segunda-feira, novembro 11, 2013

FORTALECE-SE A RESISTÊNCIA NACIONAL BRETÃ - REVOLTAM-SE OS BARRETES VERMELHOS


Fonte: http://expresso.sapo.pt/revolta-dos-barretes-vermelhos-alastra-em-franca=f840257#ixzz2kMoVNKyY
Nos bares de Quimper, nesta noite de sábado, bebe-se bem, ouve-se música irlandesa, fala-se muito mal dos franceses e viola-se ostensivamente a lei, fumando-se em todo o lado. "A Bretanha ainda não é livre mas, calhando, vai sê-lo em breve!", garante um bretão.
A "ecotaxa" - portagens "ecológicas" nas estradas nacionais para os veículos pesados mais poluentes, impostas pelo Governo de Paris - foi a gota de água que fez os bretões revoltarem-se. Hoje, os "breizh" (bretões na lingua local) voltaram a atacar mais dois pórticos na região, provocando confrontos com a policia.
"Somos contra a 'ecotaxa', mas na realidade estamos fartos de viver mal, fartos dos impostos, do custo de vida, da falta de emprego, do fecho incessante de empresas, das reestruturações, fartos de sermos desprezados por Paris", diz um "barrete vermelho" ao Expresso.
Os revoltosos bretões usam um barrete vermelho como emblema,  querendo desse modo realçar uma referência aos seus antepassados que se revoltaram contra um imposto que o Rei-Sol,  Luís XIV, lhes quis impor. 
Os ataques de hoje provocaram confrontos com a polícia, tal como os dos dias anteriores. 
Orgulhosos, os bretões ouvem as notícias nas televisões francesas e aplaudem quando vêem que a revolta alastra e que pórticos das novas portagens foram atacados, nas últimas 24 horas, um pouco por toda a França, do Norte ao Sul, em Marselha, Lyon, Bordéus, Paris e Lille.
Na Bretanha, o conflito agudiza-se, apesar de o Governo ter anunciado, ontem, em Rennes, capital da região, um novo programa de auxílio financeiro.  Na Finisterra, o departamento mais ocidental e que na realidade é a  "Bretanha profunda", volta a falar-se de independência, tal como no passado quando existia na região um grupo radical "independentista ("Frente de Libertação da Bretanha") que conseguiu impor a Paris, pela força e a violência , nos anos 1960/70, diversas reivindicações, entre elas o ensino oficial da língua bretã nas escolas da região. 
Um misterioso grupo com o nome de "Ao Ataque Resistência Bretã", (ARB), reivindicou uma série de ataques a diversos "radares" electrónicos de controlo de velocidade nas estradas da região, considerados "símbolos do Estado francês". Um quarto dos mais de 100 radares da região foi incendiado nos últimos dias em toda a Bretanha.
Na Finisterra - e também nos departamentos bretões vizinhos - já não há pórticos das novas portagens e vêem-se cada vez vez menos radares em estado de funcionamento nas estradas. Cada pórtico destruído custa entre 500 mil e um milhão de euros e cada radar 90 mil euros. 


1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Os franceses devem fazer com a Bretanha o mesmo que os espanhóis fizeram com a Catalunha: lhes dar autonomia, direito ao uso da língua, parlamento próprio e etc...

11 de novembro de 2013 às 22:46:00 WET  

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