JOGADOR MUÇULMANO DA SELECÇÃO «NACIONAL» FRANCESA RECUSA CANTAR O HINO NACIONAL

Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-problema-de-benzema-o-craque-da-franca-que-nao-canta-a-marselhesa/

O melhor em campo na partida em que a França atropelou a Suíça, Karim Benzema perdeu um penalti, fez dois golos (o segundo não valeu por que o juiz caprichosamente tinha apitado o fim da partida), deu duas assistências — e não cantou o hino.

Não é um detalhe. Não estava nervoso e atrapalhado. Benzema não entoa jamais a gloriosa “Marselhesa” “Não é por eu cantar que vou marcar três golos. Se eu não cantar a ‘Marselhesa’ e marcar três golos, não acho que no final do jogo alguém vá reclamar. Zidane, por exemplo, não cantava. E há outros. Não vejo isso como problema”, disse ele.

Benzema, como Zidane, seu ídolo e amigo, é filho de imigrantes argelinos e é muçulmano. O silêncio é um protesto contra uma letra que diz: “Às armas, cidadãos/ formai vossos batalhões/ marchemos, marchemos! / Que um sangue impuro / banhe o nosso solo”. É duramente criticado por essa atitude. A Frente Nacional, de Extrema-Direita, fundada por Jean Marie Le Pen, chamou-o mercenário desleal e pediu o seu banimento. “Ele não vê problema nisso. Bem, o povo francês não veria nenhum problema se ele não mais estivesse na selecção”.

É uma falácia. Benzema, que também cravou dois contra Honduras na estreia, faz toda a diferença para a França, uma equipe maioritariamente composta por filhos de imigrantes. Além dele, o time tem Valbuena (descendente de espanhois), Cabaye (de vietnamitas), Matuidi (angolanos), Sagna (senegaleses), Varane (os pais são da Martinica).

Há três anos, o ex-técnico da selecção, Laurent Blanc, chegou a sugerir que se limitasse o número de atletas não-brancos. Blanc queria uma quota de 30% de descendentes de africanos na federação. (...)

Obviamente que a FN tem, mais uma vez, toda a razão. Uma selecção nacional representa um país, não é uma equipa de futebol como outra qualquer. A habilidade no jogo da bola não chega para nela participar. Não cantar o Hino Nacional por motivos ostensivamente ideológicos, decorrentes da obediência a um credo alógeno, ter a distinta lata de o declarar publicamente, é, efectivamente, não apenas motivo para ser excluído da selecção de futebol que representa o País mas também do próprio País.

Não se trata apenas de não cantar o Hino Nacional. O cerne da questão é o à vontade, feito de costas quentes, com o que o alógeno explica a sua atitude. Trata-se portanto de um desrespeito óbvio por um símbolo do País e, por isso mesmo, de um desrespeito pelo País, que de modo algum pode ser tolerado a um cidadão nacional. Numa sociedade nacionalista, Benzema era de imediato expulso do País e, como jogador de futebol, só poderia retornar na condição de estrangeiro ao serviço de algum clube de futebol, nunca mais da equipa que representa a Pátria Francesa.