segunda-feira, outubro 10, 2011

O PNR CONTRA O ENCERRAMENTO AS LINHAS DE CAMINHO DE FERRO

O Governo vai desactivar 450 quilómetros de serviços ferroviários “altamente deficitários”, segundo o Plano Estratégico dos Transportes (PET), a que o SOL teve acesso.
Mas na sexta-feira, na comissão parlamentar de Economia, o ministro Álvaro Santos Pereira foi mais longe, anunciando que iriam ser desactivados 250 km de linhas de passageiros e 280 km de mercadorias. Um total de 530 km, que correspondem a cerca de 20% do total nacional.
Confesso que não consigo deixar de encarar esta medida como um símbolo da decadência nacional. Uma das grandes realizações do fontismo em pleno séc. XIX foi o desenvolvimento do caminho-de-ferro. (...) Mas nos anos 80 do séc. XX começaram a encerrar-se sucessivas linhas, o que conduziu a um aumento considerável das dificuldades das populações do interior, a quem o comboio encurtava distâncias. Agora vamos assistir a mais um enorme encerramento das linhas.
(...) Desde os governos de Cavaco Silva, o encerramento de linhas e troços ferroviários passou a ser uma espécie de desígnio nacional. E, como está bem à vista, não foi por isso que Portugal avançou... a não ser rumo à desertificação. A desertificação do Interior-Norte é directamente proporcional ao desinvestimento em vias-férreas e comboios. (...) Os nacionalistas vão estar na primeira linha da luta contra mais este absurdo desgovernativo, porque progresso significa melhores transportes, de preferência mais eficazes, mais baratos e menos poluentes. A aposta é nos comboios e não nas alternativas de quem nos desgoverna.