SOBRE A INTENÇÃO DECLARADAMENTE DEMOCRÁTICA DO SECTOR DIREITO DA UCRÂNIA
O Sector Direito, cujo líder a Rússia quer julgar por incitamento ao terrorismo, defende uma sociedade em que todos andam armados, decidem tudo a nível local, votando de braço no ar, sem leis escritas nem partidos políticos. Não depõem as armas, enquanto não o conseguirem.
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“Não vamos depor as armas até à vitória final”, declara Lamco, que é comandante de um grupo armado e é advogado. E quando diz “vitória final” refere-se ao regime político defendido pelo Sector Direito, a que ele chama uma “democracia em rede”.
Sentado à luxuosa secretária que terá pertencido a algum alto funcionário municipal, e sempre acariciando um cacetete negro, o comandante Lamcoexplica: “As comunidades de base é que tomam as decisões. Será um sistema idêntico ao que vigorou durante o Rus de Kiev, no século IX . Nessa altura, éramos um dos países mais poderosos do mundo.” [O Rus de Kiev é o primeiro reino eslavo fundado no espaço que é hoje ocupado pela Ucrânia e a Rússia europeia.]
Esse sistema, a que ele chama “a verdadeira tradição europeia”, é uma espécie de democracia directa e guerreira, que “não tem nada a ver com o fascismo". "É um sistema descentralizado. As comunidades tomam as decisões quanto aos assuntos que lhes dizem respeito, como acontece na Suíça.”
Mecheslav e Granislov (também nomes de guerra) são os coordenadores operacionais a nível nacional do Sector Privado. Deixam Lamco falar porque ele, como advogado, integra a comissão do programa político. Mas por vezes parecem não concordar com ele. “Será um sistema descentralizado, mas com um Estado muito forte”, diz Mecheslav, um jovem muito alto e magro, fardado de preto, de olhos azuis e faces encovadas. “A nossa ideologia é o centrismo ucraniano”, declara. “Não é nazi. Será algo único. Ninguém acredita que a revolução é possível, mas é. A tradição leva à inovação.”
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Outra regra: “Não haverá partidos políticos.” Os partidos são a fonte de toda a corrupção, representam interesses estranhos à nação… começa Lamco a explicar, mas Granislov puxa-lhe pelo braço. Parece que não há um consenso sobre a tema, no seio da organização. “Não teremos um regime de partido único, como os fascistas”, promete Mecheslav. “Mas não haverá propriamente partidos…” continua Granislov. E perante a insistência para que definissem uma posição, Lamco irrita-se: “Partidos, partidos, porque está tão obcecado com isso? Esse assunto não tem importância. Avance para a próxima pergunta.”
Claramente preocupados em não deixar a impressão de que são fascistas, os coordenadores apressam-se a dizer que defendem uma imprensa livre, e que respeitarão as minorias étnicas da Ucrânia.
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Os coordenadores dizem ter realizado sondagens segundo as quais mais de 50% dos ucranianos os apoiam.
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A coisa está ainda longe de se mostrar perfeita, dado que a supressão do voto secreto não é bom sinal. Numa democracia pacífica mas realista as pessoas devem ter a salvaguarda do voto secreto para evitarem nefastas consequências para a sua segurança a todos os níveis. Sem voto secreto dificilmente haveria tantos pacatos cidadãos europeus a votar em partidos nacionalistas como a FN, o BNP ou o PNR...
Quanto à rejeição dos partidos, ideia demasiadamente apreciada por demasiados nacionalistas, é outra que embora tenha um aspecto assim muito bonito e purista não deixa contudo de se afigurar mais negativa que positiva. O facto de haver corrupções e jogos de interesses no seio das formações partidárias não serve como argumento, dado que toda e qualquer instituição humana é corruptível e eventualmente corrompe-se em maior ou menor grau. A solução para tal vicissitude humana é simplesmente mais vigilância, portanto, mais democracia, não a atitude de pura e simplesmente deitar fora o bloco todo. Sucede simplesmente que ainda ninguém propôs um sistema melhor que o partidário para representar diferentes ideologias. E por mais que muita gente continue a votar mais em caras do que em ideias, a possibilidade de votar numa ideia, não numa pessoa, não deve de modo algum ser esquecida. E essa é uma das linhas mestras que a evolução da Democracia deve seguir - o da valorização crescente das ideias propriamente ditas e não das figuras que as promovem ou dizem promovê-las.
