GENERAIS AMERICANOS AVISAM SOBRE A AMEAÇA QUE O ESTADO ISLÂMICO REPRESENTA
Fonte: http://observador.pt/2015/04/27/generais-americanos-avisam-tenham-medo-do-estado-islamico/ (Artigo originariamente redigido sob o acordo ortográfico de 1990 mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa)
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Num texto publicado na CNN, dois reputados generais norte-americanos, já reformados, e um conselheiro para o terrorismo, vincaram as suas preocupações e reticências quanto ao método da Casa Branca para travar o avanço do Estado Islâmico. Michael T. Flynn, James E. Livingston e Michael S. Smith, fundadores da Kronos Advisory, uma empresa para aconselhamento estratégico, consideram uma “ironia trágica” que as políticas de um Nobel da Paz — Barack Obama, presidente norte-americano — tenham transformado a Síria no novo palco da jihad. Mais: essas políticas, segundo os autores do texto, tornaram a Líbia num Estado falhado, o que acontecerá também com o Iémen.
O texto acusa ainda Barack Obama de ser “ingénuo”, com o “perigoso hábito” de ver o mundo como gostaria que fosse e não como realmente é. O número de vítimas, que aumenta todos os dias, é, dizem, fruto da lentidão de uma resposta da Casa Branca e lembram: “Nem os Estados Unidos nem outros aliados do Ocidente estão imunes a este cancro”.
O texto começa com um directo e sombrio “Tenham medo, tenham muito medo”. No parágrafo seguinte chega a motivação desta carta. “Os resultados dos esforços inovadores da Casa Branca em fazer do mundo um lugar melhor podem ser contabilizados pelo número crescente de vítimas do Islão radical no Médio Oriente, norte de África e sul da Ásia. Para não mencionar aqui nos Estados Unidos, Canadá e Europa.”
Depois surge o entendimento que têm do Médio Oriente e da evolução do mesmo no pós-Primavera Árabe. “A jihad síria ergueu o Estado Islâmico no Iraque e Síria, que agora usa a Síria como base de apoio para apoiar a sua jihad no Iraque, que poderá brevemente espalhar-se para a Jordânia”, explicam. E acrescentam: “Mais, a Líbia é agora usada como base de apoio do EI e outros elementos jihadistas globais que desejam redesenhar o mapa do Médio Oriente, assim como planear ataques na Europa e América do Norte.”
O cenário actual, asseguram, é responsabilidade da ausência de uma resposta assertiva. “Dada a lentidão assustadora do presidente da América em permitir que o exército e os serviços secretos tomem medidas contra o Estado Islâmico e o seu progenitor, al-Qaeda, o cenário é claro: a contagem de corpos continuará a crescer.”
Os três fundadores da Kronos Advisory alertam que a morte de Osama bin Laden, e “ao contrário do que a Casa Branca parecia pensar em 2011″, não eliminou todas as nuvens e ameaças que pairam sobre o mundo Ocidental.
“Irá Obama tomar as decisões difíceis?”. É assim o último subtítulo de um longo texto que visa atrair a atenção para os perigos do avanço do Estado Islâmico e do fundamentalismo islâmico. “A História mostrou os perigos que milhões correm se os nossos líderes não enfrentam uma ameaça iminente chamando-a pelo que é e colocando todo os esforços em marcha para destruí-la.” Por último, estes três senhores aconselham Obama a não esperar que os parceiros árabes façam o trabalho mais difícil.
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É de salientar o que o texto original diz sobre a morte de bin Laden - não só não eliminou o terrorismo islâmico como nem sequer o diminuiu. E a percentagem de grupos salafistas (islamistas radicais) aumentou cinquenta e oito por cento de 2010 a 2013.
O texto original diz também que o fim das limitações à liberdade de expressão religiosa que a chamada Primavera Árabe trouxe fizeram com que vários Estados - Egipto, Tunísia, Líbia - se tornassem em território fértil para o recrutamento jihadista.
Mas onde o artigo em Português - acima transcrito - apresenta a maior lacuna é no esquecimento de uma referência crucial no texto original, mencionada mais de uma vez: o grande inimigo, que Obama não se atreve a designar como tal, é o Islão radical. Os autores escrevem o seguinte: «Os académicos que têm de dizer alguma coisa nova ou diferente para captar interesse para o seu trabalho podem descrever as agendas do Estado Islâmico e da Al-caida como distintas. Mas o facto é que o não são - as suas agendas, que constituem as maiores ameaças ao ambiente da segurança global hoje em dia, são manifestações do Islão radical.»
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