CALIFADO DESTRÓI MAIS UM TEMPLO DO POLITEÍSMO ANTIGO
Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=4753949&page=-1 (artigo originariamente redigido sob o acordo ortográfico de 1990 mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa)
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Os jiadistas do grupo auto-proclamado Estado Islâmico detonaram parte do templo de Bêl, considerado o mais importante da cidade antiga de Palmira na Síria, segundo uma organização não-governamental e militantes.
A 23 de Agosto, os jiadistas que ocupam vastas regiões do país afundado numa guerra civil destruíram o templo de Baalshamin.
No domingo, homens do grupo Estado Islâmico colocaram explosivos no interior do templo de Bêl, destruindo parcialmente o edifício, indicou o Observatório Sírio dos Direitos do Homem (OSDH).
Mohammed Hassan al-Homsi, um militante de Palmira também referiu a destruição parcial do templo. "Eles usaram contentores e barris carregados de explosivos, preparados com antecedência", que destruíram o interior do templo, afirmou.
No entanto, o director-geral das antiguidades e dos museus na Síria, Maamoun Abdelkarim, disse não estar em condições de poder confirmar a destruição.
"Os rumores sobre as ruínas circulam todos os dias e é preciso ser cauteloso em relação a esse tipo de informações", disse o responsável sírio, que anunciou ele próprio a destruição do templo de Baalshamin.
Palmira, situada na província de Homs, no centro do país, é classificada como património da Humanidade. Foi conquistada em maio pelo Estado Islâmico, que já destruiu vários locais arqueológicos no Iraque, país vizinho da Síria.
Depois de tomar o controlo de Palmira, o Estado Islâmico atacou a cidade antiga em Junho e executou mais de 200 pessoas, incluindo 20 num teatro antigo.
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O califado da Síria e do Iraque continua pois a actuar de acordo com a mentalidade abraâmica que lhe está subjacente e que há mil e setecentos anos levou ao início da campanha cristã de destruição de património religioso pagão na Europa e no resto do mundo.
Bem poderão dizer, os mais cépticos, quando não os mais secretamente simpatizantes do Islão, que isto agora nada tem a ver com religião mas sim com comércio encapotado, porque há negócio de antiguidades a fazer-se nos bastidores. É indiferente. O facto concreto é que o património religioso politeísta da região está a ser destruído de acordo com os ditames do Islão, e já agora, também da Bíblia.
Enquanto isso, no Ocidente não se reage.
19 Comments:
Actua é conforme Maomé que destruiu estátuas pagãs.
O qual por sua vez actuou de acordo com Abraão, que fez o mesmo. Diversos «santos» europeus o imitaram, sempre que para isso tiveram força.
E no entanto o Vaticano está cheio de obras pagãs.
Pudera, agora fica bem preservar a arte antiga, dá um ar ilustrado... além de, ao fim ao cabo, constituir acumulação de riqueza...
Mas parece que os muçulmanos não pensam assim.
O Abrãao destruiu alguns ídolos para dar uma lição de moral ao construidor de ídolos, não foi porque odiava as estatutas pagãs, o que é o que se passa aqui.
Não, não foi para dar nenhuma «lição de moral» coisíssima nenhuma. Foi mesmo, mas mesmo, porque para ele e religiões dele derivadas - as abraâmicas - só o seu «Deus» pode ser adorado e não deve haver ídolos.
«Mas parece que os muçulmanos não pensam assim.»
Claro que não pensam assim porque têm força, naquele caso, para pensar doutra maneira, ao passo que os cristãos já não têm essa força, porque há muito tempo que deixaram de mandar no Ocidente.
"Later, a woman walked in to the store and wanted to make an offering to the idols. So Abraham took a stick, smashed the idols and placed the stick in the hand of the largest idol. When Terah returned he asked Abraham what happened to all the idols. Abraham told him that a woman came in to make an offering to the idols. Then the idols argued about which one should eat the offering first. Then the largest idol took the stick and smashed the other idols.
Terah responded by saying that they are only statues and have no knowledge. Whereupon Abraham responded by saying that you deny their knowledge, yet you worship them! At which point Terah took Abraham to Nimrod."
Ora isto é uma lição de moral religiosa, sem apelo, nem agravo.
Mas de que é que estamos a falar? Eu disse que o Abraão destruiu os ídolos por
INTOLERÂNCIA RELIGIOSA MONOTEÍSTA E ÓDIO AOS ÍDOLOS EM SI.
Tu disseste, passo a citar:
«O Abrãao destruiu alguns ídolos para dar uma lição de moral ao construidor de ídolos, não foi porque odiava as estatutas pagãs, o que é o que se passa aqui.»
