PRESIDENTE FRANCÊS MOSTRA-SE PREOCUPADO COM A ASCENSÃO ELEITORAL DA EXTREMA-DIREITA

Fonte: http://www.dnoticias.pt/actualidade/mundo/396440-hollande-diz-estar-inquieto-com-reforco-eleitoral-da-extrema-direita-france#comment-389147 (artigo originalmente redigido sob o novo aborto ortográfico mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa)

O Presidente francês François Hollande reconheceu hoje a sua inquietação pelo reforço da Frente Nacional e sublinhou a "extrema gravidade" de algumas das suas propostas, como a saída do euro, o encerramento das fronteiras ou a expulsão de estrangeiros. 

Numa entrevista transmitida pela televisão, por ocasião da Festa Nacional do 14 de Julho, o chefe de Estado relacionou o incremento da popularidade da Frente Nacional (FN, extrema-direita), confirmado nas últimas legislativas parciais, com um fenómeno similar de movimentos "populistas" que "oferecem as mesmas soluções" em outros países europeus num contexto de crise. 

"Claro que me inquieta", referiu o candidato do Partido Socialista (PSF) e vencedor da segunda volta das presidenciais de maio de 2012, contra o ex-Presidente Nicolas Sarkozy (UMP, direita), ao ser questionado sobre o reforço eleitoral da FN. 

Hollande considerou de "extrema gravidade" a concretização do objectivo da líder da formação, Marine Le Pen, que pretende colocar o seu partido no centro da vida política gaulesa.

Uma sondagem divulgada no início de junho creditava a FN com 21% dos votos, à semelhança da UMP e do PSF. Neste aspecto, Hollande centrou as suas críticas nas propostas de Le Pen sobre a retirada da França da zona euro, a limitação das prerrogativas da União Europeia (UE), a aplicação de medidas proteccionistas à economia francesa ou a expulsão de estrangeiros. 

Interrogado sobre a possibilidade do surgimento em França de um partido islamita, semelhante aos existentes no norte de África e pelo facto de no país habitarem entre quatro e cinco milhões de muçulmanos, Hollande disse que essa ideia "não tem correspondência" com a definição da República francesa como Estado laico. 

"Creio que nenhuma religião é contraditória com a democracia", e a democracia "é o bem comum" que não anula o fenómeno religioso, apontou, antes de argumentar que em França a "conciliação" da democracia com a liberdade religiosa se formaliza através do laicismo.