quarta-feira, fevereiro 01, 2012

NO PAÍS IRMÃO - TRABALHADORES INDÍGENAS REVOLTAM-SE CONTRA A IMINVASÃO


Em Almonte, na província de Huelva, região espanhola da Andaluzia, cerca de trezentos trabalhadores desempregados manifestaram-se ontem junto à câmara municipal com o intuito de mostrar o seu repúdio pela contratação de imigrantes para a apanha dos morangos e exigir aos empresários agrícolas que dêem prioridade aos desempregados locais.
O porta-voz do movimento que encabeçou este protesto, Lázaro Parra, da Associação dos Desempregados de Almonte, afirma que o objectivo da manifestação é reclamar o apoio de todos os partidos e sindicatos «para convencer os empresários agrícolas da necessidade de contratar os habitantes da povoação que estão desempregados e a passar mal», sejam indivíduos oriundos da localidade ou estrangeiros residentes.
Parra diz ser incompreensível que num município onde há mais de seis mil desempregados, e quatrocentas famílias que dependem da ajuda da Cáritas Diocesana, «os empresários dos morangos tenham contratado no país de origem mais de oito mil imigrantes. Estamos fartos de ver como chegam os autocarros com imigrantes para a apanha do morango, e quando nós andamos a pedir trabalho dizem-nos que não querem nenhum espanhol.»
Parra explica porque é que, no seu entender, os empresários preferem trazer imigrantes: preferem « ter mão de obra disponível vinte e quatro horas por dia metidos em guetos» de gente que «não sabe nem de leis nem de convénios. Os imigrantes contratados na origem são mão de obra mais barata, já que ao descontar-lhes do salário os gastos do alojamento, da luz, da água e dos deslocamentos a Almonte para fazerem as compras, em vez de lhes pagarem trinta e cinco euros por dia apenas lhes entregam vinte ou vinte e cinco euros.»

Verdades óbvias que só precisam de mais e mais divulgação. Trata-se de um desenvolvimento particularmente significativo, que leva o homem do povo a entender cada vez mais, na pele, o valor das campanhas anti-imigração dos movimentos nacionalistas. Neste caso, os manifestantes ainda incluem os imigrantes já estabelecidos na área no rol daqueles que querem ver defendidos por uma política mais racional e justa, mas é só uma questão de tempo até os trabalhadores indígenas começarem a perceber que os imigrantes, estejam há quanto tempo estiverem em solo nacional, não devem de modo algum ter o mesmo tratamento no acesso ao emprego que os indígenas. O caminho para tal consciencialização está a ser pavimentado.