quarta-feira, outubro 18, 2006

PERIGO MODERADO - IMPERIALISMO ESPANHOL AINDA VIVO

Demasiada gente em Espanha continua a não perceber que o imperialismo castelhano terá de ser ultrapassado para que possa haver um bom entendimento entre as nações.

Quase metade dos espanhóis, 45,7 por cento, quer a união entre Portugal e Espanha, com a maioria a defender que o novo país deve chamar-se Espanha, ter Madrid como capital e manter o regime monárquico, de acordo com uma sondagem.
A sondagem, realizada pela Ipsos para a revista Tiempo refere que o apoio à união dos dois países é particularmente elevada entre os mais jovens, dos 18 aos 24 anos, com mais de metade (50,8 por cento) a favorecerem essa opção.
Entre os que favorecem a fusão, 43,4 por cento dizem que o novo Estado deve chamar-se Espanha, contra 39,4 que favorecem a opção de «Ibéria», e apenas 3,3 por cento favorece ver Lisboa como a capital do novo Estado, contra 80 por cento que querem Madrid.
Cerca de metade dos eleitores defende que o novo estado deve manter-se com o regime monárquico, que vigora em Espanha, contra 30,2 por cento que defendem que o «novo país» seja uma República.
A sondagem surge semanas depois de o semanário português Sol ter revela do uma sondagem que indicava que 28 por cento dos portugueses favorecem a união com Espanha. Para ilustrar o cenário documentado na sondagem, a revista Tiempo visita as aldeias vizinhas de Rionor de Bragança, em Portugal, e Rihinor de Castela, em Espanha, localidades onde a única divisão evidente é no rio que as separa.
O sentimento de proximidade com Portugal é particularmente forte nas regiões fronteiriças de Espanha que, em alguns casos se sentem mais próximas à realidade portuguesa do que ao distante centro do poder espanhol, em Madrid.
As duas localidades chegaram mesmo a tentar, em 2005, avançar com um «Conselho de Rio Honor de Europa», uma iniciativa que pretendia unir os esforços dos habitantes dos dois lados do rio para conseguir apoio europeu para o desenvolvimento da região.
A Tiempo, que dá direito de chamada e cinco páginas ao assunto, acaba por relembrar que o projecto «iberista» tem já mais de cinco séculos, surgindo pontualmente e evidenciando-se, com mais força, no século 19, na altura como um dos ideais da revolução espanhola
.



É relativamente preocupante que os mais afoitos no apoio à absorção de Portugal por Espanha sejam precisamente os mais novos - tal facto não augura nada de bom para o futuro das relações entre os povos da Ibéria.

De qualquer modo, discordo do camarada que me enviou esta notícia por e-mail - o perigo maior para a Nação Portuguesa está longe de ser o imperialismo espanhol. A iminvasão vinda de fora da Europa é, sem margem para dúvidas, a maior ameaça, não apenas para Portugal mas também para toda a Europa. E aqui há quase um círculo vicioso, pois que o que é perigoso para a Europa, é também perigoso para Portugal. A presença maciça do Islão em França, por exemplo, pode vir a ter consequências nefastas para o resto do continente, incluindo Portugal, devido ao peso demográfico muçulmano, que poderá ter reflexos numa eventual legislação pró-islâmica dum futuro cada vez mais provável.

Pior do que a dominação estrangeira é a diluição da Estirpe. O mesmo é dizer que pior do que ter uma Nação dominada por outra, é nem sequer ter uma Nação.

36 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Mas os Portugueses que gostariam de ver a fusão entre Portugal e Espanha é mais por razões económicas do que por outras razões.
É puro oportunismo de pensar que ia ter um nivel de vida melhor.
Só que os iberistas espanhois têem um problema, que é a mais que provavel desagregação da própria Espanha partida em vários estados.
Os reis católicos não puseram por acaso o nome de Espanha ao seu pais(antiga Hisapânia)por acaso. Pois sempre pensaram que mais dia menos dia Portugal ficaria sobre o seu dominio. Só que as contas saira-lhes furadas.
É verdade que todos somos Hispânicos mas só alguns é que são Espanhois.

Visigodo

18 de outubro de 2006 às 17:38:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Os reis católicos não puseram por acaso o nome de Espanha ao seu pais(antiga Hisapânia)por acaso. Pois sempre pensaram que mais dia menos dia Portugal ficaria sobre o seu dominio. Só que as contas saira-lhes furadas.
É verdade que todos somos Hispânicos mas só alguns é que são Espanhois.


Ora nem mais, camarada. Por isso é que D. Manuel I ficou incomodado com essa novidade castelhana, também este rei português dizia que «Espanhóis» éramos todos. Desde então, a palavra «espanhol» ficou ligada a um país em concreto (o império ibérico castelhano), ao passo que «hispânico» ficou a significar «natural da Hispânia».

18 de outubro de 2006 às 18:01:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Espanha e Portugal serão um só sob a bandeira do Islão! E chamar-se-à califado de Abdul, Abdel, 'Abd al, servo de Allah, o misericordioso!
Ireis perecer, cães infiéis!

18 de outubro de 2006 às 21:54:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

As Nações para existirem tem de acautelar todos os perigos . Obviamente que o maior perigo para o mundo Ocidental como colectivo de Nações é o Islão e a sua táctica iminvasora . E os Inimigos Colectivos defendem-se colectivamente . Agora Portugal defende-se individualmente dos seus Inimigos Individuais . Não conheço outro inimigo Indivudual que não seja a Espanha . Por alguma razão, um recente adido militar americano em Portugal afirmou que quando foi investigar sobre o País para onde ia desenvolver a sua actividade diplomática, acabou por concluir que o que Portugal era se podia resumir em 3 palavras : "NÃO !" "à" "espanha" . De facto se Portugal não existísse, continuava a existir a estirpe e todo o mundo Branco em geral, mas isso para mim seria a maior das tristezas . Afinal Portugal não existia ! Então se Portugal se forma na luta contra o Islão, e na negação da espanha, devemos considerar como grandes Inimigos de Portugal esses dois, Islão e Espanha, e não descurar nenhum. A maior crítica que tenho a fazer ao Nacionalismo Portugues, tem sido o não reconhecimento eficaz das ameaças à Nação . Tenho verificado com agrado que no GLADIUS, o inimigo Islâmico iminvasionista é alvo de uma luta ideológica sem quartel, e também o Iberismo, embora muito mais moderadamente . Raramente aqui e noutros locais Nacionalistas se presta suficiente atenção à ameaça espanhola ! E sendo verdade que o Islão é uma ameaça colectiva ao Ocidente, essa ameaça em Portugal ainda não é muito espressiva . Por outro lado o Iberismo atinge expoentes que nem no final do século XIX se viram . Chegamos ao ponto de Ministros como Mario Lino se afirmarem impunemente Iberistas Confessos sem ninguem os punir como vermes Traidores, e de as primeiras visitas de estado quer do primeiro ministro quer do presidente da república serem autenticos beija-mão aos visinhos aciganados. Nunca vejo reacções Nacionalistas de indignação veemente . NUNCA ! Isso é verdadeiramente ameaçador para Portugal, quando nem os Nacionalistas Portugueses identificam as verdadeiras ameaças . Aliás é inacreditavel como muitos não reconhecem nem a Espanha, nem o Islão como inimigos, continuando obcecados com os Judeus .
Enfim ... termino a minha intervenção negando a afirmação do Camarada Caturo, de que pior do que ser um Povo subjugado, é ser um Povo que não existe. Seja contra a ameaça Islâmica, seja contra a ameaça Espanhola, vale o pincípio que rege quem pelas armas se bate de que : " Antes morto e livre, do que na Paz sugeito ! ", ou seja, mais vale nem sequer existir do que existir pacíficamente debaixo da pata de algum mouro, ou de algum espanhol aciganado !

19 de outubro de 2006 às 09:28:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Correcção ao Post anterior :

Vizinhos
sujeito

19 de outubro de 2006 às 12:37:00 WEST  
Blogger Caturo said...

mais vale nem sequer existir do que existir pacíficamente debaixo da pata de algum mouro, ou de algum espanhol aciganado !

Mais vale livre e morto do que vivo e subjugado, é verdade. Isto em termos teóricos, bem entendido... porque, na prática, enquanto se for vivo pode-se sempre lutar para um dia se ser livre.

A Galiza, a Catalunha, a Escócia, Gales, a Bretanha, Euskadi, são nações subjugadas - mas cresce aí um forte sentimento nacionalista e, um dia, poderão alcançar a soberania.

Agora, se antes disso acabarem diluídas por meio da iminvasão e da miscigenação... aí sim, não haverá mais esperança para essas nações, pura e simplesmente porque estarão mortas.

19 de outubro de 2006 às 15:45:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"A Galiza, a Catalunha,a Escócia, Gales, a Bretanha, Euskadi, são nações subjugadas."

