«O QUE ACONTECE QUANDO MORREMOS»

«Como podemos saber que uma pessoa está realmente morta? Porque tudo parou
. O coração, a respiração, os impulsos do cérebro. Nada mais funciona. Mas será que que é possível continuar a viver sem um corpo? Será que existe consciência independente do cérebro? O cardiologista Sam Parnia acredita que «para saber o que é normal, precisamos de estudar o anormal.»

Na sua vasta experiência hospitalar, onde lida diariamente com doentes em fase terminal, o Dr. Sam Parnia descobriu que a vida depois da morte é um tema que carece de pesquisa científica. Este médico afirma que a «mente» continua a funcionar mesmo no estado de coma. Ao estudar pacientes que sofreram um enfarte, ele assegura que se podem encontrar evidências de que a consciência pode continuar depois de o cérebro ter as suas funções minimizadas e o paciente ter sido declarado sem batimentos cardíacos.

Este livro inovador, porque baseado em experiências científicas, faz ressurgir o debate sobre se há vida após a morte e se existe aquilo a que chamamos alma humana.

O autor consegue manter-se cientificamente longe de toda a subjectividade e evitar as conclusões convenientes, mantendo a mente focada na Ciência propriamente dita. Desengane-se por isso quem esperar deste volume, em concreto, quaisquer respostas definitivas. Parnia refere métodos racionais, alguns deles simples, usados no seu estudo que já vem de há dez anos, mas o que faz com este texto é apresentar uma introdução às suas investigações, métodos, limitações e dificuldades. Pelo meio há considerações de carácter científico que não deixam de ser interessantes - Parnia diz constantemente que o que está (também, ou sobretudo, não é perfeitamente claro) a estudar é a própria natureza da consciência e, em ligação a isso, refere a possibilidade de, uma vez liberta dos limites do corpo humano, a mente poder apreender aspectos da existência que escapam aos cinco sentidos, tais como outras dimensões - que, segundo alguns matemáticos, existem até ao número de pelo menos dez...

Naturalmente que o aspecto mais interessante de tudo isto, aliás, a raiz do próprio estudo de Parnia, é o facto de em numerosos casos se constatar que as pessoas contam o que viram no momento da morte... quando os seus cérebros não podiam, de acordo com a ciência material(ista), estar a funcionar...