quarta-feira, junho 26, 2013

CELEBRAÇÃO DO SOLSTÍCIO DE VERÃO EM FOZ COA









Solstício de Verão 2013 festejado na Pedra da Cabeleira, Pedra do Sol e Pedra dos Poetas - Numa tarde esplendorosa de luz e brilho - A som dos gaiteiros de Mogadouro e de violinistas Ucrânia e Argentina.
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o sol é  fonte da vida e, sem o  grande leão dos céus, prevaleciam as trevas, a noite eterna - Há, pois, que participar nesse majestoso fenómeno da Natureza, tal como participaram os antigos povos que, habitaram estes lugares, que viam no Sol, o seu único Deus,  e, através dos ciclos das estações, regulavam as suas vidas, as sementeiras, as colheitas, e os frutos, em harmonia com o grande calendário do tempo - O homem das cavernas, passou à história - O ser humano urbanizou-se, divorciou-se do seu meio natural, Mudou muita coisa à face da Terra - E o sol?!... Talvez já perdesse algum do seu brilho. Já não seja o mesmo de há milhões de anos, pois também ele, haverá de se apagar um dia, contudo, continuará a ser o seu disco esplendoroso, a regular todas as formas de vida - Sejam à superfície dos continentes, sejam no mais fundo  dos abismos dos mares. Por isso, há que o saudar, celebrando o dia em que, no hemisfério Norte, nos presentei-a com o seu arco mais luminoso ao longo do ano. Foi o que fizemos.
Depois do cortejo "druida", animado pelo acompanhamento dos gaiteiros de Mogadouro, grupo Lua Nova (evocando as antigas tradições celtas, a que, por certo, estas penedias e vales, não terão passado despercebidos, dada à existência de alguns vestígios da sua passagem, nomeadamente sepulturas), eis-nos perante o frontispício e o recinto do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa senhora, onde começaram as primeiras cerimónias solsticiais e homenagens anunciadas.
Receávamos que pudéssemos chegar atrasados ao sítio onde se ergue o fantástico megálito, em forma de esfera, prefigurando o astro solar e a própria esfericidade terrestre, mas tudo decorreu,  dentro do previsto,  com muito entusiasmo, espiritualidade e alegria (...)
Como já vai sendo tradição, o último acto evocativo terminou na Pedra dos Poetas, uma pequena fraga em forma de altar, onde o jornalista e poeta, Fernando Assis Pacheco, ergueu os braços, depois de ter visitado a Pedra da Cabeleira e o Castro do Curral da Pedra, ali próximos, como forma de agradecimento aos deuses que foram venerados nestes lugares, Um mês depois, e quando por ali deambulávamos, ao ouvirmos num pequeno transístor, a notícia da sua morte, pegámos um cinzel, com que habitualmente por ali esculpíamos alguns desenhos (muito antes de se falar das gravuras rupestres, já ali tínhamos centenas de  desenhos gravados no granito de carácter místico e iniciático), sim, com a mesma ferramenta, cinzel e maceta,  fixamos  naquele caprichoso e rústico altar, no espaço configurado por um  pequeno triângulo,  as iniciais do seu  nome - A homenagem,  com a presença da esposa e filhos, sucederia anos mais tarde. Depois desta cerimónia, todos os anos, ali  evocamos nomes grados da cultura da nossa região ou do país - E, ali estivemos, pois, uma vez mais, num misto de recolhimento e de contemplação, no tão singelo como já mítico altar, distinguindo figuras queridas destas terras, a cujas biografias nos referimos em postagens anteriores.
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Muito mais fotos, vídeos e texto podem ser vistos aqui: http://www.vida-e-tempos.com/2013/06/solsticio-de-verao-2013-festejado-na.HTML