Pois é camarada Caturo esqueces-te da Irlanda do norte que é uma das nações mais subjugadas de todas.
Mas muitas delas perderam tempo em guerras internas, do que se unirem e se revoltarem contra os opressores.
Lá diz o ditado.
A união faz a força

Visigodo

19 de outubro de 2006 às 16:00:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Mas caramba ... era o que mais faltava que Portugal ficar um dia como essas Nações fosse aceitavel . E insisto ... tens muita razão, mas os Nacionalistas andam a assobiar para o ar enquanto a Ciganada espanholita avança . E não é só no campo económico que eles avançam !

19 de outubro de 2006 às 16:18:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Mas a nossa sorte é que do lado de lá está um sapateiro que de borrada em borrada, quando der por ela já a velha Espanha não tera retorno. Pois os Catalães e os Bascos dão-lhe a volta com uma pinta do caraças. O perigo é que essas nações como a Catalunha vão querer meter a pata aqui. Porque eles são mais imperialistas que os actuais Espanhois.
Por isso não se iludam que se a Espanha como é hoje em dia acabar, havera perigos piores dos que já existem.
A catalunha é um grande perigo para as outras nações Ibéricas.
Que o diga Região Aut. Valenciana e Aragão.

Visigodo

19 de outubro de 2006 às 17:03:00 WEST  
Blogger Rodrigo N.P. said...

Para já os «espanhóis» não são ciganos.E, tendo ascendência galega pelo lado paterno, até acho isso insultuoso.

Depois, sendo verdade que o expansionismo islâmico na Europa é uma ameaça real e muito perigosa, não é de forma alguma a única e não é um fenómeno que surja do nada. Tem causas políticas que devem ser abordadas e que passam pela aceitação de determinados valores liberais que acabaram por conduzir aos paradigmas sagrados das sociedades fundadas em princípios universalistas, multiculturais e multiraciais.

Em seguida, existe um perigo judaico de facto, conheça-se a história do judaísmo no confronto com os movimentos nacionalistas e a própria fundamentação dessa religião para compreender que é um perigo bem real e com força desproporcional naquilo que chamam «Ocidente».

Finalmente, o «Ocidente» como hoje é entendido não é nem um espaço geográfico nem identitário, é uma ideologia ( disfaraçada de «união civilizacional»)que impõe sobre o mundo o primado dos EUA como líderes e defensores desse tal «Ocidente» assegurando-lhe uma posição de autoridade sobre uma europa subjugada e ao serviço de interesses externos... não é mais que uma ideologia, no fundo é um «ocidentalismo» cujos valores são a antítese da Europa autêntica, como muito bem notaram Molnar, Michael O'Meara, Locchi, Benoist, Steuckers, Francis e todos aqueles que conhecem os valores que fundaram a América e os que foram desde sempre os da Europa.

A libertação da Europa passa por isso pela consciência que de formas diferentes todos estes eixos são adversários da sua identidade e da luta nacionalista, excepto claro, para os que continuam perdidos nos misticismos a-materiais dos V Impérios espirituais.

Para ir realmente ao fundo da questão a regeneração da Europa e das suas pátrias passaria até pela libertação do cristianismo mas como essa é uma empreitada vã e inexequível, concentremo-nos nas outras, sem simplismos.

Prego aos peixes, mas pronto...

19 de outubro de 2006 às 17:42:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Finalmente, o «Ocidente» como hoje é entendido não é nem um espaço geográfico nem identitário, é uma ideologia

O termo costuma ser usado por uma ideologia em concreto, a saber, o conservadorismo euro-americano; mas o conceito em si não é ideológico e sim civilizacional. É pouco credível negar que a América branca deriva directamente da Europa e que tem em si os ideais europeus vindos já da Antiguidade Clássica.

Que a América, entretanto, tenha uma cultura consumista e universalista que em nada nos beneficia, isso é outra coisa. Mas também na Europa há defensores do universalismo diluidor, e de que maneira. Esses «SOS Racimos» que por aí andam surgiram em França.

É também graças à liberdade americana, de raiz anglo-saxónica, que podemos andar a mandar bocas na internet. Nunca esquecer isso.

Quanto à queda do Cristianismo, não só não é um projecto vão como até é um fenómeno observável, a olhos vistos, independentemente da nossa acção.

19 de outubro de 2006 às 18:13:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Voces devem beber muito ao transformar regiões em nações.

Portugal nem é uma nação, é apenas uma região da Ibéria que nunca se deveria ter tornado independente.
Nada distingue Portugal de Espanha
O povo é o mesmo, não se distingue um Algarvio dum Madrileno, nem um Lusitano dum Madrileno. E a lingua é a mesma, é apenas uma variante, uma filha da lingua castelhana, entendemo-nos perfeitamente.

Voces sao apenas uns indivíduos que querem pegar em milésimas laboratoriais para dissolver a Nação Espanhola e satisfazer as invejas mesquinhas regionais.

Voces sao uns puros regionalistas invejosos e mesquinhos POR Lisboa NÃO SER a capital da Espanha.
Isto é pura mesquinhez e rancor provinciano de gente altamente invejosa.

19 de outubro de 2006 às 18:31:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Olha, agora vem para aqui um galéceiro tentar usar o nosso discurso contra nós... que ridículo...



E a lingua é a mesma, é apenas uma variante, uma filha da lingua castelhana,

Errado.

O Castelhano pertence ao grupo central das línguas ibéricas. O Galaico-Português pertence ao grupo ocidental.

Logo, o Povo não é o mesmo.


entendemo-nos perfeitamente

Nem sempre. Há espanhóis que dizem que não nos entendem.


Voces sao apenas uns indivíduos que querem pegar em milésimas laboratoriais para dissolver a Nação Espanhola e satisfazer as invejas mesquinhas regionais

Mas alguém falou em genética neste caso?...

Quem fala em milésimas laboratoriais para justificar a diluição da Nação... são só os parolos tripeiros sem argumentos para justificar a divisão do País... ;)

19 de outubro de 2006 às 18:43:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

" Para já os «espanhóis» não são ciganos.E, tendo ascendência galega pelo lado paterno, até acho isso insultuoso. "

Ok ... mas dançam como eles, e falam como eles :-)))

19 de outubro de 2006 às 18:48:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

" ... entendemo-nos perfeitamente "

Não só não entendo o dialecto aciganado que eles zurzem, como ainda por cima tivemos que lhes dar 18 vassouradas em 900 anos . Para quem tenha a memória curta, saibam que estes fdp invadiram-nos 18 vezes pela força das armas, e tivemos sempre que verter muitoooo muitooo sangue para os correr daqui !

Nós entendemos-nos com eles sim, mas é à porrada

19 de outubro de 2006 às 18:51:00 WEST  
Blogger Rodrigo N.P. said...

«É pouco credível negar que a América branca deriva directamente da Europa e que tem em si os ideais europeus vindos já da Antiguidade Clássica.»

Não é pouco credível é um facto que não deriva directamente da Europa senão racialmente, culturalmente é fundada como negação do que era a Europa, é o «Novo Mundo» liberto da tradição europeia e disso fez pilar cultural, e mais, é fundada sobre um puritanismo religioso que não podia ser mais distante da tradição clássica da Europa antiga.

Desde o ínicio é um projecto que deriva da revolução assente nos valores do ethos burguês, no individualismo, no economicismo,no igualitarismo, no progressismo.

O John Gray, que é um académico inglês que estuda estas coisas definiu assim o conservadorismo americano:« é meramente uma variante do projecto iluminista de emancipação e civilização universal»

É a esse projecto que chamam «Ocidente» hoje em dia e por isso te digo que é uma ideologia, uma ideologia que se fortalece na luta «civilizacional» contra o islamismo, mas uma ideologia.

«Que a América, entretanto, tenha uma cultura consumista e universalista que em nada nos beneficia, isso é outra coisa. Mas também na Europa há defensores do universalismo diluidor, e de que maneira. Esses «SOS Racimos» que por aí andam surgiram em França.»

Essa cultura consumista foi exportada para a Europa a partir da América, que é por excelência o reino da quantidade, só depois de 45 é que a direita europeia foi contaminada por isso na ânsia de lutar contra o comunismo deixou-se colonizar ideológicamente pelo aliado americano e passou a cultivar um discurso, uma visão do mundo e a ter por referências a América e os seus autores, e isso também se deve muito ao facto de os europeus terem em geral um défice na capacidade de leitura de outras línguas que não o inglês, porque comparar o que os movimentos e associações nacionalistas europeias escrevem na França, na Alemanha, na Itália, na Espanha( e mesmo na Inglaterra, numa «RightNow!» ou na «The Scorpion»), e depois ler as publicações conservadoras americanas é francamente elogioso para os europeus.

Quanto aos marxismos são um cancro semita que grassa sobretudo na Europa e contribui sobremaneira para a nossa desgraça.

