sexta-feira, outubro 02, 2015

PRESIDENTE DO CONSELHO DE DIREITOS HUMANOS DA ONU É EMBAIXADOR DA ARÁBIA SAUDITA, UM DOS PIORES PAÍSES DO PLANETA NA ÁREA DOS DIREITOS HUMANOS

O representante da Arábia Saudita, país que, possivelmente, é um dos piores em relação ao respeito pelos direitos humanos, foi nomeado para o Conselho de Direitos Humanos da ONU. Isso provocou imediatamente uma onda de críticas.
Faisal bin Hassan Trad, embaixador da Arábia Saudita na ONU em Genebra, foi eleito presidente da equipa de peritos independentes no Conselho de Direitos Humanos da ONU, informou The Independent, citando a UN Watch, organização não-governamental (ONG) independente. 
Esta nomeação foi considerada escandalosa pelos críticos, incluindo a esposa do blogger saudita Raif Badawi que foi condenado a mil chicotadas por publicar artigos sobre a liberdade de expressão. Este passo, disse ele, mostra que “petróleo prevaleceu sobre os direitos humanos”.
O papel do recém-designado é encabeçar um grupo de diplomatas constituído por 5 membros, encarregados de escolher especialistas em assuntos de direitos humanos de todo o mundo. A UN Watch afirma que Faisal bin Hassan Trad foi nomeado em Junho, mas isso não foi revelado até ao presente momento. A organização declarou que já está na posse de documentos oficiais do Conselho de Direitos Humanos da ONU datados de 17 de Setembro que confirmam a designação.
“A Arábia Saudita provavelmente tem os piores resultados em todo o mundo na área de liberdade religiosa e direitos das mulheres”, disse Hillel Neuer, director executivo da UN Watch citado pela The Independent.
“É bastante mau que a Arábia Saudita seja membro do conselho, e o facto de a ONU nomear uma pessoa do regime como presidente de um grupo chave é esfregar sal na ferida dos dissidentes que permanecem nas prisões sauditas”, disse.
O chefe da ONG com a sede em Genebra acrescentou que “é escandaloso que a ONU tenha escolhido como presidente do grupo um país que decapitou mais pessoas neste ano de que o Estado Islâmico”, acrescentando que isso vai minar a legitimidade do conselho.
“Este órgão mundial somente mina a sua legitimidade elegendo, para presidir no processo de escolha dos peritos, uma teocracia fundamentalista que oprime mulheres e minorias”. 
O dirigente da ONG supõe que a designação pode ter sido um entendimento de bastidores depois de Riad apresentar um pedido de encabeçar o próprio conselho. 
Também criticou os responsáveis norte-americanos e europeus por não expressarem a sua indignação com esta nomeação e apelou para reverter este passo.
Grupos de defesa dos direitos humanos têm criticado reiteradamente a Arábia Saudita pelas decapitações e chicotadas públicas, restrições da liberdade religiosa e de expressão, bem como discriminação sistemática das mulheres.  
No mês passado, a Amnistia Internacional calculou que pelo menos 102 pessoas foram executadas nos primeiros seis meses de 2015, a maioria por meio de decapitação. O especialista da Amnistia Internacional para o Oriente Médio e África do Norte, Sevag Kechichian, disse à Sputnik que segundo estes dados, a Arábia Saudita está entre 5 primeiros países em relação ao número de execuções realizadas no país. 
O Conselho de Direitos Humanos, órgão da ONU encarregado de promover os direitos humanos em todo o mundo, tem sido repetidamente criticado pelas ONG por permitir que países com resultados questionáveis na área de direitos humanos se tornem membros do conselho.
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Fonte: http://br.sputniknews.com/mundo/20150921/2181207.html

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Porque será que não se encontra esta notícia em nenhum dos grandessíssimos mé(r)dia tugas online?...
De resto, a notícia mostra, na melhor das hipóteses, mas mesmo melhor das melhores hipóteses, um dos resultados da política inclusivista multiculturalista, que faz querer agradar a tudo e a todos (desde que não sejam europeus, evidentemente) como maneira de os puxar para um consenso ou coisa parecida. Depois é isto, legitimação moral implícita de um regime que de direitos humanos - tal como compreendidos no Ocidente - pouco tem.