NASCEU O CALIFADO ISLÂMICO, GRANDE OBJECTIVO DO ISLÃO
Fonte: http://www.publico.pt/mundo/noticia/isis-proclamou-o-califado-com-que-bin-laden-sonhou-1661088
O ISIS cumpriu o seu nome. Após três semanas de uma ofensiva relâmpago que desmanchou a frágil unidade iraquiana, o grupo jihadista anunciou a criação de um califado nos territórios que já controla, do norte da Síria ao leste do Iraque. Um Estado islâmico arcaico, que não reconhece fronteiras nem a lei internacional e que tem ambições hegemónicas. Não se sabe se o grupo tem os meios para manter (ou expandir) o terreno que reivindica, mas a inesperada proclamação desafia, de uma só vez, os governos da região e a liderança da Al-Qaeda, de que se dissociou e cujo lugar quer agora ocupar.
“Quaisquer que sejam as opiniões sobre a sua legitimidade, o anúncio da restauração do califado é o acontecimento mais importante do jihadismo internacional desde o 11 de Setembro”, diz à Reuters Charles Lister, analista militar e investigador convidado do Brookings Doha Center, no Qatar, sublinhando que todos os grupos radicais que até agora gravitavam em torno da Al-Qaeda “vão ter de decidir se apoiam e se unem ao ISIS ou se se opõem”.
A declaração feita no domingo não deixa margem para meios termos. “A legalidade de todos os emirados, grupos, Estados e organizações torna-se nula perante a expansão da autoridade do califa e a chegada das suas tropas às áreas que ocupam”, disse um porta-voz do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS) numa gravação difundida pela Internet e com tradução em sete línguas. O califa – termo que historicamente designava o sucessor do profeta Maomé – é Abu Bakr al-Baghdadi, o misterioso e temido líder do grupo ultra-radical, “a quem todos os muçulmanos devem obediência e apoio”.
O anúncio da reconstituição do califado, ambição de gerações de integristas e radicais sunitas, podia ser apenas um golpe de propaganda – a proclamação coincidiu com o início do Ramadão, o mês sagrado para os muçulmanos –, não fosse o grupo ter dado na semana passada um importante passo para o concretizar, ao apoderar-se de postos de controlo na fronteira entre a Síria e o Iraque. O Exército iraquiano diz ter reconquistado parte das posições e outras permanecem nas mãos das tribos locais, mas o grupo detém pelo menos o posto fronteiriço, em Qaim, o que lhe permite ligar a frente de combate no Leste da Síria às cidades e províncias que conquistou no Oeste e Norte do Iraque – o território que agora reivindica para o califado.
Num dos vídeos de propaganda postos a circular na mesma altura da proclamação, vê-se um bulldozer a derrubar as dunas de areia que assinalam a fronteira entre os dois Estados. “Esta não é a última fronteira que vamos derrubar”, ameaça um combatente no vídeo, sugestivamente intitulado O Fim de Sykes-Picot, o acordo entre a França e o Reino Unido para a partilha dos territórios do Império Otomano, no final da I Guerra Mundial, e que deu origem às fronteiras actuais.
“Esta declaração é uma mensagem não apenas ao Iraque e à Síria, mas a toda a região e ao mundo”, reagiu nesta segunda-feira o porta-voz do Exército iraquiano, que concentra agora os seus esforços na reconquista de Tikrit, a cidade natal de Saddam Hussein, 100km a norte de Bagdad. O general Qassim Atta espera, por isso, que os países vizinhos e as potências troquem a prudência por um apoio mais musculado ao Governo iraquiano, acusado por muitos aliados de ter deitado lume na fogueira da rebelião ao perseguir e discriminar a minoria sunita. Em Bagdad estão já aviões caças russos, drones americanos e conselheiros iranianos, mas a contribuição é modesta para um Exército que, mesmo com o apoio das milícias xiitas, tem tido dificuldades em travar a ofensiva dos radicais.
Apesar das reticências, ninguém subestima o inimigo. “Eles estão bem treinados, são muito capazes e têm sistemas de armamento avançado que sabem como usar”, disse ao LA Times Michael Stephens, especialista britânico em segurança e defesa. Na Síria, onde o grupo entrou em 2012, apoderou-se de armas e munições entregues aos rebeldes pela Arábia Saudita e levou-as para Anbar, a grande província sunita no Oeste do Iraque. Um arsenal que engrossou com a ofensiva das últimas semanas – só no Norte do Iraque conquistou as bases de cinco divisões do Exército. “Estamos a falar de armas para 200 mil soldados, tudo fornecido pelos americanos”, disse ao mesmo jornal Jabbar Yawar, responsável pelas forças de segurança curdas. E em Mossul, cidade conquistada num único dia, a 10 de Junho, os rebeldes ficaram com o equivalente a 500 milhões de dólares.
Vários analistas sublinham que o grupo só tem capacidade para manter o território que controla se não ostracizar as tribos e os grupos rebeldes que o apoiam – uma aliança que a proclamação do califado pode abalar – e sublinham que a Baghdadi falta a reputação e as alianças que fizeram do Osama bin Laden um líder venerado pelos jihadistas. “Isto pode soar bem nalguns círculos que sempre sonharam com um califado, mas todos sabemos que o ISIS não é o tipo de entidade que o pode fazer renascer”, disse à Reuters o analista político qatari Abdulkhaleq Abullah, sublinhando que Baghdadi “não tem uma fracção da credibilidade e das credenciais de Bin Laden”.
E este é o mapa revelado nas redes sociais pelo ISIS, mostrando o território que consideram seu por direito. Pode ver-se que toda a Ibéria está incluída nesta pretensão, como seria de esperar e como os «islamófobos» mais atentos sabem desde há muito. Para os muçulmanos, todo o território que alguma vez tenha sido conquistado por muçulmanos passa a ser muçulmano para sempre, mesmo que posteriormente seja ocupado por «cafires», isto é, por não muçulmanos.
Repare-se que tudo isto está de acordo com o Islão - não se trata de qualquer invenção ou capricho dos muçulmanos ali de um canto qualquer do Iraque. É mesmo verdade que, de acordo com a doutrina muçulmana, todo e qualquer muçulmano de qualquer parte do mundo está obrigado a obedecer ao califa. Leia-se mais aqui, por exemplo: http://www.jihadwatch.org/2014/07/islamic-state-caliph-calls-on-muslims-worldwide-to-move-to-his-new-caliphate-and-wage-jihad-against-infidels
E, tal como manda a tradição e promessa de Maomé, o califa já declarou que Roma está na mira da conquista muçulmana: http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2014/07/02/roma-entra-no-alvo-do-grupo-terrorista-isis/«Se Deus quiser, vamos tomar Roma e o mundo inteiro», concluiu.
1 Comments:
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