Mas esses SOS existem também nos EUA, com outro nome é certo, mas existem por lá também. De resto, essa panóplia de SOS's não está desligada dos Maios revolucionários de Paris que por sua vez são contemporâneos dos pacifismos universalismos e multiculturalismos da América hippy, esquerdista e libertária.

«É também graças à liberdade americana, de raiz anglo-saxónica, que podemos andar a mandar bocas na internet. Nunca esquecer isso.»

Sim, os homens têm mais liberdade, por acaso eu neguei isso?

«Quanto à queda do Cristianismo, não só não é um projecto vão como até é um fenómeno observável, a olhos vistos, independentemente da nossa acção.»

Não é bem assim, existe uma crise do cristianismo institucional, mas os valores mundanos dessa religião estão mais fortes que nunca. O que até se pode tornar mais prejudicial.

19 de outubro de 2006 às 19:38:00 WEST  
Blogger Caturo said...

culturalmente é fundada como negação do que era a Europa, é o «Novo Mundo» liberto da tradição europeia e disso fez pilar cultural,

Não sei se será mesmo assim e acho isso um bocado discutível. Que a América tenha essa componente de filha bastarda e revoltada contra a tradição europeia, acredito. Mas que nada tenha a ver com a Europa já me parece um exagero.
Para já, a própria Constituição Americana foi fundada com base no direito da Antiguidade Clássica:
http://en.wikipedia.org/wiki/United_States_Constitution#Historical_international_influences



e mais, é fundada sobre um puritanismo religioso que não podia ser mais distante da tradição clássica da Europa antiga.

Decerto. Não obstante, gozam de uma liberdade religiosa que chega aos pormenores que a nós parecem excepcionalmente picuinhas.



Desde o ínicio é um projecto que deriva da revolução assente nos valores do ethos burguês, no individualismo,

E isto não é europeu?
Podes não gostar, mas que é europeu, é.


O John Gray, que é um académico inglês que estuda estas coisas definiu assim o conservadorismo americano:« é meramente uma variante do projecto iluminista de emancipação e civilização universal»

Mais uma vez - então e o iluminismo não é perfeitamente europeu?



É a esse projecto que chamam «Ocidente» hoje em dia

Sim, mas nada impede de reconhecer:
- a comunidade de raça;
- a comunidade de origem civilizacional greco-romana.


Essa cultura consumista foi exportada para a Europa a partir da América, que é por excelência o reino da quantidade,

Sim, mas isso é porque a América nasceu numa época em que a burguesia se afirmava contra os valores do clero e da aristocracia, eminentemente espirituais.

E onde acontecia isso?

Na Europa. A América será, nesse aspecto, um reflexo, aumentado, da pior Europa. Mas nunca uma coisa essencialmente diferente, como o Islão, a China ou o Japão.



porque comparar o que os movimentos e associações nacionalistas europeias escrevem na França, na Alemanha, na Itália, na Espanha( e mesmo na Inglaterra, numa «RightNow!» ou na «The Scorpion»), e depois ler as publicações conservadoras americanas é francamente elogioso para os europeus.

Talvez. Mas olha que a American Renaissance não é muito má...

19 de outubro de 2006 às 21:06:00 WEST  
Blogger Caturo said...

«Quanto à queda do Cristianismo, não só não é um projecto vão como até é um fenómeno observável, a olhos vistos, independentemente da nossa acção.»

Não é bem assim, existe uma crise do cristianismo institucional, mas os valores mundanos dessa religião estão mais fortes que nunca.

A ver vamos. Há também quem diga que, actualmente, nenhum valor é forte no Ocidente...

Com a juventude então, às vezes parece que se está perante uma tábua rasa, capaz de receber qualquer coisa. Talvez assim se consiga começar alguma coisa, desde o princípio...

19 de outubro de 2006 às 21:14:00 WEST  
Blogger Rodrigo N.P. said...

«Para já, a própria Constituição Americana foi fundada com base no direito da Antiguidade Clássica:»

Já antes vi defenderem essa ideia mas nunca percebi bem a razão dessa afirmação com casos concretos, mas adiante.

«Decerto. Não obstante, gozam de uma liberdade religiosa que chega aos pormenores que a nós parecem excepcionalmente picuinhas.»

Não só religiosa, a liberdade nos EUA é uma liberdade que se define face à sua negação, de forma absoluta, e ela não é necessariamente fundada sobre qualquer ideia de liberdade da antiguidade, alguns historiadores dizem que ela resulta, curiosamente, do protestantismo que se criou nos EUA,do seu empreendedorismo laborioso que seria via para a salvação, da sua tentativa de libertação de autoridades religiosas hierarquizadas e da sua vontade de ir ainda mais longe na Reforma de Lutero, o que, a ser verdade, seria até paradoxal pois que faria assentar essas características da democracia americana na mentalidade de um cristianismo muito menos europeízado. De qualquer forma, é uma liberdade que surge interligada com gentes muito cristãs.

«E isto não é europeu?
Podes não gostar, mas que é europeu, é.»

O individualismo é sobretudo anglo-saxónico, a europa continental é muito mais comunitária. Embora seja tradição de todos os povos europeus a vontade de liberdade individual creio que a relação dessa liberdade com a comunidade é algo diferente entre essas 2 tradições.

«Mais uma vez - então e o iluminismo não é perfeitamente europeu?»

É, genuinamente europeu. Mas, o problema é que na Europa existe uma tradição que antecede o iluminismo e que o ajuda a explicar e existe depois uma reacção ao iluminismo no romantismo que se opõe ao racionalismo universalista do iluminismo. Nos EUA nada disso se verifica, por isso o magistério do iluminismo sobre a América é diferente do que foi na Europa.

«Sim, mas nada impede de reconhecer:
- a comunidade de raça;
- a comunidade de origem civilizacional greco-romana.»

Nos EUA o que vejo é que quem fala em comunidade de raça defende que o legado civilizacional do país é vincadamente cristão, ora a civilização cristã e a civilização greco-romana são distintas.

«Sim, mas isso é porque a América nasceu numa época em que a burguesia se afirmava contra os valores do clero e da aristocracia, eminentemente espirituais.»

Exacto, mas repara , absorvem essa parte da cultura europeia e nascem dela, libertos por isso doutros valores europeus que originaram essas lutas e doutros que se tornaram posteriormente reacção às «revoluções», ou seja enquanto a Europa resulta desse jogo de influências os EUA nascem marcados por essa mentalidade burguesa, sem que tenham o passado que a explica e o futuro que contra ela reagirá. Falamos por isso de duas realidades muito diferentes.

Por que é que hoje existe tanta dificuldade em perceber que são dois mundos diferentes? porque por um lado existe aquela imagem fácil da América como colonizada por europeus, e essa imagem de aproximação é muito fácil de interiorizar e de fixar, pois é verificável pela vista...mas depois não compreendem que sendo os EUA o tal fruto da modernidade libertados de outros movimentos e da história e contra-história europeia eles representam algo completamente distinto, e o que já não é fácil compreender é que os papéis foram invertidos, a proximidade «civilizacional» que hoje tanta gente refere, é resultado de um processo de colonização espiritual por parte da América no «aftermatch» da WWII, a ironia é que a Europa hoje é parte do tal «Ocidente» porque culturalmente foi colonizada pela modernidade universalista, individualista, racionalista que curiosamente havia exportado para o «novo Mundo».é como se a América, livre dos processo de reacção da Europa a um conjunto de valores tivesse assegurado o seu triunfo final no espaço onde haviam sido criados e combatidos( no Velho Continente). Essa colonização é difícil de apreender porque não é física e portanto em vez de descortinar uma relação de subjugação da Europa, própria dos colonizados, muitos falam em alianças, que não existem realmente senão entre iguais( e não estou a falar de raça).

«Talvez. Mas olha que a American Renaissance não é muito má...»

Eles têm os melhores académicos em várias áreas e têm alguns bons autores de direita mas há algo que falha ali... Parece que falta um pensamento estruturado.

«Talvez assim se consiga começar alguma coisa, desde o princípio...»

Não te iludas, uma das razões que explicam o crescimento do Islão é apresentar uma verdade e um códico de conduta a seguir num mundo onde as pessoas estão num vazio espiritual e moral.

Se por começar alguma coisa estás a falar de reconstruções pagãs garanto-te que não vais lá a apresentar o paganismo como uma religião liberta de códigos morais onde se faz o que dá na gana. Em minha opinião em vez desses neopaganismos andarem a perder tempo em festivais nos bosques, a pular fogueiras e em ritualismos parvos, deveriam antes recuperar o papel do mito na definição de valores do homem, existem tantos exemplos na mitologia clássica que apontam lições de vida, e apresentam uma norma. Aí sim existe um longo e rico caminho a percorrer... agora, como fazer isso no caso ibérico será outra história.

19 de outubro de 2006 às 22:52:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

NÃO, O INIMIGO É O JUDEU! SÃO 14 MILHÕES NO MUNDO TODO!

E O INIMIGO É A ESPANHA, QUE JÁ NEM OUVE FLAMENCO MAS SIM REGGAETON E TEM MILHARES DE PRETOS A ENTRAR TODOS OS DIAS!

