segunda-feira, maio 21, 2012

PONTA DE LANÇA ENCONTRADA DURANTE ESTUDO DO CONTEXTO ARQUEOLÓGICO DA ESTELA DO GUERREIRO

Estela do Guerreiro
Os arqueólogos (re)encontraram o local onde, em 1972, foi descoberta a chamada «Estela do Guerreiro», uma das mais emblemáticas pedras epigrafadas com a escrita do Sudoeste.
E encontraram também uma bela ponta de lança em ferro, com cerca de 2500 anos, que desde o fim de semana está exposta no Museu da Escrita do Sudoeste Almodôvar (MESA).
Estes são os principais resultados de dois anos de escavações arqueológicas na Necrópole da Abóbada, freguesia do Rosário, no concelho baixo alentejano de Almodôvar, e que no sábado foram apresentados pelos arqueólogos Samuel Melro e Pedro Barros numa sessão na vila, no âmbito das Jornadas Europeias do Património.
Samuel Melro, salientando que se trata da apresentação de resultados «muito preliminares» dos trabalhos arqueológicos feitos naquela necrópole em 2010 e 2011, lembrou que esta intervenção se integra na segunda fase do Projeto Estela, que em 2008 e 2009, numa primeira fase, passou por uma extensa campanha de prospeções no terreno, em vastas áreas da serra algarvia e do Baixo Alentejo, num vasto interland formado pelo interior dos concelhos de Loulé, Silves, e ainda Almodôvar, Ourique.
(...)
Necrópole da Abóbada: o covacho com a urna cerâmica

Após a desmatação da pequena área junto ao Rio Mira, foi então possível identificar os restos desses túmulos e ainda ossos humanos cremados.
Os investigadores identificaram duas estruturas tumulares definidas em pedra, quadrangulares, adossadas a um muro central. Num dos túmulos, havia ainda ossos cremados, bastante bem preservados e no local onde teriam sido originalmente depositados.
Identificaram também duas outras formas de enterramento: um conjunto de quatro sepulturas em fossa simples, «covachos onde eram colocados os ossos cremados», e ainda um terceiro tipo, constituído por covachos também abertos na rocha, mas tendo no seu interior uma pequena urna cerâmica, onde eram depositados os ossos, também eles cremados.
Analisando estes três tipos de enterramentos, os arqueólogos e o antropólogo físico David Gonçalves chegaram já a várias conclusões preliminares: em primeiro lugar que os corpos eram cremados num local e os seus ossos cremados depositados noutro (ou seja, que esta era uma necrópole com enterramentos de deposição secundária), que em cada um dos túmulos eram depositados os restos osteológicos de uma só pessoa, mas não a totalidade dos seus ossos, e ainda que na pira funerária eram cremados os cadáveres completos e não desmembrados e que esta atingia temperaturas muito intensas, para fazer uma cremação completa.
A análise antropológica que será feita deste espólio osteológico pelo antropólogo David Gonçalves permitirá, segundo Samuel Melro, «reconstituir os rituais funerários» destes alentejanos de há 2500 anos, da Idade do Ferro.
Foi precisamente um destes túmulos constituídos por uma cova pequena (covacho) com uma pequena urna cerâmica no seu interior que os arqueólogos identificaram como sendo o local exato onde, em 1972, tinha sido descoberta a Estela do Guerreiro.
A estela, recordou Samuel Melro, segundo as informações orais recolhidas há quase 40 anos já não estava, então na sua posição original, ao alto e com as inscrições bem visíveis, mas deitada, com a face epigrafada para baixo, a servir de tampa ao enterramento com a urna. Tratou-se, por isso, de um reaproveitamento (ler texto abaixo).
(...)
Além da importante (re)descoberta do local onde estava famosa Estela do Guerreiro, num covacho mesmo ao lado os arqueólogos tiveram outra boa surpresa: encontraram uma ponta de lança em ferro, virada a oeste.

