MILITANTES E DEPUTADOS DO PVV HOLANDÊS OSTENTAM BANDEIRA «NAZI» EM PÚBLICO

Prinsenvlag, a bandeira que os nacional-socialistas holandeses costumam ostentar

Fontes: 

http://www.dutchnews.nl/news/archives/2013/09/wilders_mps_wear_badges_featur.php#sthash.6LIKEfqS.dpuf

http://www.irishtimes.com/news/world/europe/row-after-four-mps-wear-badges-in-dutch-parliament-featuring-neo-nazi-insignia-1.1542900

Na Holanda, vários militantes do Partido da Liberdade (PVV), liderado por Geert Wilders, foram vistos com emblemas contendo a Prinsenvlag ou bandeira Prinsen, que é a do Nacional-Socialismo na Holanda durante a II Guerra Mundial e está por isso fortemente associada a grupos nacional-socialistas. A bandeira Prinsen, que tem laranja onde actualmente a bandeira holandesa tem vermelho, foi adoptada pelo partido nacional-socialista holandês, NSB, nos anos trinta e é usada por grupos tais como o Nederlandse Volksunie (União Popular Holandesa) e o Stormfront. Foi primeiramente usada pelos seguidores de Guilherme de Orange na guerra dos oitenta anos contra a Espanha, no século XVI, tendo por isso mesmo sido adoptada pelos NS holandeses como símbolo da «Idade de Ouro» da Holanda. Devido a tal conotação ns, a rainha Wilhelmina substituiu-a pela actual bandeira, antes de fugir para Londres durante a II Guerra Mundial.

No primeiro dia da discussão do orçamento, o líder do partido de Esquerda D66, Alexander Pechtold, desafiou Wilders a distanciar-se da Extrema-Direita depois do episódio acima referido, que ocorreu numa manifestação partidária na cidade de A Haia no passado fim-de-semana contra a austeridade imposta pela UE. Os militantes não só ostentavam a bandeira Prinsen como também faziam a saudação «nazi» (aliás, romana). Petchtold questionou também o líder do PVV a respeito da sua opinião sobre a afirmação de Marine Le Pen de que «as quipás judaicas deveriam ser banidas». Wilders recusou responder a tais questões, considerando-as «demasiado miseráveis para serem levadas a sério», e retrucou, considerando Pechtold como um «homenzinho triste, hipócrita e miserável», e declarando-se orgulhoso da manifestação realizada na passada semana e orgulhoso de todos os que nela participaram. Completou dizendo que «nem é preciso dizer que o PVV e os seus milhares de apoiantes não têm nada a ver com extremismo e com anti-semitismo. O PVV não tem nada a ver com esse tipo de idiotia.»

O Centro de Informação Israelita Holandês, CIDI, pediu também ao PVV que se distanciasse dos grupos marginais de Extrema-Direita. Pensa-se que o PVV recebe apoio financeiro da parte de grupos pró-israelitas. Já em 2011 a bandeira Prinsen tinha sido encontrada nos escritórios de dois deputados do PVV, embora tenham sido removidas logo a seguir.

Wilders revelou entretanto planos de aliança de vários partidos anti-imigração, incluindo o seu próprio, a Frente Nacional francesa, a Alternativa, da Alemanha, e a Liga Norte de Itália, no combate das eleições parlamentares europeias em Maio do ano que vem.

No dia a seguir à discussão entre Wilders e Pechtold, quatro deputados do PVV, Martin Bosma (um dos mais próximos de Wilders), Reinette Klever, Machiel de Graaf e Harm Beertema, usaram o referido emblema no parlamento.