NÃO, O INIMIGO SÃO OS FILHOS DA PUTA DA FN E DOS NACIONALISTAS DO PERLAPIÉ DESTE PAÍS BASTARDO E ESQUECIDO POR DEUS!

20 de outubro de 2006 às 00:00:00 WEST  
Blogger Vera said...

Seria mais fácil dizeres quem é o aliado.... né?

20 de outubro de 2006 às 09:57:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Não só religiosa, a liberdade nos EUA é uma liberdade que se define face à sua negação,

Liberdade é liberdade, como quer que se defina - é pura e simplesmente poder pensar/dizer/fazer tudo o que se quiser, bem como não ser obrigado a fazer-se o que não se quiser. Ocupar-se em definições «pela negação» ou «pela afirmação» é perda de tempo e costuma servir para denegrir os regimes onde a Liberdade existe realmente em proveito de um hipotético regime onde a Liberdade «serviria para fazer o bem».

Não interessa se a Liberdade é definida pela negação, pela afirmação ou pelo nem-sim-nem-não - o que realmente interessa é poder pensar, dizer e fazer o que se quiser, e não ser obrigado a fazer-se o que se não quer. E ambas as coisas costumam caminhar lado a lado. E ambas existem mais no Ocidente, em particular no mundo germânico (especialmente na parte anglo-saxónica do dito), do que em qualquer outra parte do globo.



e ela não é necessariamente fundada sobre qualquer ideia de liberdade da antiguidade, alguns historiadores dizem que ela resulta, curiosamente, do protestantismo que se criou nos EUA,

É um diz que disse. Também há historiadores a dizer que essa Liberdade assenta na tradição greco-romana, o que, aliás, faz muito mais sentido, porque tal liberdade existiu efectivamente no mundo greco-romano mas não nas sociedades protestantes fortemente religiosas - e, de facto, a única ditadura que existiu em Inglaterra foi imposta por um fervoroso protestante, Cromwell. É certo que, com a queda desse regime, grande parte, senão a maior parte dos protestantes puritanos de Cromwell refugiaram-se na América do Norte. Todavia, a sua repressão moralista, se bem que torne a sociedade norte-americana mais puritana e moralista do que a europeia, não impede contudo que na América acabe por existir efectiva liberdade de expressão para se dizer praticamente tudo e defender-se toda e qualquer ideologia.



da sua vontade de ir ainda mais longe na Reforma de Lutero, o que, a ser verdade, seria até paradoxal pois que faria assentar essas características da democracia americana na mentalidade de um cristianismo muito menos europeízado

Paradoxal, sem dúvida...



O individualismo é sobretudo anglo-saxónico,

O anglo-saxónico é tão europeu como qualquer outro povo da Europa. Mais ainda: esta tradição do individualismo, no fundo, não é mais do que a versão sistematizada, por vezes tingida de espírito apátrida, é certo (mancha que não se deve à cultura anglo-saxónica em concreto, mas sim à influência cristã), mas, dizia, este individualismo não é mais do que a versão sistematizada do antigo espírito europeu de liberdade individual, que sempre marcou os Ocidentais, como já Aristóteles deixava perceber, entre outros autores antigos (Júlio César, por exemplo, disse que os Lusitanos «não se governavam nem se deixavam governar»). Também Julius Evola assinala essa característica ocidental, visível tanto no ethos helénico como no nórdico.


a europa continental é muito mais comunitária

Vale a pena lembrar que alguém distinguiu a democracia anglosaxónica da democracia fancófila na medida em que a primeira põe a tónica na Liberdade ao passo que a segunda põe em primeiro lugar a Igualdade. É por isso que ainda hoje há mais liberdade para a expressão de ideais nacionalistas no mundo anglo-saxónico do que em França e seus influenciados.

Mas pode dizer-se que o francês é mais europeu do que o anglo-saxónico?

A Europa, quanto a mim, não é a cultura medieval, moderna e contemporânea da França, dos seus «satélites» culturais e da Alemanha. A Europa é a cultura que vem pelo menos desde as primeiras migrações indo-europeias para dentro do velho continente.



É, genuinamente europeu. Mas, o problema é que na Europa existe uma tradição que antecede o iluminismo e que o ajuda a explicar e existe depois uma reacção ao iluminismo no romantismo que se opõe ao racionalismo universalista do iluminismo. Nos EUA nada disso se verifica, por isso o magistério do iluminismo sobre a América é diferente do que foi na Europa.

É por isso que digo que a América deriva culturalmente da Europa, em todos os aspectos, mesmo que seja duma forma bastarda. E uma deriva é essencialmente diferente dum estatuto inteiramente alienígena.



«Sim, mas nada impede de reconhecer:
- a comunidade de raça;
- a comunidade de origem civilizacional greco-romana.»

Nos EUA o que vejo é que quem fala em comunidade de raça defende que o legado civilizacional do país é vincadamente cristão,

Correcto, mas na Europa também costumava ser assim até há bem pouco tempo, como bem sabes.

Quem é que na Europa glorifica a comunidade de raça e não defende uma Europa cristã? Uns quantos intelectuais nacionalistas, ainda ignorados pela massa populacional europeia.

Quando muito, há nas fileiras nacionalistas europeias um predomínio do discurso laico, indiferente ou silencioso relativamente à tradição judaico-cristã. Mas também nos EUA há disso (tão minoritários como na Europa, de resto).

A propósito, viste, na American Renaissance, uma série de quatro artigos sobre a ligação entre a Europa e o Cristianismo? Eram, se me não falha a memória, dois a favor e dois contra. Todos americanos, parece-me...



enquanto a Europa resulta desse jogo de influências os EUA nascem marcados por essa mentalidade burguesa, sem que tenham o passado que a explica e o futuro que contra ela reagirá.

Mas tudo isso pode ser aprendido pelos Americanos, uma vez que, em última análise, são herdeiros da Europa antiga e alguns Norte-Americanos sabem disso. Por outro lado, o desenraizamento cultural provocado por uma ideologia é fenómeno em curso no Ocidente, onde a História é cada vez menos ensinada às crianças. E isto não se deve primordialmente à influência americana, mas, em primeiro lugar, às directrizes de intelectualismos políticos nascidos em solo europeu (e, o mais das vezes, claramente anti-americanos).

Na América há de tudo, há um espaço para todos. Já Dumézil, por exemplo, gabava a liberdade existente no meio universitário norte-americano (onde ensinava) em contraste com a intolerância e a tensão vividas na universidade europeia (Dumézil foi perseguido na Europa devido a suspeitas de simpatia com o Nacionalismo racial).

O Norte-Americano branco tem pois o potencial de ser quase um Europeu. Até pela negativa se pode afirmar isto, como de facto fez Julius Evola quando fez notar que os Norte-Americanos são massa informe da qual se pode fazer tudo (embora também tenha dito que há uma certa mentalidade negróide nos Americanos, mas isso é outra coisa).



Não te iludas, uma das razões que explicam o crescimento do Islão é apresentar uma verdade e um códico de conduta a seguir num mundo onde as pessoas estão num vazio espiritual e moral.

Claro. Mas isso pode fazer-se sem o Cristianismo.



Se por começar alguma coisa estás a falar de reconstruções pagãs garanto-te que não vais lá a apresentar o paganismo como uma religião liberta de códigos morais onde se faz o que dá na gana

Quem disse que o Paganismo era uma religião liberta de códigos morais em que cada qual faz o que lhe dá na mona?

Há aí uma confusão, muito frequente inclusivamente no meio neo-pagão, entre ética dogmática e ética tradicional pagã. No Paganismo, os valores são passíveis de serem discutidos, porque não se trata de uma série de mandamentos mas sim de princípios, mas não é por isso que deixam de existir. Em Roma, por exemplo, até se divinizavam as virtudes, isto é, prestava-se-Lhes culto religioso:
- Fides ou Fidelidade,
- Virtus ou Virtude Guerreira,
- Pietas ou Respeito aos Deuses e aos homens da Pátria,
- Libertas ou Liberdade,
- Iustitia, Justiça,
- Firmitas, Firmeza,
- Frugalitas ou Austeridade e simplicidade no viver (mas ninguém era preso por viver no luxo),
- Pax,
- Concórdia,

etc..



Em minha opinião em vez desses neopaganismos andarem a perder tempo em festivais nos bosques, a pular fogueiras e em ritualismos parvos,

E os ritualismos de andar de joelhos perante um judeu morto, ou de agachar-se de nádegas ao ar cinco vezes ao dia, é menos idiota?

