sábado, agosto 09, 2014

NÍVEL RECORDE DE VIOLÊNCIA CONTRA HINDUS NO PAQUISTÃO - CINCO TEMPLOS DESTRUÍDOS EM MARÇO

Ídolos hindus destruídos em templo hindu de Larkana, Paquistão


Fonte: http://tribune.com.pk/story/704806/hindus-other-minorities-in-pakistan-face-surge-of-violence/
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Março foi, segundo um artigo noticioso de Maio divulgado por um grupo de defesa de direitos humanos, Life for All, o pior mês no que respeita a ataques contra hindus no Paquistão durante os últimos vinte anos. Num só período de trinta dias foram atacados cinco templos hindus, a acrescentar aos nove templos hindus atacados ao longo de 2013.
Outras minorias religiosas presentes no Paquistão - não apenas hindus mas também cristãos, ahmadis e xiitas - queixam-se de que o Estado não os protege contra a violência que contra elas é perpetrada. Alguns dizem que a situação agravou-se com a chegada ao poder do actual primeiro-ministro Nawaz Sharif - que tem fortes laços com a Arábia Saudita, dominada pelo islamismo wahabita - no ano passado. Os não muçulmanos constituem pequena parcela de uma população de cento e oitenta milhões de pessoas, num país que possui armas nucleares e que foi criado em 1947 por pressão de Muhammad Ali Jinnah e cedência de Rajiv Gandi para que os muçulmanos tivessem uma pátria sua, garantindo todavia a liberdade de culto e a igualdade perante a lei de todos os outros grupos religiosos. 
A verdade é que a Comissão Norte-Americana de Liberdade Religiosa afirmou em relatório recente que as condições no Paquistão «atingiram um recorde» em matéria de intolerância e o governo paquistanês tem falhado em proteger as minorias e punir os perpetradores de crimes contra as ditas. Os activistas dos direitos humanos denunciam por seu turno a existência de oportunistas que aproveitam a onda de intolerância reinante para se apoderarem de terras, casas e negócios das minorias religiosas. 
Como resultado do ambiente reinante, há a cada mês cerca de cem famílias hindus a abandonar o Paquistão para ir viver na Índia. Um dos casos é o dos irmãos de Munawar Jee depois de a sua irmã casada ter sido raptada no ano passado. Os seus raptores registaram-na como convertida ao Islão e casaram-na, ou re-casaram-na, no dia seguinte. E se ela rejeitar depois o Islão isso pode decretar a sua sentença de morte, uma vez que no Paquistão a apostasia do Islão é punida com a pena capital. «Perder a minha irmã é o maior trauma da minha vida», diz Jee à Reuters na sua sapataria no Punjab, Estado do Paquistão. Diz por isso que em breve irá juntar-se à sua família na Índia. Os hindus dizem que as suas mulheres são alvos fáceis de violação ou casamento forçado.

Legenda: «Alto à conversão forçada de raparigas hindus»

Os templos hindus são facilmente atacados e destruídos. Acusações de blasfémia, que a lei paquistanesa pune com a morte, são cada vez mais usadas para levar os hindus a abandonar as suas casas. Exemplo disso foi o que sucedeu recentemente na vila de Larkana, onde uma acusação de blasfémia conduziu a uma situação de grande violência, com a populaça islâmica a dirigir-se durante a noite ao templo hindu local, levando consigo clavas, e, lá chegados, a esmagar estátuas, a saquear artefactos de ouro e a incendiar o templo.
O Punjab, acima citado, terra donde é originário o primeiro-ministro, costumava ser um refúgio para os hindus, quando comparado com o resto do Paquistão, mas agora está também a tornar-se numa base para grupos de militantes.