Óu seja, quando falaste em moral, parecia que se tratava de um caso qualquer de simples moral num determinado contexto e pronto, não especificaste mais, que esperteza, mas atenção que tinhas dito que não era por ódio às estátuas pagãs.
Agora vens PROVAR com uma citação que, ao contrário do que tu próprio disseste, foi mesmo por ódio estátuas pagãs.
Ou seja, vens-me dar razão. E o mais grave, até sintomático, é que nem percebes isso.
Se ele tivesse ódio às ditas estátuas, ele teria destruído as todas, e não teria inventado uma história moralista para que o construtor se apercebesse do absurdo que é adorar construções religiosas. Duvidas?
Mas ele destruiu mesmo todas, excepto uma, para depois «dar uma lição», ridicularizando a última estátua, o que é o mesmo, no contexto, que destruí-la, porque trata-se de lhe negar todo o valor ou legitimidade religiosa, que é exactamente o mesmo motivo que leva os muçulmanos a destruir estátuas, desde Maomé. Mas como é que é possível que possas ter uma «argumentação» dessas? Não entendes o ridículo do que estás a dizer? Não entendes que a «moral» de que estás a falar é precisamente a causadora única do ódio às estátuas? Como é que é possível que não percebas que os muçulmanos têm precisamente essa moral, mas é que é exactamente essa, e da mesma fonte original - porque o Maomé fez isso precisamente na mesma tradição que o Abraão - e é por isso mesmo que têm tanto ódio às estátuas como o Abraão tinha e todos os cristãos iconoclastas tinham? Achas que rebentar estátuas à martelada - ainda por cima eram o negócio do pai dele - não é «ódio» só porque lhe chamas «moral»? Donde é que tu pensas que vem o ódio religioso? Achas que vem numa caixinha em dose de dez unidades ou em vez disso deriva da convicção absoluta de que o que o lado contrário faz ou diz é o mal, convicção essa que deriva do fanatismo ao seguir determinada crença dogmática?
1- Ele ridicularizou foi o culto a estátuas religiosas, o que se tornou um pressuposto do judaísmo.
2- Ele destruiu algumas estátuas religiosas para que o construtor de ídolo vi-se o ridículo de prestar culto às mesmas, ora este templo não servia de culto a ninguém, nem destrui-lo serviu de lição religiosa a ninguém, logo este acto não segue a mesma lógica do do Abraão.
3- Ao longo dos tempos, houve gente fanática cristã que por isso foi muito mais longe do que Abraão, o que quer dizer que não seguiram o exemplo do dito profeta, mas o seu próprio fanatismo.
1- Ele ridicularizou o culto a estátuas religiosas, como jã disse, o que se tornou um pressuposto do Judaísmo, do Cristianismo e do Islão, os três irmãos abrahâmicos.
2- Ele destruiu algumas estátuas religiosas para «mostrar» ao construtor das mesmas que é ridículo prestar-lhes culto, ou seja, actuou de um modo intolerante, exibindo o mesmo ódio que os muçulmanos mostram hoje na destruição do património politeísta local. Não interessa que os actuais templos da região não sirvam o culto de ninguém, é que isso não interessa mesmo nada - o objectivo é o mesmo, o da destruição de testemunhos de culto politeísta, por isso mesmo é que este acto tem precisamente a mesma justificação que o de Abraão, ou seja, o da destruição de ídolos/templos por motivos estritamente religiosos e intolerância religiosa monoteísta bíblica, a qual se pode chamar, com propriedade, abraâmica.
3- Ao longo dos tempos, houve gente fanática cristã que mais não fez do que seguir o exemplo de Abraão, e ainda por cima orgulhando-se disso, o que significa que seguiram de facto o exemplo do referido poeta, porque a tradição nesse aspecto é só uma, a abraâmica, e o motivo da destruição é também precisa e rigorosamente o mesmo.
1-Por acaso não é bem assim já que as estátuas religiosas fazem parte do Cristianismo, nomeadamente do Catolicismo.
2-Não foi o ódio que motivou Abraão, porque se fosse ele teria destruído todas as estátuas e teria proibido o construtor de fazer novas estátuas, ou então tinha o matado ou espancado. Nada disso aconteceu, o que aconteceu foi o Abraão ter contado uma história que demonstrou o absurdo do culto a estátuas religiosas.
Bem, para o Abraão interessava muito se as pessoas prestavam culto às estátuas religiosas como a moral da história que ele contou bem indica.
3-Não seguiu, e tanto não seguiu que isso foi uma moda bem passageira, e basta dizer que na Renascença surgiram obras de carácter pagã por todo lado da Itália, que até hoje perduram. No mundo árabe nada disso aconteceu.