É precisamente na força espiritual do ritual que está a maior força duma religião. E um dos problemas de várias religiões pagãs europeias (aquelas para cujo conhecimento há menos fontes, tais como a eslava ou a lusitana) assenta precisamente na necessidade de reconstruir ou de elaborar um ritual sem cair na invenção pura e arbitrária.


deveriam antes recuperar o papel do mito na definição de valores do homem,

Isso até tem o seu valor, mas secundário relativamente ao ritual. Creio aliás que o maior problema da intelectualidade direitista neo-pagã assenta precisamente na valorização exclusivista do mito como se isso bastasse para alguma coisa. Na verdade, a reconstrução duma «visão do mundo» elaborada, uma espécie de «paganismo cultural», é alimento insípido. Só serve para meia dúzia de intelectuais, e é enquanto não se fartarem dessa moda para daí a uns anos passarem a outra qualquer. Dão a deprimente impressão de nem eles próprios acreditarem mesmo naquilo, uma vez que o seu paganismo é pura fabricação intelectual e cultural, mas sem a vivificação religiosa que só o rito pode conferir.

20 de outubro de 2006 às 16:39:00 WEST  
Blogger Rodrigo N.P. said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

20 de outubro de 2006 às 18:43:00 WEST  
Blogger Rodrigo N.P. said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

20 de outubro de 2006 às 18:45:00 WEST  
Blogger Rodrigo N.P. said...

«Liberdade é liberdade, como quer que se defina - é pura e simplesmente poder pensar/dizer/fazer tudo o que se quiser, bem como não ser obrigado a fazer-se o que não se quiser. Ocupar-se em definições «pela negação» ou «pela afirmação» é perda de tempo e costuma servir para denegrir os regimes onde a Liberdade existe realmente em proveito de um hipotético regime onde a Liberdade «serviria para fazer o bem».»

Não é perda de tempo porque no pensamento liberal esses dois conceitos existem, serve para contextualizar, a liberdade nas sociedades ocidentais ou é entendida pela negativa ou pela positiva, por isso é que a esquerda associa a liberdade a uma ideia de igualdade, tu podes dizer que isso não é liberdade mas eles responderão que é porque o homem só pode ser livre se dispuser de determinados recursos igualmente distribuidos, como te disse anteriormente, podem passar pela saúde pública, pela educação pública, etc...

Porque do ponto de vista da liberdade como a defines, que ou é ou não é, a direita liberal defende que não tem um indivíduo de ser constrangido a participar em exercícios de solidariedade forçada pela Estado como a saúde pública ou a Segurança Social universalmente participada( de repartição em vez de capitalização), assim cada um será livre de usar a sua liberdade de escolha como bem entender para garantir a sua vida, educação, reforma, etc...

É por isso que quando falo do assunto estabeleço, no âmbito do pensamento liberal, essa distinção, que me parece importante até para compreender as diferentes posições ideológicas face à ideia de liberdade. Tu dizeres que a ti isso não te interessa porque entendes que a liberdade é isto ou aquilo não invalida que existam outras posições que importa compreender para este tipo de debates.

«É um diz que disse. Também há historiadores a dizer que essa Liberdade assenta na tradição greco-romana, o que, aliás, faz muito mais sentido, porque tal liberdade existiu efectivamente no mundo greco-romano mas não nas sociedades protestantes fortemente religiosas - e, de facto, a única ditadura que existiu em Inglaterra foi imposta por um fervoroso protestante, Cromwell. É certo que, com a queda desse regime, grande parte, senão a maior parte dos protestantes puritanos de Cromwell refugiaram-se na América do Norte»

Não é um diz que disse, dizem-no tipos que estudaram a questão. A América nasce da junção da tal emancipação iluminista( maçónica) com uma religiosidade específica. Nesse sentido os autores que afirmam que a liberdade na América advém da Antiguidade não estão errados mas estarão a fazer uma análise incompleta.

O Renascimento regressa à Antiguidade, mas sobretudo na cultura e nas artes, nesse sentido pode ser entedido como uma recuperação de uma mundividência pagã. Já o iluminismo, cortando com o passado, interessa-se também pela Antiguidade mas muito mais por oposição ao poder da Igreja, num corte com a primazia da fé na conduta, procurando também situar a acção do homem numa razão universal livre de tradições e situada no individuo para lá da comunidade. O regresso do iluminismo à Antiguidade é parcial e vê aí uma libertação do homem do dogma religioso.

Nesse sentido a influência do iluminismo ou a tal emancipação universal é um fundamento da liberdade na América que pode ser apresentada como parcialmente inspirada na Antiguidade, que é um período que os homens da idade das «luzes» vêm, miticamente, como era da razão por comparação a um obscurantismo cristão.

É nesse sentido que esses historiadores falam da influência clássica, ela não é uma influência senão indirecta, que passa através do iluminismo e que traça da antiguidade um quadro parcial e incompleto visando sobretudo os seus propósitos anti-tradicionais e individualistas. A Antiguidade não foi exactamente isso e era muito menos individualista do que o iluminismo.

Mas, nada disso invalida o papel que o puritanismo teve na liberdade americana, porque a América nasce da junção de ambos, tanto dessa revolução iluminista como da cosmovisão cristã dos seus colonos. E essa visão cristã dos peregrinos é uma factor importante paRA explicar essa liberdade porque esse protestantismo é ele também fruto de uma luta pela liberdade, liberdade face à hierarquia da Igreja, liberdade de Cromwell,liberdade individual para trabalhar afincadamente para a salvação individual, etc.

«mas, dizia, este individualismo não é mais do que a versão sistematizada do antigo espírito europeu de liberdade individual, que sempre marcou os Ocidentais, como já Aristóteles deixava perceber, entre outros autores antigos (Júlio César, por exemplo, disse que os Lusitanos «não se governavam nem se deixavam governar»). Também Julius Evola assinala essa característica ocidental, visível tanto no ethos helénico como no nórdico.»

Platão é um autor da Antiguidade clássica e é o exacto oposto dessa ideia de liberdade. De resto a Antiguidade era muito mais comunitária, é o crsitianismo que de certa forma individualiza a Europa ao introduzir na sua psique a ideia de uma salvação individual que liberta o homem dos laços de comunidade.

Quanto a Evola; Evola falava contra o colectivismo e o individualismo.

Permite que te transcreva aqui um texto dele que cai bem nesta troca de impressões, é grandinho mas é interesante, e além do mais fala de muito do que geralmente debatemos, mesmo noutras ocasiões:

(...)el liberalismo no como una ideología político-social, sino como la exigencia de que, prescindiendo de la particular forma del régimen político, el sujeto pueda gozar de un máximo de libertad, que la esfera de su privacy, de su vida personal privada, sea respetada y sea evitada la intromisión de un poder extraño y colectivo. Desde el punto de vista de los principios éste es un aspecto aceptable y positivo del liberalismo que debería diferenciarlo de la democracia, puesto que en la democracia el momento social y colectivista predomina sobre el de la libertad individual.

Pero aquí nos hallamos también con un cambio de dirección, puesto que un liberalismo generalizado e indiscriminado, al asumir vestimentas ideológicas, se fusionó en el continente europeo con el movimiento iluminista y racionalista. Aquí alcanzó el primer plano el mito del hombre que, para ser libre y verdaderamente sí mismo, debe desconocer y rechazar toda forma de autoridad, debe seguir tan sólo a su razón, no debe admitir otros vínculos más allá que los extrínsecos, los que deben ser reducidos al mínimo, pues sin los cuales ninguna vida social sería posible. En tales términos el liberalismo se convirtió en sinónimo de revolución y de individualismo (un paso más y se arriba a la idea de anarquía). El elemento primario es visto en el individuo, en el sujeto. Y aquí son introducidas dos pesadas hipotecas bajo la dirección de lo que Croce denominó como la "religión de la libertad", pero que nosotros denominaríamos más bien como fetichismo de la libertad.

La primera hipoteca es que el individuo ya se encuentra "evolucionado y conciente", por lo tanto capaz de reconocer por sí mismo o de crear cualquier valor. La segunda es que del conjunto de los sujetos humanos dejados en el estado de total libertad ( laissez faire, laissez aller ) pueda surgir en manera milagrosa un orden sólido y estable: por lo cual, habría que recurrir a la concepción teológica de Leibniz de la denominada "armonía preestablecida" (por la Providencia), en modo tal que, para usar una comparación, aunque los engranajes del reloj funcionen cada uno por su cuenta, el reloj en su conjunto marcará siempre la hora exacta. A nivel económico, del liberalismo deriva el "liberismo" o "economía de mercado" que puede denominarse como la aplicación del individualismo al campo económico-productivo, afectado por una idéntica utopía optimista respecto de un orden que nace por sí mismo y que es capaz de tutelar verdaderamente la proclamada libertad (bien sabemos adónde va a parar la libertad del más débil en un régimen de pirateril y desenfrenada competencia, tal como acontece en nuestros días no sólo entre individuos, sino entre naciones ricas y pobres). El espectáculo que hoy nos muestra el mundo moderno es un crudo testimonio de lo arbitrarias que sean tales posiciones.

