«A CULPA DISTO TUDO TAMBÉM É NOSSA...»
O primeiro-ministro italiano Romano Prodi afirmou recentemente que as sanções contra o Irão por causa do seu programa nuclear, são parte do problema e não da resolução: «Há um problema com a atitude relativamente ao Irão. A estratégia corrente não está a levar a lado nenhum. O Irão continua o seu caminho, construindo centrifugadores todos os meses à medida que o tempo passa.»
O Irão enfrenta neste momento uma terceira ronda de sanções da U.E. por causa do seu programa nuclear, o qual é temido pelas potências mundiais, incluindo os EUA, bem como o seu aliado Israel, visto que se pensa que a elite dirigente de Teerão pretende construir armas nucleares. Como se sabe, a República dos Aiatolas tem apelado repetidamente à destruição do Estado «sionista» de Israel.
Até Prodi reconhece este facto, pelo que declara: «temos de garantir a Israel que o Irão não se vai tornar numa potência militar nuclear. É tempo de tomar decisões.»
Romano Prodi disse por isso que o Irão não deve restringir as inspecções da U.E. às suas instalações nucleares, que o governo iraniano garante terem objectivos puramente civis, mas acentuou a ideia de que «o não-diálogo tem um preço e a comunidade internacional irá pagá-lo.»
Ou seja, ao fim ao cabo, o que o líder duma das maiores potências da Europa, do Ocidente e do mundo está a dizer é que a culpa de tudo isto é um bocadito dos dois lados...
Aconselho vivamente que se leiam os brilhantes, lacónicos e sucintos comentários jocosos, mas pertinentes e imensamente lúcidos, que o o Dhimmi Watch tece a respeito do caso, comentando ponto por ponto a notícia de modo a indicar qual o dogma esquerdo-liberal que está por trás das palavras de Prodi:
- Dogma esquerdo-liberal 101: a imposição da lei é parcialmente culpada pelo procedimento criminoso. Nunca é culpa do criminoso.
- Dogma esquerdo-liberal 102: se a punição não travar o procedimento criminoso, é preciso parar de punir o criminoso em vez de pôr em prática uma punição mais forte.
- Dogma esquerdo-liberal 103: é preciso falar com o criminoso para o compreender. Se se continua a puni-lo, o seu comportamento só se agravará. Em suma, tenta aplacar a fúria do criminoso.
O Dhimmi Watch acerta na denúncia da mentalidade politicamente correcta que tem por consequência um comportamento no mínimo bananaico.
Mas estará a sua análise completa?
Por exemplo, se o Irão, em vez de ser um islâmico país do médio oriente, fosse um país europeu nacional-socialista, será que Romano Prodi falaria com tanta indulgência?
Não creio.
Tenho por isso de acrescentar aqui uma perspectiva que me parece verdadeiramente central neste caso: efectivamente, o que está em causa não é simplesmente uma questão de conflito entre legalidade e atitude criminosa, mas sim de defesa da justiça e atitude potencialmente criminosa por parte de um muçulmano, ou seja, de quem não é «dos nossos-sempre-pecadores», mas sim do sacrossanto «outro-sempre-injustiçado-pelos-nossos-e-por-isso-tendo-todo-o-direito-de-se-revoltar-contra-nós».
Isto sim, constitui o cerne do pensamento politicamente correcto: o dar a outra face ao agressor alienígena, padrão de comportamento que é evidentemente de origem cristã.
P.S.: Já agora, convém saber que a Itália é o principal parceiro comercial do Irão na Europa e as relações comerciais entre os dois países foram no ano de 2005 avaliadas em cerca de cinco mil milhões de euros.
Afinal, talvez não sejam só os Ianques e os Judeus que agem segundo interesses económicos...
O Irão enfrenta neste momento uma terceira ronda de sanções da U.E. por causa do seu programa nuclear, o qual é temido pelas potências mundiais, incluindo os EUA, bem como o seu aliado Israel, visto que se pensa que a elite dirigente de Teerão pretende construir armas nucleares. Como se sabe, a República dos Aiatolas tem apelado repetidamente à destruição do Estado «sionista» de Israel.
Até Prodi reconhece este facto, pelo que declara: «temos de garantir a Israel que o Irão não se vai tornar numa potência militar nuclear. É tempo de tomar decisões.»
Romano Prodi disse por isso que o Irão não deve restringir as inspecções da U.E. às suas instalações nucleares, que o governo iraniano garante terem objectivos puramente civis, mas acentuou a ideia de que «o não-diálogo tem um preço e a comunidade internacional irá pagá-lo.»
