sábado, março 01, 2014

... COMEÇA MARÇO...



Marte, Deus da Guerra, é uma dos principais Deidades romanas, isto é, um dos Dii Consentes. Como seria de esperar, é o mais importante dos Dei Militares ou Deuses Bélicos.
Cultuado por vários Povos itálicos, foi também chamado Maurs, Mamers, Marmar, Marmors, Mavors.
Nas Suas várias indigitamenta (aspectos), este Deus celestial configura-Se como protector: protector do gado e dos campos, nomeadamente contra as doenças; protector, evidentemente, das fronteiras. Está também ligado à agricultura. Neste aspecto é semelhante a outro Deus da Guerra indo-europeu, o germânico Tor, também ligado ao céu.


O Seu nome é de origem incerta. 
O romano Varrão dizia (em «Lingua Latine» 5.73): «Marte é nomeado a partir do facto de que Ele comanda os "Mares"(Homens) na guerra, ou do facto de que é chamado Mamers entre os Sabinos, com os quais é favorito».
Cícero, por seu turno, em «De Natura Deorum»(ou «Da Natureza dos Deuses»)2.67, afirmava: «Mavors vem de «Magna Vertere», ou «O que desenvolvia grandes empreendimentos» (ou «O que derrubava os grandes», segundo outra tradução).



Segundo etimologistas contemporâneos, o teónimo parece estar ligado:
- juntamente com o teónimo Ares, à raíz sânscrita (língua ariana da Índia) «Mar» e aos Maruts, espécie de divindades da tempestade, seguidores deIndra, Deus da Guerra e do Trovão indiano (muito semelhante ao nórdico Tor);
- ao verbo grego «Márnesthai» que significa «Combater»;
- ao termo arménio «Mart», que significa «Combate»;
- ao Latim «Mas», significando «Masculino»;
- ao Latim «Mors», significando «Morte»;
- a «Mar», com o significado de «Brilhar».



A forma mais antiga do Seu nome parece ser Marmors, palavra que aparece num hino em Sua honra (Carmen Fratrum Arvalum ou Cântico dos Irmãos Arvais, cântico ritual de índole muito arcaica entoado pelos sacerdotes Arvais). Pode ter a ver com «mármore», que é «marmor» em Latim e que, sendo uma pedra luminosa, tem também o significado (no dicionário) de marco miliário, isto é, pedra que marca fronteiras entre terras. Isto bate certo com a teoria de que Marte é originalmente um Deus que protege as fronteiras.
Do Seu nome deriva a designação da tribo dos Mamertinos, bem como da tribo dos Marsi, ou Marsos, tendo havido dois povos com esse nome, um no Lácio, outro entre os Celtas.



Juntamente com Júpiter e com QuirinoMarte formou a tríade primitiva dos Latinos e dos seus parentes próximos italiotas (entre os Úmbrios, Quirinus é substituído por Vofionos, mas os outros dois Deuses são os mesmos), tríade essa que, mais tarde, foi em Roma substituída pela tríade capitolina (porque o templo estava localizado no monte Capitolino de Roma), formada por JúpiterJuno e Minerva. No entanto, a memória da Sua preponderância permaneceu ao nível do ritual, porque o ritual romano era especialmente conservador, isto é, quase nada mutável ao longo dos séculos – e, assim, o segundo flâmine (sacerdote dedicado a uma Divindade em concreto) mais importante era o Seu, isto é, o Flamen Martialis, enquanto o primeiro era o Flamen Dialis (o de Júpiter) e o terceiro era o Flamen Quirinalis (o de Quirino). 

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Neste dia celebrava-se em Roma a Matronália, festa das mulheres, presidida por Juno Lucina, ou Juno dos Nascimentos; colocava-se louro sobre o portal da Regia e renovava-se o fogo do templo de Vesta, chama sagrada da cidade; celebra-se também o Dia de Mars Pater Victor, ou Pai Marte Vencedor, pai mítico de Rómulo, fundador de Roma