Arribados a este punto podemos recabar algunas conclusiones. El liberalismo ideológico en los términos recién mentados es evidentemente incompatible con el ideal de un verdadero Estado de Derecha. No puede aceptarse la premisa individualista, ni el fundamental rechazo por todo tipo de autoridad superior. La concepción individualista tiene un carácter inorgánico; la presunta reivindicación de la dignidad del sujeto se resuelve, en el fondo, en un menoscabo de la misma a través de una premisa igualitaria y niveladora. Así pues en los tiempos más recientes el liberalismo no tuvo nada que objetar al régimen del sufragio universal de la democracia absoluta, en donde la paridad de cualquier voto, que reduce a la persona a un simple número, es una grave ofensa al individuo en su aspecto personal y diferenciado. Luego, en materia de libertad, se descuida la esencial distinción entre la libertad respecto de algo y la libertad para algo (es decir, para hacer algo). Tiene muy poco sentido manifestarse celosos respecto de la primera libertad, de la libertad externa, cuando no se saben indicar ideales y fines políticos superiores en función de los cuales el uso de la misma adquiera un verdadero significado. La concepción básica de un verdadero Estado, de un Estado de Derecha, es "orgánica" y no individualista.



«É por isso que digo que a América deriva culturalmente da Europa, em todos os aspectos, mesmo que seja duma forma bastarda. E uma deriva é essencialmente diferente dum estatuto inteiramente alienígena.»

Sim, um estatuto inteiramente estrangeiro obviamente que não tem(não me lembro de afirmar isso mas se o fiz foi um exagero, mas de qualquer forma aqui escrevo à pressa e sem grande preocupação de rever o que escrevi para aprimorar e consolidar o texto ou corrigir gralhas), mas nasce em oposição ao que era a Europa, a antítese não existe sem a tese. Mas não deriva culturalmente da Europa em todos os aspectos, somente nuns poucos que com a fundação da América se libertaram das razões históricas que os precediam e que não conheceram as reacções que se lhe seguiram, são por isso dois mundos culturalmente distintos.

«Quem é que na Europa glorifica a comunidade de raça e não defende uma Europa cristã? Uns quantos intelectuais nacionalistas, ainda ignorados pela massa populacional europeia.»

Uns quantos intelectuais franceses, queres tu dizer :)(e primeiro haviam sido uns quanto germânicos não anglo-saxónicos)

«A propósito, viste, na American Renaissance, uma série de quatro artigos sobre a ligação entre a Europa e o Cristianismo? Eram, se me não falha a memória, dois a favor e dois contra. Todos americanos, parece-me...»

Já agora, quando disse que eles tinham bons académicos estava a falar dos EUA, não da AMREN,se calhar isso não ficou claro.

Quanto a esse artigo, não li, não costumo ler esse site,deixa-me aí o link, se puderes.

«E isto não se deve primordialmente à influência americana, mas, em primeiro lugar, às directrizes de intelectualismos políticos nascidos em solo europeu (e, o mais das vezes, claramente anti-americanos).»

Não, são coisas diferentes, o desenraizamento cultural em curso no Ocidente é sim frutpo da ideologia americana, pelo menos em boa parte, o que é diferentes de dizer que a isso se junta a própria responsabilidade da esquerda europeia, que é um facto.

«Claro. Mas isso pode fazer-se sem o Cristianismo»

O que é que pode combater o Islão nesses termos, nessa Verdade revelada e nesse código da salvação, se não é o cristianismo. Que alguns não precisem disso é outra coisa.

«Quem disse que o Paganismo era uma religião liberta de códigos morais em que cada qual faz o que lhe dá na mona? »

É a imagem que me passam esses neopaganismos Wiccas e sei lá que mais. Pelo menos é que depreendo quando falo com alguns espécimens desses.

«Em Roma, por exemplo, até se divinizavam as virtudes, isto é, prestava-se-Lhes culto religioso:
- Fides ou Fidelidade,
- Virtus ou Virtude Guerreira,
- Pietas ou Respeito aos Deuses e aos homens da Pátria,
- Libertas ou Liberdade,
- Iustitia, Justiça,
- Firmitas, Firmeza,
- Frugalitas ou Austeridade e simplicidade no viver (mas ninguém era preso por viver no luxo),
- Pax,
- Concórdia,»

Ora, é precisamente disto que estou a falar, isto sim precisa ser relembrado e reconstruído, e isto está interligado ao mito.

«E os ritualismos de andar de joelhos perante um judeu morto, ou de agachar-se de nádegas ao ar cinco vezes ao dia, é menos idiota?»

E estás a ver-me a fazer alguma dessas coisas? para mim são ridículas, sim, mas já para a sociedade a percepção é diferente.

De resto digo-te que acho alguns ritualismos tradicionais dos paganismos mais estúpidos, sacrificar animais e ler-lhes as entranhas, enfim...Essas tretas dispensam-se se se quer fazer algo sério.

«É precisamente na força espiritual do ritual que está a maior força duma religião.»

O ritual sem o mito é desprovido de sentido, o mito sem o ritual não é.A mensagem está no mito, não no rito. O rito pode reforçar o mito, nada mais.

«Isso até tem o seu valor, mas secundário relativamente ao ritual»

Penso exactamente o oposto pelas razões que expliquei atrás.

«Creio aliás que o maior problema da intelectualidade direitista neo-pagã assenta precisamente na valorização exclusivista do mito como se isso bastasse para alguma coisa.»

Para mim basta, serve para estruturar um pensamento e é o pensamento que orienta a acção.

20 de outubro de 2006 às 19:02:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"O Castelhano pertence ao grupo central das línguas ibéricas. O Galaico-Português pertence ao grupo ocidental.

Logo, o Povo não é o mesmo."


Eu da-me impressão que tu nao sabes o que é um povo nem uma lingua.
Olha para a tua afirmação, tu chegas à conclusao que o povo é o mesmo através da lingua. Que ridiculo.

Quer dizer entao que por exemplo se os Irlandeses perdiam por completo a lingua celta, passariam então a ser o mesmo povo que o ingles. Assim por obra do sagrado e espirito santo ao perderem a lingua ficavam iguais, ficavam o mesmo povo. O sangue, genes e o povo mudava dum dia po outro e passavam a ser o mesmo povo que o ingles. lol que ridiculo. Que afirmaçao e conclusao patetica.

Tu nao sabes mesmo o que é uma etnia, sub-etnia e povo. E ja me pergunto se saberas também o que é uma lingua!
Vens sempre com essa da lingua ser igual e logo automaticamente o povo é igual.. enfim.. ridiculo
Ha por ai muita confusao nessa tua cabecinha.

21 de outubro de 2006 às 18:29:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Ó ANÓNIMO TU É QUE NÃO ESTÁS BOM DA CABEÇA. POR EXEMPLO, OS PRETOS NORTE-AMERICANOS FALAM UMA LÍNGUA INDO-GERMÂNICA, O INGLÊS. LOGO, É ÓBVIO QUE ELES SÃO INDO-EUROPEUS/ARIANOS/BRANCOS/CAUCASIANOS, ETC. É VERDADE, A GENÉTICA COMPROVA-O! SÓ UM MÍOPE OU DALTÓNICO É QUE DIZEM O CONTRÁRIO. JÁ OS FINLANDESES FALAM UMA LÍNGUA URÁLICA (I.E., NÃO É INDO-EUROPEIA). E É EVIDENTE QUE OS GAJOS SÃO ASIÁTICOS, COMO SE PODE COMPROVAR PELA BAIXA ESTATURA, PELE AMARELA E CABELOS PRETOS, ESPIGADOS E OLEOSOS. PORTANTO VAI MAS É PESQUISAR, Ó BURRO!

21 de outubro de 2006 às 19:21:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

P.S. SE QUERES UM BOM EXEMPLO DO ARIANO PORTUGUÊS BASTA DARES UMA OLHADA AO CATURO! É O GAJO DE CABELEIRA PRETA ESCONDIDO POR DA FAIXA NEGRA. http://www.pnr.pt/portal/images/zoom/PFXEPD/protesto_invasao_02.jpg

21 de outubro de 2006 às 19:26:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

lol realmente essa da lingua nao tem muita logica.
Claro que os irlandeses nao passam a ser o mesmo povo se perderem a lingua celta
nem o povo da cornualha agora é o mesmo povo por perder a sua lingua e so falar apenas ingles.
O povo da cornualha tem todo o direito a lutar pela independencia apesar de ter perdido a sua lingua.
Assim como a Ilha de Man que penso que perdeu a lingua (nao tenho certeza)

E decerto havera mais exemplos de paises que perderam a sua lingua ou nunca a tiveram mas tem povos diferentes e devem lutar pela independencia.

21 de outubro de 2006 às 22:41:00 WEST  
Blogger Caturo said...

É por isso que quando falo do assunto estabeleço, no âmbito do pensamento liberal, essa distinção, que me parece importante até para compreender as diferentes posições ideológicas face à ideia de liberdade

Parece-me que essa distinção não vem a propósito neste caso, uma vez que nos EUA existem ambos os tipos de liberdade, sobretudo a liberdade activa, isto é, a de poder pensar, dizer e fazer o que se quiser.

