segunda-feira, outubro 29, 2012

PATRIARCADO ECUMÉNICO ORTODOXO GREGO NA ALEMANHA CONDENA «RACISMO E XENOFOBIA»

Na Alemanha, o Patriarcado Ecuménico Augustino Metropolitano Ortodoxo condenou «a xenofobia e o racismo, donde quer que venham», notando um aumento dos ataques racistas e anti-imigrantes na Grécia. Falando à versão grega do jornal alemão Deutsche Welle, salientou que «quando tais eventos ocorrem, a Igreja não pode permanecer em silêncio», no que parece um recado à Igreja Ortodoxa Grega na Grécia, a qual ainda nada disse a respeito dos protestos anti-blasfémia em Atenas. Situação desagradável, a da beatagem grega - queria poder apoiar um partido que, numa onda de «real politik», tenta congregar as forças conservadoras da sociedade grega, ainda bem presas sob o vulto do carpinteiro judeu, mas ai que a índole doutrinal do dito partido contradiz essencialmente o próprio cerne da mensagem cristã...
Mais afirmou, o Patriarcado, que, devido à esmagadora crise na Grécia, a qual pôs dois milhões de pessoas no desemprego e aumentou o desespero, urge fazer-se um retorno à espiritualidade. Observou ainda que os gregos a viver na Alemanha partilham esta preocupação a respeito do destino da sua terra.
As suas afirmações foram proferidas no contexto da celebração, por parte dos Gregos da diáspora, do «Dia Oxi», 28 de Outubro, quando a Grécia recusou render-se à Itália no início da II Guerra Mundial, efeméride recordada pela Federação das Comunidades Gregas na Alemanha.

É mais uma voz da ortodoxia cristã «grega» a condenar o «racismo», depois do bispo da região da Macedónia Ocidental, Pavlos de Stiatista, que considerou ser frontalmente anti-cristã a «perseguição» aos imigrantes, afirmando até que ao perseguirem os imigrantes, os nacionalistas estão a perseguir Cristo. (Ver em
Não se pense que esta condenação do racismo por parte da Igreja Ortodoxa é coisa recente, por sintonia com os tempos do politicamente correcto - pelo contrário, já no século XIX este credo atacava abertamente o racismo: a 10 de Setembro de 1872, o Grande Sínodo Pan-ortodoxo condenou formalmente o «etno-filetismo», que é a teoria segundo a qual uma igreja deve centrar-se, não num dado território, mas sim numa comunidade étnica ou nacional (ver http://en.wikipedia.org/wiki/Phyletism). O etno-filetismo foi considerado como uma heresia, como aqui se pode ver: http://www.incommunion.org/2004/12/11/the-heresy-of-racism/ Aqui se diz que a ideia de uma igreja cristã circunscrita a determinada estirpe não existia para os cristãos tradicionais, o que é confirmado pelo link acima da Wikipédia, que informa ser o etno-filetismo uma novidade do século XIX, produto dos Nacionalismos da época. Uma novidade depressa cortada rente pela coerência cristã, como agora se voltou a ver, tanto no caso do bispo Stiatista como no do Patriarcado Ecuménico na Alemanha. Não é aliás despropositado lembrar o que escreveu o prof. António Lugano a respeito da substituição do princípio do ius sanguinis, ou direito de sangue, pelo ius solis, como critério para divisão populacional no Ocidente cristianizado:
Se o “jus sanguinis” está na base dos agrupamentos populacionais até à Idade Média, a criação dos feudos (territórios e população de propriedade privada) originou movimentos de população que impuseram (por interesse senhorial) o “jus soli”. As tradições (expressão cultural) misturaram-se e a imposição de uma doutrina religiosa monoteísta (cristianismo) diluiu grande parte da mitologia “fundadora” do universo cultural europeu.
A população de que dispunha o senhor feudal determinava-se pelo território onde nascera (“jus soli”), e onde imperava a “normalização cristã”, dissolvendo-se a noção de comunidade por “jus sanguinis”.

Lutava-se “pelo estandarte do senhor Conde”, ou “pelo pendão de Cristo”, não pela defesa de uma “nação” da qual se havia perdido já qualquer referência. (...)

Trata-se pois de uma coerência antiga, que mais uma vez expõe a flagrante oposição e incompatibilidade entre a sensibilidade cristã, universalista, e a sensibilidade etnicista, nacionalista, que assenta toda ela no princípio da prioridade que deve ser dada ao Nós. E é precisamente da sensibilidade cristã que deriva o anti-racismo militante, produto do universalismo tido como moralmente obrigatório pela doutrina do judeu morto, inimigo visceral do Nacionalismo autêntico, que só pode ser etnicista.


3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Speaking to the Greek version of Deutsche Welle, he stressed that, “When such events occur, the Church cannot remain silent,” although the .

29 de outubro de 2012 às 23:39:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Entretanto o Bento XVI defende o «direito a não emigrar»:

"O Papa defendeu esta segunda-feira «o direito a não emigrar» como um direito fundamental e convidou os governantes a fazerem tudo para que as populações permaneçam nos respectivos países.

Em vez de uma «peregrinação animada pela confiança, pela fé e pela esperança», «numerosas migrações são consequência da precariedade económica, da falta de bens essenciais, de catástrofes naturais, de guerras e de desordens sociais».

«Migrar torna-se então um calvário para sobreviver, onde homens e mulheres aparecem mais como vítimas do que como atores e responsáveis da sua aventura migratória», observa o Papa.

Bento XVI denuncia ainda as consequências de tais situações para alguns, afirmando que «muitos vivem condições de marginalização e, talvez, de exploração e de privação dos seus direitos humanos fundamentais, ou ainda adotam comportamentos prejudiciais para a sociedade no seio da qual vivem».

Das suas deslocações, do Líbano ao México e a África, o Papa recorda a questão da emigração, considerando que destrói as famílias e enfraquece o tecido social."

29 de outubro de 2012 às 23:43:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Europa aos europeus!!

30 de outubro de 2012 às 19:32:00 WET  

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