeio, em torno do qual havia danças toda a noite do primeiro dia de Maio. Por vezes, podia ser também uma menina de vestido branco coroada com flores, sentada num trono florido e venerada, todo o dia, com danças e cantares. Esta festa, de reminiscências pagãs, foi proibida várias vezes, como aconteceu em Lisboa no ano de 1402, por Carta Régia de 14 de Agosto, onde se determinava aos Juízes e à Câmara "que impusessem as maiores penalidades a quem cantasse Maias ou Janeiras e outras coisas contra a lei de Deus...".
De notar, entretanto, que em Trás-os-Montes e nas Beiras um dos rituais das Maias põe o chefe de família a afastar os espíritos com favas pretas, o que apresenta uma extraordinária semelhança com a Lemúria, celebração que os antigos Romanos realizavam nesta altura, em que o «pater familias», ou «pai de família», atirava feijões negros para longe de si enquanto caminhava em sua casa, precisamente para, tal como na tradição portuguesa, afastar os espíritos perigosos.
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