1 - Por acaso é exactamente como eu disse, porque os cristãos na sua origem destruíam estátuas e usavam contra o culto às estátuas precisamente a mesma «argumentação» ridicularizante - e desonestamente ridícula - de Abraão. Que o Catolicismo tenha depois feito estátuas constitui tão somente uma ironia da História e uma derrota moral dos que sendo católicos se orgulhem dos «feitos» dos seus antepassados espirituais cristãos das origens.
2 - O que motivou Abraão foi tanto ódio como o que motivou os islamistas do califado. Ou ambos são motivados pelo ódio ou então nenhum deles o é, sem apelo nem agravo. Já agora, o procedimento de Abraão tem realmente um aspecto tão cheio de ódio como o dos islamistas, pela agravante de que ele estava a destruir o negócio do seu próprio pai. Claro que seria ir longe de mais proibir o próprio pai de fazer fosse o que fosse, aquilo ali não era a Europa de 2015 em que os filhos podem dar ordens aos pais, e espancá-lo então estaria fora de questão. Mas o que fez foi realmente indicativo de ódio, porque destruir as estátuas todas do negócio, à martelada, e no fim ainda gozar com as crenças do pai e dos outros conterrâneos, pondo o martelo nas mãos de um dos ídolos, é, realmente, parecer estar carregado de ódio. E a doutrina que ele depois expõe é precisamente a que está na raiz da iconoclastia dos cristãos e dos muçulmanos, que dele descendem, efectivamente.
3 - E, assim, ao longo dos tempos houve mesmo toneladas de gente que mais não fez senão seguir o exemplo de Abraão, e tanto isto aconteceu que incontáveis estátuas e templos pagãos foram destruídos um pouco por toda a parte onde os cristãos para isso tiveram força. Até no Japão. Portanto, chamar a isso uma «moda passageira» é nada menos que ridículo. E que na Renascença tenham surgido estátuas de temática pagã em nada contraria este facto, dado que, primeiro, os cristãos católicos já se tinham habituado a prestar culto às suas próprias estátuas (não conseguiram vencer os costumes populares), além de que o culto religioso a quaisquer estátuas pagãs estava evidentemente proibido. Não eram portanto estátuas feitas por motivos religiosos. No mundo árabe, de resto, também há estátuas, mas ai de quem lhes prestar culto.
1- Por acaso não é, já que o facto de existirem estátuas religiosas no Catolicismo prova sem margem para dúvidas que a iconoclastia não pegou na dita religião, foi sol de pouca dura. E já agora, o facto de que arqueólogos judeus descobrirem e preservarem arte pagã em Israel sem nenhuma contestação da comunidade judaica prova também sem margem para dúvidas que o suposto ódio do Abraão às estátuas pagãs não pegou nos ditos.
2- Não foi, e o facto de ele ter contado uma história moral que demonstrava o absurdo ao culto de estátuas religiosas prova sem apelo nem agravo que o estava em causa não era um ódio às ditas, mas uma análise racional ao culto tanto das estátuas pagãs como não-pagãs. Se ele odiasse mesmo as estátuas religiosas, teria mesmo punido o pai de alguma maneira. O que ele fez habilmente foi criticar o culto das estátuas pagãs, e está muito longe de ser ódio. Por essa lógica quando se critica a imigração na Europa, está-se mostrar ódio aos imigrantes. Bem, essa é lógica da antifaria...
3-Tanto foi uma moda passageira que acabou. Se houvesse realmente um ódio contra as estátuas pagãs na Bíblia, que é o que tu defendes, nem na Renascença teria sido feito alguma. Deves estar a falar de estátuas que foram desenterradas pelos arqueólogos pois durante séculos as areias as encobriram salvando-as da ira dos muçulmanos, ora eu estou a falar de estátuas construidas pelos cristãos, o que põe em causa essas ideias de que os cristãos estão obrigados a serem iconoclastas e que o Abraão odiava as estátuas religiosas.
1- Por acaso é mesmo, mas mesmo, como eu disse, uma vez que, repito - mas é que repito as vezes que forem precisas ou me apetecer - os cristãos na sua origem destruíam estátuas e usavam contra o culto às estátuas precisamente a mesma «argumentação» ridicularizante - e desonestamente ridícula - de Abraão. Que o Catolicismo tenha depois feito estátuas constitui tão somente uma ironia da História e uma derrota moral dos que sendo católicos se orgulhem dos «feitos» dos seus antepassados espirituais cristãos das origens. A iconoclastia cristã foi sol de pouca dura mas só a metade - porque, de facto, os cristãos continuaram a destruir os ídolos alheios sempre que puderam. Por conseguinte, o espírito é o mesmo, o da intolerância monoteísta.