De qualquer modo, que um agrupamento político dos mais radicais já se demarque abertamente do Fascismo e faça finca-pé na valorização da Democracia como verdadeira tradição europeia é já um bom princípio - um sinal de que o Movimento Nacionalista está de facto a amadurecer.
7 Comments:
Com a particularidade de não sentirem o mínimo de nojo uns pelos outros, resolveram juntar-se todos para abrir as pernas da Ucrânia aos neo-liberais da União Europeia. Entre a muita merda engendrada para “combater” a corrupta oligarquia moscovita-judaica, os actuais mandantes de Kiev até já se dão ao luxo de - por exemplo - convidar para governador de Donetsk um milionário ucraniano que residia na Suíça. Mas que grandes nacionalistas…
"Sem voto secreto dificilmente haveria tantos pacatos cidadãos europeus a votar em partidos nacionalistas como a FN, o BNP ou o PNR... "
Se o Sector Direito estivesse no poder, porque é que haveria de haver constrangimentos ou temores de votar em partidos desses?
Isso só existe, na democracia corrupta parlamentar, porque quem domina é a ideologia anti-nacionalista totalitária, mas com o Sector Direito não há razão disso existir.
Além disso, se eles não querem partidos, também não vai haver PNR's e BNP's para "votar".
As coisas são decididas directa e localmente.
Não que eu ache o sistema ideal também, mas é muito melhor que o actual que temos, por muito que te custe.
"resolveram juntar-se todos para abrir as pernas da Ucrânia aos neo-liberais da União Europeia"
Verdade. E é o que vai acontecer. A Ucrânia vai ser integrada à força na UE. O plano é esse...
"O facto de haver corrupções e jogos de interesses no seio das formações partidárias não serve como argumento, dado que toda e qualquer instituição humana é corruptível"
Umas são muito mais corruptíveis do que outras, isso é lógico, só não vê quem não quer.
Não é "tudo igual" em termos de corrupção. Nem todos os regimes e instituições têem a mesma permeabilidade à corrupção.
Isso é um relativismo leviano e até desonesto.
Aqui sim, aqui é que se pode aplicar o argumento de que como a perfeição e a incorruptibilidade absolutas não existem, os democrateiros relativizam a absoluta corruptibilidade da democracia, com o argumento de que é "tudo igual" e tudo relativo (tudo se pode corromper) Relativismo da treta, que consiste em aceitar a corrupção total, só porque a perfeição e a verticalidade totais podem não existir. Demagogia pura.
Os partidos existem e foram criados apenas para dividir as nações (por isso, nacionalismo não é compatível com 5/6 partidos a lutarem entre si e a dividirem a nação) e para defenderem os seus próprios interesses.
Os seus próprios interesses, e os dos lobbies que os nomeiam/financiam e que eles representam, como grandes grupos económicos, etc
São esses que eles (os partidos) realmente representam, e não "a população".
E, por isso, a partidocracia corrupta e divisionista é muítissimo mais permeável a corrupção do que outras formas de governo.
Os partidos só existem porque e quando "alguém" os financia, (sem isso não há partido) e se alguém financia é porque tem algum interesse e espera obter vantagens com isso.
Logo aí, a corrupção é inerente, ao contrário de outras formas de regime.
Os partidos obedecem aos interesses do lobbie/grupo económico que financia e permite a sua existência.
E o seu objectivo é lutarem entre si por poder, por mais votos, etc, etc, se tiverem que prometer o paraíso e a Lua, prometem!
É tão simples como isto.
A "população" não é para aqui tida nem achada, até porque a "população" está desunida, dividida e partida em ideologias e partidozinhos.
Logo, não se pode falar que os partidos representam a "população" de um modo uniforme, monolítico e abstracto, se ela está toda dividida...
E mais ainda, se ainda por cima, a população só vota numa sigla que supostamente a representa; não escolhe nem quem vai para o partido, não escolhe quem a representa, não escolhe nem decide o que é que o partido vai fazer. Não decide nada!
Escolhe apenas uma sigla de 4 em 4 anos, na qual deposita uma "fé" (é o termo) de que essa sigla a vai "representar" ou vai ser "menos pior" que as outras (mal menor)
democracia é isto e consiste nisto. O resto é conversa. E vir dizer que se um partido falhar é destituído e bla, bla é conversa de chacha, porque se os partidos são todos iguais, tanto faz este ser destituído e ir para lá o outro.
São todos corruptos.
