«JOVENS MORADORES» ATRAEM BOMBEIROS E POLÍCIA A EMBOSCADA

Foram duas madrugadas seguidas a ferro e fogo no bairro de Santa Marta, em Casal de Cambra, Sintra, que obrigaram à intervenção da PSP. E ontem, tanto os bombeiros, chamados a apagar contentores do lixo em chamas, como a polícia, foram corridos à pedrada por alguns jovens que ali residem e que têm provocado desacatos. Já na noite anterior, a PSP tinha sido obrigada a intervir, chegando a disparar balas de borracha.
Ontem de manhã, ainda eram visíveis os sinais de destruição. Cerca da 01h40, os Bombeiros Voluntários de Belas foram chamados ao bairro por moradores que relatavam haver caixotes do lixo a arder. Mas, mal os quatro veículos de socorro chegaram ao bairro, choveram pedras e alguns cocktails molotov. Uma pedra acertou mesmo num camião, amolgando-o, tendo os bombeiros sido obrigados a recuar e a pedir o auxílio da PSP.
Mas nem a presença da polícia chegou para dissuadir os grupos de jovens, que continuaram a lançar pedras, tanto a bombeiros como a polícias. Só com a intervenção de várias Equipas de Intervenção Rápida (EIR) da PSP, que fecharam o bairro, é que a situação apaziguou.
"A maior parte das pessoas que aqui vive não se mete em confusões. O problema é uma minoria, constituída por jovens que se dedicam a desafiar a polícia para provocar o confronto", admitiu ontem ao CM uma moradora no bairro, que pediu para não ser identificada, com receio de represálias.
Já na madrugada de anteontem tinha havido desacatos no bairro. A PSP chegou a disparar balas de borracha para serenar os ânimos. Segundo o CM apurou junto de fonte policial, alguns elementos da PSP à civil e de uma EIR foram atacados porque evitaram que um grupo de jovens incendiasse caixotes do lixo. Um agente à civil chegou mesmo a ser encurralado por um grupo. Só o disparo de balas de borracha o salvou. Na sequência deste confronto, duas pessoas ficaram feridas sem gravidade.

A moradora acima citada repete a velha ladainha de que «são só uma minoria» os autores dos «desacatos» - pelos vistos uma minoria suficientemente grande para obrigar à intervenção armada de várias equipas de acção rápida da PSP... e para a manter a ela, moradora, no anonimato temeroso...

Para quem não sabe, divulgue-se o facto de que a zona é habitada sobretudo por africanos - aliás, toda a linha de Sintra, do Rossio até Sintra propriamente dita, chega a parecer uma autêntica África em solo europeu. E, logo por excepcional coincidência, começa a acontecer lá o que também tem lugar em zonas de França e da Alemanha «dominadas» (por vezes sem aspas...) por populações não europeias. Trata-se, inequivocamente, de um sinal de caminhada para uma guerra civil étnica.