PAPA MUDA DE IDEIAS RELATIVAMENTE À ENTRADA DA TURQUIA NA U.E. - POR CONVICÇÃO, POR TIBIEZA OU POR MANHA?
O papa Bento XVI manifestou o seu apoio à adesão da Turquia à União Europeia (UE), no encontro com o primeiro-ministro turco Recep Tayyp Erdogan, à chegada a Ancara.
"Pedi-lhe o seu apoio à nossa aproximação à UE e ele disse: ‘Queremos que a Turquia faça parte da UE’", revelou o primeiro-ministro turco aos jornalistas, classificando o apoio do papa como "uma recomendação distinta".
Em 2004, quando era uma das principais personagens do pontificado de João Paulo II, o cardeal Joseph Ratzinger afirmou publicamente que a entrada da Turquia na UE seria "um grande erro", embora essa declaração tenha sido apresentada como uma opinião pessoal que não reflectia a posição oficial do Vaticano.
Ontem, um porta-voz do Vaticano afirmou que o país deve ser autorizado a entrar na UE a partir do momento em que cumpra todos os critérios fixados pelos 25 Estados-membros.
As negociações de adesão da Turquia à UE estão à beira de um congelamento, parcial ou total, depois de segunda-feira terem fracassado as conversações da presidência finlandesa com Ancara sobre a abertura das fronteiras turcas a Chipre, um dos novos Estados comunitários que a Turquia insiste em não reconhecer.
Ora esta passagem,
Ontem, um porta-voz do Vaticano afirmou que o país deve ser autorizado a entrar na UE a partir do momento em que cumpra todos os critérios fixados pelos 25 Estados-membros.
tem que se lhe diga, dado que parece ser a única parte da atitude do papa que lhe salva a figura - esta postura diplomática poderá eventualmente significar que, do ponto de vista da Igreja, a Turquia só mereceria entrar na U.E. se fosse aprovada de acordo com todos e cada um dos critérios fixados pela U.E.... mas, como não está a sê-lo...
Fica por averiguar. Mas, para já, a tibieza permanece aparente. E, em política, o que parece é, pelo menos quando se trata de questões de princípio e de firmeza.
"Pedi-lhe o seu apoio à nossa aproximação à UE e ele disse: ‘Queremos que a Turquia faça parte da UE’", revelou o primeiro-ministro turco aos jornalistas, classificando o apoio do papa como "uma recomendação distinta".
Em 2004, quando era uma das principais personagens do pontificado de João Paulo II, o cardeal Joseph Ratzinger afirmou publicamente que a entrada da Turquia na UE seria "um grande erro", embora essa declaração tenha sido apresentada como uma opinião pessoal que não reflectia a posição oficial do Vaticano.
Ontem, um porta-voz do Vaticano afirmou que o país deve ser autorizado a entrar na UE a partir do momento em que cumpra todos os critérios fixados pelos 25 Estados-membros.
As negociações de adesão da Turquia à UE estão à beira de um congelamento, parcial ou total, depois de segunda-feira terem fracassado as conversações da presidência finlandesa com Ancara sobre a abertura das fronteiras turcas a Chipre, um dos novos Estados comunitários que a Turquia insiste em não reconhecer.
Ora esta passagem,
Ontem, um porta-voz do Vaticano afirmou que o país deve ser autorizado a entrar na UE a partir do momento em que cumpra todos os critérios fixados pelos 25 Estados-membros.
tem que se lhe diga, dado que parece ser a única parte da atitude do papa que lhe salva a figura - esta postura diplomática poderá eventualmente significar que, do ponto de vista da Igreja, a Turquia só mereceria entrar na U.E. se fosse aprovada de acordo com todos e cada um dos critérios fixados pela U.E.... mas, como não está a sê-lo...
Fica por averiguar. Mas, para já, a tibieza permanece aparente. E, em política, o que parece é, pelo menos quando se trata de questões de princípio e de firmeza.
18 Comments:
Caro Caturo
Para mim o que "vale" é o que o Cardeal Ratzinger afirmou na entrevista de Junho de 2004:
_ «Historicamente e culturalmente, a Turquia tem pouco a partilhar com a Europa. Será um grande erro englobar a Turquia na União Europeia. Será melhor que actue vcomo ponte entre a Europa e o mundo árabe».
Agora é a política que "fala".
Concordo com Ratzinger, não subscrevo o que disse o Papa.
Cumprimentos.
Mas eu sabia, eu já adivinhava isto, lembro-me como se tivesse sucedido há 1 hora atrás, quando muitos andaram a festejar os desconchavos que o Papa disse sobre o Islão, eu vi logo que o problema acabaria por descambar numa fragilização da postura face à entrada da Turquia, que pena tenho de não ter escrito isso então, só não me sai o totoloto ou lá o que é.
Para gáudio dos que rejubilam com qualquer ataque ao islão, mesmo os que são estrategicamente injustificados, levamos agora com uma cedência naquilo que realmente interessa. Tomem lá que é democrático!
Rodrigo, que papel é que pensas que o papa teve nisso? Acharias porventura que a sua tibieza relativamente à Turquia já estava programada?...