E era sobretudo esta liberdade a que existia na Antiguidade, muito mais do que a liberdade «socializante» de que falaste a respeito de fazer o indivíduo contribuir para a assistência social.

É entretanto de notar que os Norte-Americanos, se não são tão obrigados como os Europeus a contribuir para a tal assistência social (que por acaso até existe e quem vive à custa dela tem melhor nível de vida do que aqueles que em Portugal vivem à custa da assistência social portuguesa), são de qualquer modo obrigados a contribuir para o bem comum, e ai do cidadão que seja apanhado a fugir aos impostos que até pode ir parar à pildra (e, aparentemente, levam isso muito mais a sério do que cá, onde o indivíduo que se escapa às obrigações perante o Estado é demasiadas vezes visto como um «herói» porque «enganou-os, a eles», ou seja, ao Estado, precisamente porque demasiada gente em Portugal não percebeu ainda que o Estado somos nós todos e quem rouba ao Estado rouba a todos os cidadãos).



Não é um diz que disse, dizem-no tipos que estudaram a questão

Também há tipos que estudaram a questão e apontam o mundo clássico greco-romano como raiz do sistema político norte-americano.



Nesse sentido os autores que afirmam que a liberdade na América advém da Antiguidade não estão errados mas estarão a fazer uma análise incompleta

Ou talvez uma análise mais profunda, porque, ao fim ao cabo, toda a Liberdade europeia deriva da Antiguidade greco-romana por intermédio da valorização da cultura clássica que se começou a fazer a partir do século XV, com o Renascimento e seus derivados.

A outra grande fonte da Liberdade europeia pode ser o fundo cultural germânico norte-europeu, presente, certamente, na tradição anglo-saxónica, bem como na gótico-romana.

O que parece fora de dúvida é que a Liberdade política contemporânea, incluindo a norte-americana, não cai do céu nem corresponde a um produto cultural inédito.


Já o iluminismo, cortando com o passado, interessa-se também pela Antiguidade mas muito mais por oposição ao poder da Igreja, num corte com a primazia da fé na conduta, procurando também situar a acção do homem numa razão universal livre de tradições e situada no individuo para lá da comunidade. O regresso do iluminismo à Antiguidade é parcial e vê aí uma libertação do homem do dogma religioso.

O que faz do Iluminismo uma reacção europeia contra um espírito alógeno de submissão à autoridade religiosa dogmática, característica dum credo alienígena, visceralmente estranho à Europa. O Iluminismo é pois bem europeu, e tudo o que dele derivar terá evidentemente uma inegável marca europeia.



É nesse sentido que esses historiadores falam da influência clássica, ela não é uma influência senão indirecta,

O mesmo sucede com a Europa, uma vez que, pelo menos teoricamente, houve um interregno chamado «Idade das Trevas», donde resulta que o Renascimento é já cultura clássica tomada dum modo indirecto.



que passa através do iluminismo e que traça da antiguidade um quadro parcial e incompleto visando sobretudo os seus propósitos anti-tradicionais e individualistas

Processo esse que se gizou na Europa, por Europeus, donde resultou a Revolução Francesa.

Também aqui se está no âmbito da cultura europeia, para melhor ou para pior.



E essa visão cristã dos peregrinos é uma factor importante paRA explicar essa liberdade porque esse protestantismo é ele também fruto de uma luta pela liberdade, liberdade face à hierarquia da Igreja,

É muito discutível. Na verdade, o Protestantismo advoga uma total submissão do indivíduo a Deus - e a sua luta contra a Igreja tanto pode ser vista como uma luta pela Liberdade, como, mais provavelmente, uma luta contra o desvio «pagão» e «laxista» de uma instituição que absorvia muito do Paganismo e se afastava assim das suas raízes judaicas.

Lutero quis retornar precisamente ao fundo primitivo dos primeiros cristãos.



liberdade de Cromwell,

Liberdade essa que não incluía a liberdade de expressão, completamente ao contrário do que sucede na tradição anglo-saxónica dominante nos EUA e ainda mais em Inglaterra.



«mas, dizia, este individualismo não é mais do que a versão sistematizada do antigo espírito europeu de liberdade individual, que sempre marcou os Ocidentais, como já Aristóteles deixava perceber, entre outros autores antigos (Júlio César, por exemplo, disse que os Lusitanos «não se governavam nem se deixavam governar»). Também Julius Evola assinala essa característica ocidental, visível tanto no ethos helénico como no nórdico.»

Platão é um autor da Antiguidade clássica e é o exacto oposto dessa ideia de liberdade

Platão não se opunha à liberdade. De resto, Platão é um homem, não é a Grécia nem tampouco a representa no seu todo.
Aristóteles, por seu turno, limita-se a fazer uma constatação, tal como outros autores antigos - Tácito e Júlio César - bem como a generalidade dos Gregos que, perante a Pérsia, gabavam a sua liberdade helénica em contraste com a opressão em que os súbditos do «rei dos reis» persa viviam.



De resto a Antiguidade era muito mais comunitária,

Comunitária, sim, porque possuindo um forte sentido de etnicidade.
Mas esse comunitarismo não implicava ausência de liberdade de pensamento e de expressão, daí que a Democracia tenha nascido precisamente aí.



é o crsitianismo que de certa forma individualiza a Europa ao introduzir na sua psique a ideia de uma salvação individual que liberta o homem dos laços de comunidade

Ou seja, o Cristianismo tira ao homem o seu sentido de etnicidade, faz dele um ser igual aos outros todos, sem valorização das proximidades étnicas e é aí que esse individualismo origina o individualismo contemporâneo, universalista, diferente do individualismo natural dos povos Europeus, que consistia tão somente num leque de liberdades individuais de cada um, mas sem que a pertença étnica fosse alguma vez posta em causa.

E não era posta em causa porquê?

Pura e simplesmente porque o confronto indivíduo vs. comunidade nem sequer se punha. Tanto quanto sei, não era sequer pensado.



privada, sea respetada y sea evitada la intromisión de un poder extraño y colectivo. Desde el punto de vista de los principios éste es un aspecto aceptable y positivo del liberalismo

Quem assim fala, dificilmente seria coerente se dissesse que a Liberdade só serve para fazer o bem.



Y aquí son introducidas dos pesadas hipotecas bajo la dirección de lo que Croce denominó como la "religión de la libertad", pero que nosotros denominaríamos más bien como fetichismo de la libertad

E eu diria que se trata dum conceito de Liberdade previamente envenenado por uma mentalidade anti-etnicista, que ignora a dimensão étnica inerente a todo o indivíduo.

Quando se parte de pressupostos errados, chega-se frequentemente a pressupostos errados. E um desses erros, tanto dos internacionalistas como dos anti-democratas de Direita, consiste em aceitar como dado adquirido a ideia de que a Liberdade implica uma separação entre o indivíduo e tudo o que for colectivo, incluindo a etnicidade, como se só houvesse etnicidade na colectividade e não no indivíduo em si, à partida.


No puede aceptarse la premisa individualista, ni el fundamental rechazo por todo tipo de autoridad superior

Autoridade superior que nunca os «tradicionalistas» como Evola e Guénon se atrevem a definir para além duma mui vaga referência aos «princípios espirituais», e que, no fundo, significa tão somente que o que queriam era serem eles a mandar, ditando primeiro os tais «princípios espirituais» e a partir daí constituindo a sua própria elite, dando-a depois como «autoridade superior» como se de uma constatação objectiva se tratasse.

Por essas e por outras é que Evola sempre foi mais mediterrânico e menos «indo-europeu» do que pensava que era (já para não falar de Guénon, que nem sequer tinha essa pretensão, dado que até se converteu ao Islão, uma vez que, no fundo, a concepção «tradicionalista» desses e doutros autores era sobretudo mediterrânica e até mesmo semita).



La concepción individualista tiene un carácter inorgánico; la presunta reivindicación de la dignidad del sujeto se resuelve, en el fondo, en un menoscabo de la misma a través de una premisa igualitaria y niveladora

Isto é partir do princípio de que certos indivíduos são rebaixados se não lhes reconhecer algum tipo de primazia à partida. Tal posição acaba por não se sustentar por falta de evidências que a suportem.



Así pues en los tiempos más recientes el liberalismo no tuvo nada que objetar al régimen del sufragio universal de la democracia absoluta, en donde la paridad de cualquier voto, que reduce a la persona a un simple número,

É precisamente ao contrário - a paridade de voto impede que os líderes tratem o resto da população como simples número.



es una grave ofensa al individuo en su aspecto personal y diferenciado

De modo algum. Estando todos em igualdade de circunstâncias, há campo fértil para que as diferenças de cada um se manifestem livremente.



