O BISPO DE SETÚBAL DIZ-SE PREOCUPADO COM O CASO DA BELA VISTA...

O Bispo Emérito de Setúbal, D. Manuel Martins, mostrou-se, esta sexta-feira, em declarações à TSF, preocupado com os incidentes ocorridos em Setúbal e fez um apelo ao Governo para que intervenha nas situações sociais mais sensíveis.
D. Manuel Martins mostrou-se preocupado com os incidentes de quinta-feira no Bairro da Belavista, em Setúbal, onde uma manifestação junto à esquadra da PSP obrigou a polícia a reforçar a segurança e a disparar tiros de aviso para o ar.
«Estamos numa situação muito grave que merece a atenção de todos os responsáveis», em primeiro lugar com «tudo aquilo que tem a ver com esta economia selvagem que nos rege» e «da qual o poder politico está dependente», alertou.
Nestas circunstâncias, continuou, «o povo não é protegido e mesmo quando se diz que é, no fundo não está a ser a fonte de primeira preocupação daqueles» que governam.
Para D. Manuel Martins, não é com polícia que se apagam «fogueiras» sociais, resultantes de «indícios de descontentamento» que se vão observando um pouco por toda a parte.
O Bispo Emérito de Setúbal alertou que essas «fogueiras», preparadas um pouco por todo lado, «podem de um momento para o outro traduzir-se num grande incêndio».
Manuel Martins rematou que gostaria muito que os responsáveis do país «estivessem muito atentos, presentes e preocupados» com estes problemas que podem «explodir» em vários locais, «a começar nos bairros» sociais.

(Aqui pode-se ouvir a gravação audio do discurso, notícia aqui trazida pelo camarada Matos, que por isso merece os meus agradecimentos.)

Ou seja, a cantilena esquerdista quase ao nível do estereótipo: a culpa é da economia, do capitalismo selvagem, os coitadinhos revoltam-se - e fala o vigário em «Povo», quando isto nada tem a ver com o Povo Português a sério, que não faz coisas destas contra as forças da autoridade. Certo é que o Povo é maltratado pelas elites, mas falar disso no contexto é desviar as atenções, porque aqui, em termos mais directos, o Povo é vítima precisamente dos criminosos e dos «jovens» que desta vez se revoltaram contra a polícia.

Não pode também esquecer-se a referência sonsa às forças da autoridade - «não é com polícia que se apagam «fogueiras» sociais», diz o bispo, a dar a entender que «a repressão não ajuda nada». Talvez a sua receita para acalmar os «jovens» fosse dar a outra face...