Não. Na altura houve júbilo com as declarações do Papa, eu, pelo contrário fiquei calado... mas cheguei a escrever um texto onde afirmava que essas declarações teriam um efeito negativo precisamente porque, na tentativa de se desculpabilizar ou limpar a imagem face ao mundo muçulmano, o Papa acabaria( nem que fosse tacitamente) por apoiar a entrada da Turquia na UE. Eu juro que vi este filme tal e qual, mas depois, quando ia publicar essa análise permiti-me ser iludido pela minha boa vontade e pensei que talvez desta vez o Vaticano tivesse outra força, que talvez este Papa fosse feito de outra matéria, no fundo desejei estar enganado.
O que eu digo é que as declarações do Papa desencadiariam sempre as reacções que aconteceram entre os fanátios islâmicos e dada a já costumeira fraqueza da Europa e a natureza anti-identitária do vaticano era previsível que a compensação fosse entregue à Turquia sob este apoio, ou pelo menos, não oferenço oposição.
Se em vez de andar a referenciar negativamente o Islão em conferências( e sim, considero aquelas declarações desnecessárias)o Papa se tivesse preocupado em manter a posição que tinha sobre a Turquia teria sido mais útil para nós.
Eu achei que ele fez bem em citar antigas e oportunas palavras sobre o Islão, talvez tenha aberto os olhos a muita gente. Quanto ao papel do Estado Papal no súbito apoio à entrada da Turquia na U.E., é apenas mais uma acha para a fogueira, mas não é determinante - até porque, de momento, a balança pesa contra os Turcos no que concerne ao seu ingresso na União Europeia.
Há oposições à entrada dos turcos mas há também um eixo que a apoia e tem nomes de peso. Por isso continuo na expectativa, é ver para crer, mas queres apostar que nos vão dizer que aceitarmos a entrada da Turquia é fundamental para estabilizar a região e enfraquecer o terrorismo? Espera e vais ver se os mesmo do costume não virão com essa conversa.
1. Em nenhum lugar e em nenhuma situação o Papa ou o Vaticano se pronunciaram pela entrada da Turquia na União Europeia.
Passou-me pela cabeça que houvesse distorção da parte da imprensa. No entanto, se o Estado Papal declarou de facto que a Turquia deve entrar na U.E. desde que cumpra os critérios, então está-se perante uma aprovação oficial, ainda que astuciosamente escondida por detrás da política vigente, a qual, por seu turno, indica que a Ásia Menor não vai conseguir contrariar nem a Geografia, nem a Etnicidade nem a Civilização.
Saudações Nacionais
por diplomacia, camarada e amigo caturo.E mais não escrevo por uma questão de logística e estratégia.
gostei da intervenção do miazuria na conferência.
Miazuria interveio no final, não foi?
"Miazuria interveio no final, não foi?"
O Mário Machado não partiu os cornos do miazuria? Ouvi dizer que não gosta muito de judeus... ;)
"Para gáudio dos que rejubilam com qualquer ataque ao islão, mesmo os que são estrategicamente injustificados..."
Estratégicamente injustificados? Isso parece-me que o Caro Rodrigo Nunes acredita que existe um bom Islão e um mau Islão, ou que, em consonância com a estratégia estipulada pelo GRECE há décadas, sendo o Islão anti-americano e representando um ideal vitalista e guerreiro, devemos, em nome da ultrapassadíssima «causa dos povos», apoiar os loucos de Alá. Seja como for, ambos os casos estão inequivocamente errados.
Já quanto à análise que faz o meu amigo Rodrigo com respeito ao Vaticano, enfim, também partilho da mesma, se bem que, honestamente não tendo rejubilado com as declarações do Papa, considerei as mesmas muito certeiras e até reveladores de uma certa vontade de cortar gradualmente com a desastrosa política da Santa Sé personificada na pessoa de João Paulo II, já que este papa é substancialmente mais astuto e realista.
Abraços
"Seja como for, ambos os casos estão inequivocamente errados."
Não existe um Islão, tal como não existe um foco cristão. É hora de vocês começarem a perceber a complexidade da questão, ou então reduzem-se a insignificancia.
Não, o Miazuria ainda está vivo e bem de saúde....
È que os judeus são difíceis de roer.
Não existe um Islão,
Existe um Islão sim, pelo menos perante o Ocidente - porque as mais poderosas correntes muçulmanas, tanto sunitas como xiita, estão empenhadas na conquista de tudo o que puderem tomar.
E quem não perceber isto mais vale que se dedique à pesca.
os nacionalistas tem muito que aprender com a praxis do islao politico.
o papa como depositario de uma sabedoria duas vezes milenar vai dando uma no cravo e outra na ferradura.no entanto as frazes\doutrina vao fazendo o seu caminho ganhando vida propria.
vejam,se ele disse eu tambem posso dize-lo.quebra-se o ciclo do medo.genial.
Olha olha o Flávio anda aqui armado em sabichão mas não diz nada de jeito, como sempre para não variar, o que vale é que ninguém lhe liga nenhum.
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