Quanto aos arqueólogos judeus, são homens de ciência num país altamente ocidentalizado, com diversos ateus e de gente pouco religiosa. Naturalmente que no campo científico não há interferência das autoridades religiosas ao ponto de se destruírem as estátuas e outros vestígios do Politeísmo. Aliás, nem na Turquia há essa destruição, uma vez que continuam sob o olhar do Ocidente e não querem demonstrar abertamente um islamismo intolerante a esse ponto. Os islamistas do califado fazem simplesmente o que muitos muçulmanos no resto do mundo queriam poder fazer - e fazem, no Paquistão e arredores, destruindo estátuas e templos hindus, por exemplo - e muitos cristãos quereriam também poder fazer, tal como de facto fizeram sempre que para isso tiveram força.
2 - Foi sim, o que motivou a actuação de Abraão foi tanto ódio como o que motivou os islamistas do califado. Ou ambos são motivados pelo ódio ou então nenhum deles o é, sem apelo nem agravo. Já agora, o procedimento de Abraão tem realmente um aspecto tão cheio de ódio como o dos islamistas, pela agravante de que ele estava a destruir o negócio do seu próprio pai. Claro que seria ir longe de mais proibir o próprio pai de fazer fosse o que fosse, aquilo ali não era a Europa de 2015 em que os filhos podem dar ordens aos pais, e espancá-lo então estaria fora de questão. Mas o que fez foi realmente indicativo de ódio, porque destruir as estátuas todas do negócio, à martelada, e no fim ainda gozar com as crenças do pai e dos outros conterrâneos, pondo o martelo nas mãos de um dos ídolos, é, realmente, parecer estar carregado de ódio. E a doutrina que ele depois expõe é precisamente a que está na raiz da iconoclastia dos cristãos e dos muçulmanos, que dele descendem, efectivamente.
Portanto, chamar-lhe «ai, foi com uma história moral, uma história moral!» não tem qualquer cabimento para disfarçar o dito ódio. Também os islamistas contam as histórias morais que for preciso para fazerem seja o que for - aliás, todo o seu discurso, letra a letra, é história de moral e não falam eles doutra coisa senão de moral. Morais há muitas, são como os chapéus. Também não adianta dizer que «ai, mas a história é racional!» Racionais também são as justificações islamistas para destruírem património pagão - racionais «à luz» do pensamento islâmico, evidentemente, tal como a arenga de Abraão é racional «à luz» da sua doutrina de que há um só «Deus» (ui, tanta racionalidade).
Evidentemente que Abraão não ia punir o pai, isso seria ridículo, uma vez que naquele momento estava a dar a conhecer um pensamento novo, ou pelo menos raro, ante a surpresa do pai, até porque naquele tempo um filho não punia um pai com facilidade.
Quanto à comparação com o discurso a respeito dos imigrantes, enfim, nem fui eu quem aqui começou a dizer que o Abraão odiava ou não odiava as estátuas, e só usei o termo «ódio» como resposta e em generalização. Mas nem nisso a comparação está bem feita - porque falar contra a imigração até pode ser considerado como «ódio» à imigração em si, não aos imigrantes, uma vez que a imigração maciça traz a diluição dos Povos.
Assim, a natureza do discurso antifa começou a ser aplicada aí desse lado, uma vez que quem começou por ligar a destruição de ídolos a «ódio» não fui eu.
3-Tanto não foi uma moda passageira que durou séculos e só acabou quando os cristãos já não tinham força para o fazer. Isto mostra bem o ódio que existia às estátuas pagãs, que vem precisamente da Bíblia, como acima ficou demonstrado. E na Renascença só puderam ser feitas porque, repito, não tinham um significado religioso mas meramente artístico, e mesmo assim sempre debaixo de olho. Por isso é que gente nominalmente cristã pôde construir estátuas pagãs - porque o seu carácter religioso não se punha, estaria fora de questão prestar-lhes culto, como eu disse acima e não foi rebatido. Aliás, tanto assim que aqui há poucos anos a Igreja Ortodoxa búlgara protestou contra a colocação num porto de uma cidade de uma estátua de Apolo, e esta nem seria ali colocada por motivos religiosos, mas mesmo assim, já bem depois de 2000, causou polémica, o que não surpreende demasiado, quando se sabe a repulsa que a Bíblia expressa relativamente às estátuas pagãs e o vasto e longo historial de destruição de estátuas pagãs por parte de cristãos, os quais até nisso demonstram a sua comunidade de origem com os muçulmanos e só não o fazem agora porque a cultura ocidental pesa politicamente mais que tudo o resto.
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