segunda-feira, agosto 03, 2015

SOBRE A CRESCENTE ETNOCRACIA NA UCRÂNIA

Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: http://br.sputniknews.com/opiniao/20150731/1728846.html#ixzz3hmMDJFje
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O governo nacionalista ucraniano comandado por Pyotr Poroshenko representa uma etnocracia que põe em risco os direitos políticos das minorias étnicas no país, segundo disse à Sputnik o analista de Relações Internacionais especializado em Leste Europeu Felipe Diniz.
Segundo o especialista, o facto é evidenciado pela recente demanda por autonomia dos romenos dentro da Ucrânia. 
Na quarta-feira (29), a recém-criada Assembleia da Bucovina do Norte, grupo que pretende representar a minoria romena nacional da Ucrânia, declarou a região de Chernivtsi, na parte ocidental do país, como uma "província da Roménia", segundo relatou a revista Timer. 
“Para entender essa questão é preciso entender o que acontece hoje na Ucrânia e por que é que esta assembleia constituinte dos romenos na Bucovina deu essa declaração logo agora”, sublinhou Diniz.
Segundo o analista, os romenos vivem na região há muito tempo e é significativo que esta demanda por autonomia tenha surgido no contexto actual, isto é, diante dos resultados da ofensiva de Kiev contra os movimentos de independência no leste do país.
“A Ucrânia encontra-se dividida. Uma parte está no controle de Kiev, sob um governo ultra-nacionalista, pró-europeu, e há as províncias ditas rebeldes – que buscam um alinhamento com a Rússia e uma independência –, sem contar com o caso da Crimeia, que, hoje em dia, já é uma região 100% russa”, expôs Diniz.
“Muitos meios de comunicação têm mostrado que o actual governo da Ucrânia (…) tenta capturar o Estado dentro de uma etnocracia do grupo étnico ucraniano”, afirmou o especialista, lembrando que o oblast da Bucovina sofre com esta investida nacionalista por se encontrar na zona de domínio de Kiev.
A situação, de acordo com Diniz, é semelhante à que aconteceu na Letónia, país com grande população russa, mas onde, não obstante, o Estado foi raptado por uma etnocracia nacionalista letã após o fim da URSS. Assim, segundo o analista, a minoria russa da Letónia foi sendo marginalizada por meio de medidas institucionais, tais como a aprovação de leis que limitam o uso da língua russa e que restringem os direitos de cidadania para os russos étnicos no país.
Ainda de acordo com Diniz, até o começo da crise as minorias da Ucrânia conseguiam viver em "relativa harmonia". 
“Mas, a partir do momento em que sobe um governo nacionalista em Kiev, é claro que a população romena, que não é nem eslava –os romenos são um povo latino – vê-se numa posição de risco. Quando [o governo] adopta uma atitude em que ‘tudo que é ucraniano é superior’, as outras identidades sentem-se em risco”, constatou o especialista.
E, para Diniz, o que acontece na Bucovina, com a questão romena, pode acontecer também com outras minorias no território da Ucrânia, como os polacos e os eslovacos. Apesar da etnificação do Estado ucraniano ser uma resposta aos conflitos com os russos no leste do país, as consequências atingem todas as minorias do território directa ou indirectamente.
Com o objectivo de "salvaguardar os direitos dos romenos que vivem numa província romena que actualmente faz parte da Ucrânia", os organizadores da Assembleia da Bucovina do Norte argumentaram que Chernivtsi precisa de ganhar um estatuto especial de autonomia dentro do país devido à falta de segurança gerada pela crise interna ucraniana.
(...)

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A Ucrânia dá, nisto, um bom exemplo à Europa e ao mundo. Que um típico representante da elite político-cultural reinante diga que o País está a ser «raptado» pela etnocracia só confirma que a laia de tal opinador é inimiga das identidades e até da mais óbvia legitimidade política. Manda a coerência do respeito pelos Povos que cada Povo tenha direito a um espaço exclusivamente seu. É esse, e só esse, o significado e propósito do Estado: albergar um Povo, isto é, a Nação, a Etnia. Por este motivo torna-se evidente que a cada Nação corresponda um Estado e a cada Estado corresponda, necessariamente, uma só Nação. Aquilo que agora acontece na Ucrânia, e que aconteceu, segundo o opinador, na Lituânia, é pois o caminho natural que todos os Estados deveriam seguir.

Quanto à passagem em que fala de «governo ultra-nacionalista e pró-europeu», é repentinamente inspiradora - causa evidentemente perplexidade aos nacionalistas «anti-europeus» mais empedernidos e presos a dogmas, que confundem por isso mesmo objectivos com meios, não sabendo por isso distinguir entre ideais e circunstâncias. O objectivo do Nacionalismo é garantir a salvaguarda, soberania e glorificação da Nação. Não é nem mais nem menos do que isto. Não há uma só letra a acrescentar a isto. Em determinadas situações, pode esta ideia estar associada a esta ou àquela prática, mas isso não pode servir para a condicionar daí para a frente. Assim, se o governo ucraniano precisa da aliança à União Europeia, até de uma integração na mesma, para escapar ao império russo, então é esse o caminho que deve seguir. 

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Imigrantes queimam a bandeira do arco-íris que representa os gays na suecia:

https://www.facebook.com/mikaelh1/videos/vb.748280013/10155917862615014/?type=2&theater

4 de agosto de 2015 às 07:28:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

http://pt.euronews.com/2015/08/03/catalunha-antecipa-eleices-com-independencia-no-horizonte/

4 de agosto de 2015 às 08:46:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Clérigo saudita diz que a Terra não anda à volta do Sol:


http://www.rt.com/news/233063-saudi-cleric-earth-sun/



Espera-se um festival de guincharia e achincalhamento por parte dos esquerdistas que passam a vida a ladrar contra e a ridicularizar a religião do judeu-que-morreu-pregado-na-cruz pelo mesmo motivo. Ainda não vi nada, mas só pode estar para breve...

4 de agosto de 2015 às 13:40:00 WEST  

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