Ou seja, ao fim ao cabo, o que o líder duma das maiores potências da Europa, do Ocidente e do mundo está a dizer é que a culpa de tudo isto é um bocadito dos dois lados...
Aconselho vivamente que se leiam os brilhantes, lacónicos e sucintos comentários jocosos, mas pertinentes e imensamente lúcidos, que o o Dhimmi Watch tece a respeito do caso, comentando ponto por ponto a notícia de modo a indicar qual o dogma esquerdo-liberal que está por trás das palavras de Prodi:
- Dogma esquerdo-liberal 101: a imposição da lei é parcialmente culpada pelo procedimento criminoso. Nunca é culpa do criminoso.
- Dogma esquerdo-liberal 102: se a punição não travar o procedimento criminoso, é preciso parar de punir o criminoso em vez de pôr em prática uma punição mais forte.
- Dogma esquerdo-liberal 103: é preciso falar com o criminoso para o compreender. Se se continua a puni-lo, o seu comportamento só se agravará. Em suma, tenta aplacar a fúria do criminoso.
O Dhimmi Watch acerta na denúncia da mentalidade politicamente correcta que tem por consequência um comportamento no mínimo bananaico.
Mas estará a sua análise completa?
Por exemplo, se o Irão, em vez de ser um islâmico país do médio oriente, fosse um país europeu nacional-socialista, será que Romano Prodi falaria com tanta indulgência?
Não creio.
Tenho por isso de acrescentar aqui uma perspectiva que me parece verdadeiramente central neste caso: efectivamente, o que está em causa não é simplesmente uma questão de conflito entre legalidade e atitude criminosa, mas sim de defesa da justiça e atitude potencialmente criminosa por parte de um muçulmano, ou seja, de quem não é «dos nossos-sempre-pecadores», mas sim do sacrossanto «outro-sempre-injustiçado-pelos-nossos-e-por-isso-tendo-todo-o-direito-de-se-revoltar-contra-nós».
Isto sim, constitui o cerne do pensamento politicamente correcto: o dar a outra face ao agressor alienígena, padrão de comportamento que é evidentemente de origem cristã.
P.S.: Já agora, convém saber que a Itália é o principal parceiro comercial do Irão na Europa e as relações comerciais entre os dois países foram no ano de 2005 avaliadas em cerca de cinco mil milhões de euros.
Afinal, talvez não sejam só os Ianques e os Judeus que agem segundo interesses económicos...
4 Comments:
"Por exemplo, se o Irão, em vez de ser um islâmico país do médio oriente, fosse um país europeu nacional-socialista, será que Romano Prodi falaria com tanta indulgência?"
Respondendo às 3 seguintes questões o caro Caturo terá a resposta completa:
1ª - Quando se realizou a última invasão armada de árabes/muçulmanos na Europa?
2ª - Quando se realizou a última invasão armada de nacional-socialistas na Europa?
3ª - Até onde consegue a memória humana recuar?
Independentemente de eu achar a sua questão pura propaganda, concordo com o Caturo quanto à forma infantil e imbecil como se lida na europa com ameaças gritantemente visíveis.
A verdade é que a culpa disto tudo é também nossa, sim. Mas, no sentido em que nos damos ao luxo de camuflar a nossa fraqueja como se de uma dádiva aos iluminados se tratasse.
Um feliz dia.
Livia Drusilla
3ª - Até onde consegue a memória humana recuar?
Cara Lívia Drusilla, a memória de quem estuda um bocadinho tem de recuar a mais de um século, no mínimo... isto não é a América, e mesmo que o fosse... até a América partilha a História do Ocidente, quanto mais a Europa.
Cordiais Saudações
C.
Só que, Caturo, não é a memória afectiva das massas que faz o mote dos discursos, incluindo o uso e abuso do politicamente correcto? Quando a memória histórica das massas ainda é afectiva, o discurso político acompanha-a.
Os acontecimentos que já se perderam para essa memória, aqueles que já não empolgam afectos, aqueles que já só são estatísticas debitadas por funcionários públicos ou marrões das universidades, já não aquece os discursos prás massas.
É precisa a morte das gerações que testemunham os acontecimentos históricos para que esses acontecimentos percam todo o caracter de "vida" e passem a ser "história".
Até onde acha que as actuais gerações vivas recuam na sua memória afectiva? Não me parece que seja até às invasões Árabes ou ao Reino de Granada.
Cumprimentos.
Livia Drusilla
Não acredito que as massas tenham na sua maioria uma grande e vívida memória da segunda guerra. É caso para dizer que muito dessa «memória» é fabricada pela propaganda anti-racista, particularmente ao nível da produção ficcional cinematográfica.
Atentamente,
C.
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