"O facto de haver corrupções e jogos de interesses no seio das formações partidárias não serve como argumento, dado que toda e qualquer instituição humana é corruptível"
«Umas são muito mais corruptíveis do que outras, isso é lógico,»
Claro - e as democracias são menos corruptos do que os outros regimes, como já foi demonstrado, e nunca foi contra-demonstrado, só não vê quem não quer. Não é "tudo igual" em termos de corrupção. Nem todos os regimes e instituições têem a mesma permeabilidade à corrupção. Isso é um relativismo leviano e até desonesto. Aqui sim, aqui é que se pode aplicar o argumento de que como a perfeição e a incorruptibilidade absolutas não existem, os anti-democrateiros pegam nos casos de corrupção conhecidos em democracia para a partir daí inventarem a teoria da «absoluta corruptibilidade da democracia», quando na verdade os *factos* apurados indicam que a Democracia é sem margem para dúvida o menos corrupto dos regimes - e quanto mais democrático é, menos corrupto se torna. O relativismo anti-democrateiro que diz «já que é a democracia é tooodaaa corrupta (um «exagero» palerma e desonesto) então acaba-se com a democracia toda e ficamos a gente a mandar...», o que além de ser um relativismo da treta é também uma chico-espertice das mais labregas.
«Os partidos existem e foram criados apenas para dividir as nações (por isso, nacionalismo não é compatível com 5/6 partidos a lutarem entre si»
Mais uma labreguice de quem não compreende a Democracia e que, além disso, atira para o ar com mais uma conspiraçãozita pacóvia, «os partidos foram criados para dividir a Nação!!!», enfim, palhaçadas. Quanto ao aspecto da incompreensão da Democracia, pois só gente incapaz de tolerar ideias contrárias é que acha que a divergência de ideias é «divisão da Nação», escapando-lhe por completo que numa sociedade civilizada as pessoas podem discordar entre si sem que isso signifique que se queiram matar ou que queiram pôr a PIDE ou a Gestapo ou a KGB no encalço de quem não concorda com as suas ideias.
«A "população" não é para aqui tida nem achada, até porque a "população" está desunida, dividida e partida em ideologias»
Não está desunida coisíssima nenhuma. Uma população civilizada, europeia, não se «desune» só porque fulano vota em x e beltrano em y - até porque de hoje para amanhã pode a coisa mudar e votarem ambos em X, como aliás se demonstra com a alternância democrática dos partidos.
«Logo, não se pode falar que os partidos representam a "população" de um modo uniforme,»
Não tem de ser «um modo uniforme». Uniforme é na tropa. Os partidos representam a população de um modo diversificado.
«E mais ainda, se ainda por cima, a população só vota numa sigla que supostamente a representa; não escolhe nem quem vai para o partido, não escolhe quem a representa, não escolhe nem decide o que é que o partido vai fazer»
Por isso mesmo é que têm de existir vários partidos, diferentes entre si. Caso contrário há um só regime em que a população não escolhe nem quem vai para o poder, não escolhe quem a representa, não escolhe nem decide o que é que o governo vai fazer. «Não decide nada!»
«Escolhe apenas uma sigla de 4 em 4 anos,»
E sem democracia a população nem isso escolhe - porque os iluminados tudo decidem por ela. E, assim, corrompem-se como quiserem sem que a população os possa deitar abaixo sem ser pela via violenta.
E é por isso que todos os regimes conhecidos a Democracia partidária ainda é o melhor ou menos mau.
"Sem voto secreto dificilmente haveria tantos pacatos cidadãos europeus a votar em partidos nacionalistas como a FN, o BNP ou o PNR... "
«Se o Sector Direito estivesse no poder, porque é que haveria de haver constrangimentos ou temores de votar em partidos desses? »
Pois claro, o que interessa é só os direitos dos Nacionalistas, os outros que se lixem... é essa mentalidade anti-democrática que urge combater no seio do Movimento. Em boa justiça não se pode querer para si o que se nega aos outros. E já agora mesmo num regime nacionalista poderiam existir discórdias diversas, aliás, a verdade é que existem diversos partidos nacionalistas até mesmo na Ucrânia.
«Isso só existe, na democracia corrupta parlamentar, porque quem domina é a ideologia anti-nacionalista totalitária,»
Pois, mas não domina totalmente, e tanto não domina que aí existem partidos nacionalistas que ganham votos e avançam.
«se eles não querem partidos, também não vai haver PNR's e BNP's para "votar". As coisas são decididas directa»
Entre indivíduos cuja liberdade poderá estar limitada precisamente por não se poderem associar de acordo com as suas ideias.
«mas é muito melhor que o actual que temos,»
Nem por isso, como expliquei acima.
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