terça-feira, março 11, 2008

É O PETRÓLEO, O PETRÓLEO É QUE MANDA BATER NAS MULHERES...

Um professor universitário da Califórnia engendrou uma teoria nova para explicar a opressão das mulheres nos países muçulmanos - a origem de tal violência quotidiana não é está na religião islâmica mas sim no petróleo.
Sim, o petróleo. Diz o sujeito, e quem o apoia, que as economias muito centradas no petróleo dão sobretudo emprego a indivíduos do sexo masculino, beneficiando-os assim na escala social, ao mesmo tempo que rebaixa as mulheres, visto que o mercado de trabalho feminino tem mais a ver com manufacturas, por exemplo...

Ora cá está mais uma explicação mui jeitosa para desviar as atenções do problema islâmico. A culpa, afinal, é do petróleo. Deve ser por isso que, na Noruega, um dos países do mundo com mais petróleo (o terceiro maior exportador, a seguir à Rússia e à Arábia Saudita), as mulheres são brutalmente espancadas quando desobedecem aos maridos e continuam a estar tristemente obrigadas a andar de burca... nórdicas de burca é, como se sabe, o que se vê mais por aí.
Situação similar é verificada no Texas, onde os barões do petróleo obrigam as suas esposas a andar de cara tapada na rua, ah pois obrigam pois obrigam...
Em contrapartida, a Turquia, que não tem petróleo, é um paraíso para as mulheres; por acaso, à medida que a sociedade turca se vai re-islamizando, as mulheres vão começando a perder posição, como se pode ver aqui, mas isso deve ser pura coincidência, porque, como o prófe ianque demonstrou, não é o Islão que oprime as mulheres, é o petróleo...

O mesmo é válido para o Afeganistão, que também não tem petróleo algum, e onde as mulheres, no tempo dos talibãs, e agora novamente, levam porrada de três em pipa até no meio da rua se for preciso, tanto de vigias governamentais, como até da própria população, só por não andar devidamente tapadinha de todo, e, por extraordinária coincidência, o Afeganistão é um dos países mais ferozmente muslimizados do mundo, mas pronto, deve ser por contágio, é que o Iraque e o Irão têm petróleo e estão ali perto e tal, já está.

Nem é a estupidez da ideia em si o que mais se salienta neste caso «académico». É, em vez disso, um fenómeno muito frequente nas fileiras da Esquerda e do politicamente correcto em geral: a vontade constante de desviar as atenções relativamente ao Islão, para desculpar/ilibar a religião muçulmana de todas as degradações que origina. A culpa dos problemas causados pela aplicação prática da doutrina islâmica - que até autoriza o marido a bater na mulher se esta lhe desobedecer - esta culpa deve-se a tudo e mais alguma coisa, a tudo mesmo, menos à própria doutrina islâmica em si...
No caso concreto, o truque «intelectual» utilizado é também muito costumaz neste lado do espectro político - o de procurar pormenores coincidentes de maneira a disfarçar ou deturpar uma realidade que os donos do politicamente correcto não querem que seja vista. Por exemplo, as diferenças raciais passam, a seu ver, a interessar tanto como ter uma camisola verde ou um sinal no queixo... claro que não há povos caracterizados pelo uso de camisolas verdes ou por terem um sinal no queixo, mas aos donos do politicamente correcto não agrada que as diferenças raciais sejam aquilo que realmente são, fronteiras entre povos. Vai daí, é preciso denegri-las/escondê-las/deturpá-las. E, no que respeita às gangues de criminosos «afro», o problema também não pode, segundo eles, estar nas tensões sociais naturalmente originadas de parte a parte pela diferença racial e pelos ressentimentos histórico-raciais contra os Europeus, ou pelo sentimento de impunidade de que gozam os «jovens» afro que, quando contrariados ou punidos, gritam «racismo!!!», sabendo que tal «acusação» é já um autêntico «abre-te Sésamo!» não!, isso é blasfémia!!!, porque a raiz do problema tem mesmo de estar nas «causas sócio-económicas», ou no racismo para com as minorias não brancas...
Claro que entretanto o facto de diversas minorias brancas, como por exemplo os imigrantes portugueses em França, nunca terem incendiado a cidade de Paris, como os jovens norte-africanos fizeram, é um «pormenor» que escapa à explicação politicamente correcta dos problemas, mas o abandono dos valores tradicionais deve provavelmente implicar o «ultrapassar» do sentido de honra, pelo que, sem vergonha nenhuma na cara, qualquer um diz as maiores e mais desonestas alarvidades como se estivesse a pregar um evangelho...

1 Comments:

Blogger Silvério said...

Vá lá que não são os europeus que batem nas mulheres islâmicas. É que bem vistas as coisas o petróleo começou por causa da colonização e tudo veio dos ets.

11 de março de 2008 às 20:15:00 WET  

Enviar um comentário

<< Home