segunda-feira, outubro 15, 2012

ATRIBUIÇÃO DO PRÉMIO NOBEL DA PAZ À UNIÃO EUROPEIA USADA COMO PRETEXTO PARA REPUDIAR NACIONALISMO

A União Europeia (UE) é a detentora do Prémio Nobel da Paz de 2012. O resultado foi divulgado pelo Comité Nobel da Noruega em reconhecimento dos avanços pela paz e reconciliação dos 27 países integrantes do bloco e para reforçar a solidariedade, uma vez que o bloco continua trabalhando para conter a crise de endividamento que paira sobre a zona do euro. 
O chefe do comité norueguês, Thorbjorn Jagland, afirmou que a concessão do prémio é um esforço para encorajar a Europa a afastar-se do "extremismo e nacionalismo".
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Extremismo e Nacionalismo nomeados um a seguir ao outro, tal como «racismo & xenofobia», e, tal como esta «dupla maldita», igualmente condenado - trata-se pois, mais flagrantemente do que antes, de uma declaração de teor ideológico tendencialmente totalitária, ao querer excluir, por princípio, uma determinada ideologia ou mundivisão, o Nacionalismo. Poder-se-ia argumentar, em defesa do discurso de Jagland, que a referência ao Nacionalismo pretende expressar rejeição pelos nacionalismos mais violentos, nomeadamente os dos tempos mais recentes, envolvidos na guerra balcânica do início da década de noventa. Mas facilmente se diria o mesmo, ou aliás muito mais, do(s) Comunismo(s), que foi a ideologia que fez correr mais sangue no século XX. Até porque os recentes, e presentes, conflitos do sudeste europeu não se devem seguramente mais ao Nacionalismo do que ao Islão... Por outro lado, o que Jagland e seus pares mais provavelmente querem atingir é a eventual eclosão dos nacionalismos europeus a partir de 2012, como solução popular - populista e demagógica, diriam eles... - diante da crise actual e, também, do monumental e desastroso falhanço do multiculturalismo em solo europeu. Constata-se assim que a elite reinante, pelo menos a que se manifesta publicamente, está declaradamente apostada em combater qualquer reacção política de cariz identitário, porque é nisso que consiste, indefectivelmente, todo e qualquer nacionalismo. Os seus propósitos são pois necessariamente anti-identitários, o que já há muito se preparava no seio das elites reinantes, como já J. Andrade Saraiva denunciava, em obra publicada no início dos anos trinta.

1 Comments:

Anonymous menvp said...

Dividir/dissolver identidades para reinar
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-> A superclasse (alta finança internacional - capital global, e suas corporações) não só pretende conduzir os países à IMPLOSÃO da sua Identidade... como também... pretende conduzir os países à IMPLOSÃO económica/financeira.
-> Só não vê quem não quer: está na forja um caos organizado por alguns - a superclasse: uma nova ordem a seguir ao caos... a superclasse ambiciona um neo-feudalismo.

16 de outubro de 2012 às 02:58:00 WEST  

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