O artefacto, relativamente comum em contextos arqueológicos desta época da Idade do Ferro na zona, revelou-se, contudo, de grande beleza. A ponta de lança em ferro foi tratada por Matthias Tissot, no Museu Nacional de Arqueologia, e acabou por pôr em evidência a delicadeza e perfeição do trabalho, como se pode agora ver na fotografia acima ou, mais diretamente, no Museu da Escrita do Sudoeste, em Almodôvar, onde é também uma das mais recentes peças da exposição «A Vida e a Morte na Idade do Ferro».
A ponta de lança foi entretanto datada entre os meados do século V antes de Cristo e a primeira metade do século IV a.C., ou seja, teria à volta de 2500 anos.
Outras conclusões preliminares dos investigadores são que a Necrópole da Abóbada se integra perfeitamente no chamado «mundo do Ferro de Ourique», uma realidade que lançou o Baixo Alentejo como um dos grandes centros da Idade do Ferro em Portugal.
Na Abóbada já não há, contudo, a presença de grandes monumentos funerários de traça circular, mas monumentos mais tardios de planta retangular. Isso, explicou Samuel Melro, foi corroborado pelo ritual funerário dos ossos cremados e da cronologia ponta de lança.
No entanto, devido à destruição do sítio, não se consegue saber se os túmulos definidos em pedra eram ou não contemporâneos dos covachos, ou se, por exemplo, os diferentes tipos de estruturas funerárias traduziam uma diferença social entre os indivíduos aí enterrados.
(...)
A chamada «Estela do Guerreiro», pelo facto de associar a escrita epigrafada à representação de uma figura humana, é uma das mais conhecidas. Mas até na interpretação do que representará essa figura há controvérsia. Augusto Ferreira do Amaral, advogado e estudioso destes temas, autor do livro sobre o tema «Neo-Hititas em Portugal», editado este ano pela Aletheia, foi uma das pessoas que esteve em Almodôvar este sábado e não hesitou em afirmar que a estela não representa um «guerreiro, mas uma divindade».
Nesse livro, Ferreira do Amaral contesta até que a origem da escrita seja fenícia, como é comummente aceite pelos investigadores, defendendo que «será oriunda do sudoeste da Anatólia. E a língua será indo-europeia anatólica, muito próxima do luvita e do hitita». A ser assim, defende, «haverá que rever a história da Antiguidade Mediterrânica pré-clássica e das origens do alfabeto».
No entanto, segundo Amílcar Guerreiro, a escrita do Sudoeste ou Tartéssica, da Idade do Ferro no Sul de Espanha e Portugal, foi desenvolvida pelos Tartessos, o nome pelo qual os gregos conheciam a primeira civilização do Ocidente, que se terá desenvolvido nas zonas das atuais regiões da Andaluzia espanhola, Baixo Alentejo e Algarve.
A escrita dos Tartessos, que tiveram influências culturais de Egípcios e Fenícios, segundo Amílcar Guerra, «é distinta das dos povos vizinhos, complexa e permanece indecifrável até à atualidade».

De lembrar que há ainda a teoria segundo a qual o Tartéssico poderá ser céltico, isto segundo os professores John Koch e Jurgen Untermann.

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

o noroeste do med é uma vergonha pra historia med..foi a area do med mais atrasada..não teve uma roma, uma grecia, uma cartago, uma tiro, um imperio hitita, nada mesmo..lolol

21 de maio de 2012 às 02:25:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Roubam com catana e ficam em liberdade
Correio da Manhã - ‎Há 1 hora‎

Os 65 centímetros de lâmina deixaram em pânico o dono de uma papelaria no centro comercial Assunção, em Cascais, ameaçado com uma catana pelos dois jovens, de 17 e 19 anos, que invadiram a loja sexta--feira de manhã. Ameaçaram a vítima de morte e ...
Jovens assaltam loja com catana em CascaisSol
Ver todas as fontes 3 »

hey celsote, tenho uma noticia pra ti..

21 de maio de 2012 às 03:29:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

No fim de semana Portugal esteve ao rubro no Stormfront.

Refuting Arthur Kemp
http://www.stormfront.org/forum/t81571/

legal in Portugal, illegal in Germany
http://www.stormfront.org/forum/t881314/

Winner Of Portugal´s Elections And Future Prime Minister Is Married To A Black/Mixed Race Woman. They Have Daughter
http://www.stormfront.org/forum/t806861/

21 de maio de 2012 às 13:01:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

«o noroeste do med é uma vergonha pra historia med..foi a area do med mais atrasada..não teve uma roma, uma grecia, uma cartago, uma tiro, um imperio hitita, nada mesmo..lolol»

Então toda a Europa, com a excepção de Roma e Grécia, é uma vergonha e um atraso. lolol

21 de maio de 2012 às 20:19:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Refuting Arthur Kemp
http://www.stormfront.org/forum/t81571/

legal in Portugal, illegal in Germany
http://www.stormfront.org/forum/t881314/

Winner Of Portugal´s Elections And Future Prime Minister Is Married To A Black/Mixed Race Woman. They Have Daughter
http://www.stormfront.org/forum/t806861/

pois, o pequeno notável do sudoeste europeu ainda dá o que falar..jeje

notável no século xv e xvi, claro..hehe

se o tal do dom sebastião não tivesse se ferrado nos atlas o que teria ocorrido no xvii?..

21 de maio de 2012 às 21:14:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"o noroeste do med é uma vergonha pra historia med..foi a area do med mais atrasada..não teve uma roma, uma grecia, uma cartago, uma tiro, um imperio hitita, nada mesmo..lolol"



exacto. quando se fala de "superioridade antiga do Sul" e "do med", na realidade eles querem dizer uma ou outra zona do med, como a Grécia antiga, e não o med todo.

Grécia antiga, essa, habitada por povos avançados como os Dórios e Aqueus, vindos precisamente do Norte da Europa, na actual Rússia e etc
povos Arianos avançadíssimos que, entretanto, influenciaram por exemplo os Romanos, e entraram depois em declínio por motivos que já quase toda a gente conhece, embora muitos teimem em negar.

22 de maio de 2012 às 08:38:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

22 de Maio de 2012 8:38:00 WEST

e tens que lembrar que falar em cartago e tiro é quase redundante..o que prova que o proprio avanço do oeste do med adveio do leste do med..

23 de maio de 2012 às 21:27:00 WEST  

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