quarta-feira, março 05, 2014

NPD ALEMÃO TOMA POSIÇÃO SOBRE A SITUAÇÃO NA UCRÂNIA MAS NÃO TOMA PARTIDO COM CLAREZA

Nenhuma opinião sobre o conflito na Ucrânia? 
Gente do Comité Executivo do Partido Nacional Democrata (NPD) são da opinião de que o partido não deve apresentar nenhuma opinião sobre o desenvolvimento actual na Ucrânia. O vice-presidente do partido não é desta opinião e, portanto, emite a seguinte declaração:
"Alto à OTAN belicista!
O NPD posiciona-se como um partido de paz e fim à intervenção na Europa Oriental! Contra o pano de fundo da escalada na Ucrânia e o risco crescente de um confronto militar no flanco oriental da OTAN, o NPD chama à responsabilidade da influência ocidental e da UE. Considerando os mais de vinte anos de subversão ocidental na Ucrânia e uma campanha de apoio de muitos milhares de milhões de dólares do Ocidente aos grupos pró-ocidentais e anti-russos, as advertências ocidentais contra a escalada da situação na Ucrânia são pura hipocrisia. 
Enquanto os meios de comunicação e partidos estabelecidos apelam em uníssono para apertar o cerco à Rússia e a ameaçá-la com sanções, o NPD como o único partido de verdadeira oposição na República Federal da Alemanha, apela a um travão imediato da interferência ocidental na Ucrânia e à provocação dirigida à Rússia. O Presidente adjunto do partido NPD adjunto Karl Richter declara: contra um cenário de mais uma crise do tipo síria provocada pelo Ocidente, o NPD apela a todos os cidadãos responsáveis do nosso país para levantarem a sua voz agora contra a política de guerra flagrantemente anti-constitucional da OTAN, que directamente leva ao perigo de uma ameaça militar. Com isto, o NPD está a posicionar-se mais uma vez como o único partido da República Federal da Alemanha que tem credibilidade no apoio à paz. Como patriotas alemães dizemos «Não» à intervenção e desestabilização da OTAN na Europa Oriental! As advertências do Ocidente à Rússia são hipócritas e mendazes - desde o fim da Guerra Fria, são primariamente os EUA e seus vassalos que regularmente causam dispostas a respeito da soberania nacional e a integridade territorial doutros países.
O facto de que o governo federal alemão está a seguir a linha bélica dos EUA de forma acrítica e faz do espaço alemão uma área de presença de forças ocidentais mostra ao mundo mais uma vez que a República Federal da Alemanha é território ocupado sem liberdade nacional e de acção. Exigimos a retirada de todas as forças ocidentais da Alemanha e um travão imediato a qualquer intervenção ocidental na Europa Oriental!
Karl Richter
Vice-presidente do Partido Nacional-Democrata da Alemanha (NPD)
Conselheiro em Munique, na Baviera
Munique, 4 Março de 2014

Fonte: http://majorityrights.com/weblog/comments/press_release

O NPD tem ligações amigáveis com o partido nacionalista ucraniano Svoboda, que actualmente se pauta por um discurso radicalmente anti-russo. Não deixa contudo de concentrar este pedaço da sua narrativa totalmente contra a OTAN, a qual, note-se, ainda nada fez directamente para levar à guerra, tanto quanto se sabe. E se levar tropas para a fronteira ucraniana não estará a violar legitimidade alguma.
A América e seus amiguitos está a aproveitar a deixa para veicular uma política de oposição ao poder russo, atitude que já Alexandre del Valle denunciava na sua obra «Guerras Contra a Europa» (1999) como verdadeiramente oposta aos interesses europeus, é certo; mas não pode negar-se que aqui um dos principais culpados da situação é o imperialismo russo. A OTAN faz aqui o que também os muçulmanos souberam fazer na Tchetchénia e noutras ex-repúblicas soviéticas do Cáucaso - aproveitar um nacionalismo local para promover uma agenda anti-russa. Acresce que muitos cidadãos ucranianos preferem o primado da Lei, que alegadamente se vive na União Europeia, à autocracia russa. Este é pois um triunfo da Democracia, embora um triunfo algo amargo para a Europa.