Luego, en materia de libertad, se descuida la esencial distinción entre la libertad respecto de algo y la libertad para algo (es decir, para hacer algo). Tiene muy poco sentido manifestarse celosos respecto de la primera libertad, de la libertad externa, cuando no se saben indicar ideales y fines políticos superiores en función de los cuales el uso de la misma adquiera un verdadero significado

Mais uma vez, a velha conversa de que a Liberdade só tem sentido se servir para alcançar «fins ideais e políticos superiores», ou seja, que a Liberdade só tem sentido se servir para «fazer o bem».

Na verdade, a Liberdade serve precisamente para que se possa fazer aquilo que os «iluminados», ou os «detentores da chave da espiritualidade» (Evola, Guénon, etc.) não gostam, mas que as pessoas têm o direito de fazer.


«É por isso que digo que a América deriva culturalmente da Europa, em todos os aspectos, mesmo que seja duma forma bastarda. E uma deriva é essencialmente diferente dum estatuto inteiramente alienígena.»

Mas não deriva culturalmente da Europa em todos os aspectos,

Em que aspectos é que não o faz?



«Quem é que na Europa glorifica a comunidade de raça e não defende uma Europa cristã? Uns quantos intelectuais nacionalistas, ainda ignorados pela massa populacional europeia.»

Uns quantos intelectuais franceses, queres tu dizer :)(e primeiro haviam sido uns quanto germânicos não anglo-saxónicos)

Portanto, uns quantos intelectuais nacionalistas... europeus... :)



Quanto a esse artigo, não li, não costumo ler esse site,deixa-me aí o link, se puderes

Assim que puder, fá-lo-ei.



Não, são coisas diferentes, o desenraizamento cultural em curso no Ocidente é sim frutpo da ideologia americana,

Não, é fruto de ideologias nascidas na Europa, e frequentemente defendidas por quem odeia a América.
Não creio que os ideólogos conservadores simpatizantes da América contribuam significativamente para o desenraizamento cultural europeu, pelo menos nesta fase.



o que é diferentes de dizer que a isso se junta a própria responsabilidade da esquerda europeia,

Mas a esmagadora maior parte dessa responsabilidade é da Esquerda europeia.



«Claro. Mas isso pode fazer-se sem o Cristianismo»

O que é que pode combater o Islão nesses termos, nessa Verdade revelada e nesse código da salvação,

Para já, um forte nacionalismo «europeu» e um apelo à tal «religião da Liberdade». Quanto mais as pessoas amam a Liberdade, menos atreitas são a aceitar as posturas islâmicas.



«Quem disse que o Paganismo era uma religião liberta de códigos morais em que cada qual faz o que lhe dá na mona? »

É a imagem que me passam esses neopaganismos Wiccas

Os mais simplistas, sim. Mas nem todos os wiccans pensam assim.

E, de resto, a Wicca nem entra nisto. A sua postura muitas vezes universalista exclui-a deste contexto em que eu falei de Paganismo.


«Em Roma, por exemplo, até se divinizavam as virtudes, isto é, prestava-se-Lhes culto religioso:
- Fides ou Fidelidade,
- Virtus ou Virtude Guerreira,
- Pietas ou Respeito aos Deuses e aos homens da Pátria,
- Libertas ou Liberdade,
- Iustitia, Justiça,
- Firmitas, Firmeza,
- Frugalitas ou Austeridade e simplicidade no viver (mas ninguém era preso por viver no luxo),
- Pax,
- Concórdia,»

Ora, é precisamente disto que estou a falar, isto sim precisa ser relembrado e reconstruído, e isto está interligado ao mito.

Não acho que as Virtudes em si tenham qualquer ligação directa com o mito.



«E os ritualismos de andar de joelhos perante um judeu morto, ou de agachar-se de nádegas ao ar cinco vezes ao dia, é menos idiota?»

E estás a ver-me a fazer alguma dessas coisas? para mim são ridículas, sim,

Para quem como tu faça uma abordagem intelectual puramente racional e, mesmo que não queiras, irreligiosa - para ti, sim, são ridículas.

Mas é com isso que se levam os Povos.



De resto digo-te que acho alguns ritualismos tradicionais dos paganismos mais estúpidos, sacrificar animais e ler-lhes as entranhas, enfim...Essas tretas dispensam-se se se quer fazer algo sério

Há que adaptar a ritualística ao presente.



«É precisamente na força espiritual do ritual que está a maior força duma religião.»

O ritual sem o mito é desprovido de sentido,

Não concordo. Se o indivíduo efectua o rito em direcção a uma Força Celestial imutável, o mito é perfeitamente desnecessário.

E tanto assim é que, na Roma arcaica por exemplo, a Religião caracterizava-se pelo Rito, nunca pelo mito, o qual, aliás, nem sequer existia, religiosamente falando, uma vez que, de acordo com praticamente todos os autores da especialidade, os Romanos antigos nem sequer tinham mitos religiosos. Daí que tenham importado os mitos gregos. Todavia, tinham o rito romano, escrupulosamente preservado e escrupulosamente distanciado dos ritos estrangeiros, inclusivamente em relação às influências gregas, pelo que, na ritualística romana, se distinguia formalmente o rito latino, nacional, do chamado «ritu grecu».


Quanto à Grécia, Platão pôde por em causa a veracidade dos mitos sem contudo beliscar o valor da Religião em si, que, mais uma vez, consistia no rito.

23 de outubro de 2006 às 04:19:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Quer dizer entao que por exemplo se os Irlandeses perdiam por completo a lingua celta, passariam então a ser o mesmo povo que o ingles.

Sim, a longo prazo, ou mesmo a médio prazo, aconteceria uma coisa parecida com essa. Os Irlandeses perderiam a sua identidade céltica, conservando-a apenas como memória histórica. Acabariam absorvidos pela esfera cultural anglo-saxónica.



O sangue, genes e o povo mudava dum dia po outro e passavam a ser o mesmo povo que o ingles. lol que ridiculo

Não é ridículo, é verdade. Por isso é que toda a Inglaterra é formalmente anglo-saxónica, de Kent até Nortúmbria. O substracto celta de algumas regiões do norte inglês não chega para os diferenciar etnicamente dos Ingleses meridionais.



Tu nao sabes mesmo o que é uma etnia, sub-etnia e povo. E ja me pergunto se saberas também o que é uma lingua

Tu é que não sabes, nem sequer percebes o que é uma língua, como aliás se constata pelo teu engasganço furioso, e ausência de resposta, a respeito da diferença entre o Castelhano e o Galaico-Português... doeu-te, não foi...

23 de outubro de 2006 às 04:25:00 WEST  
Blogger Caturo said...

POR EXEMPLO, OS PRETOS NORTE-AMERICANOS FALAM UMA LÍNGUA INDO-GERMÂNICA, O INGLÊS

Quando se não consegue forçar os neurónios para perceber que, na definição duma Nação, entra
- a raça
E
- a língua
é óbvio que depois se fazem figuras tristes, como as deste anónimo, que, a julgar pela incapacidade de compreender uma questão tão simples como esta, nem sequer deve ser capaz de andar e de falar ao mesmo tempo, porque o seu neurónio atrofiado não dá para pensar em duas coisas ao mesmo tempo, por mais simples que sejam.



JÁ OS FINLANDESES FALAM UMA LÍNGUA URÁLICA (I.E., NÃO É INDO-EUROPEIA). E É EVIDENTE QUE OS GAJOS SÃO ASIÁTICOS,

Evidentemente que não são indo-europeus, por mais loiros que tenham no seu seio.

23 de outubro de 2006 às 04:30:00 WEST  
Blogger Caturo said...

ARIANO PORTUGUÊS BASTA DARES UMA OLHADA AO CATURO!

Este é mais um atrasado mental que acha que só os loiros são arianos...


É O GAJO DE CABELEIRA PRETA

Por acaso nem é preta, mas que fosse... desconhece o anónimo que os Arianos do Irão se orgulhavam das suas negras cabeleiras.

23 de outubro de 2006 às 04:31:00 WEST  
Blogger Caturo said...

nem o povo da cornualha agora é o mesmo povo por perder a sua lingua e so falar apenas ingles.
O povo da cornualha tem todo o direito a lutar pela independencia apesar de ter perdido a sua lingua.
Assim como a Ilha de Man que penso que perdeu a lingua (nao tenho certeza)


A comparação não é correcta, uma vez que ambos os Povos têm línguas nacionais, por pouco que estas sejam faladas. Essas línguas são conhecidas, isto é, o património linguístico ainda conhecido atesta a sua diferenciação étnica.

Portanto, ó «galaicista», tira daí o sentido, tira a mão daí, que não podes comparar o norte de Portugal com a Cornualha, não podes não, uma vez que não tens prova alguma de que alguma vez o Português nortenho tenha sido um idioma diferente do Português a sul do Douro.



E decerto havera mais exemplos de paises que perderam a sua lingua ou nunca a tiveram

Se nunca a tiveram, nunca foram países. Ponto. Não há nações sem idioma nacional próprio, a menos que todos os indivíduos desse povo fossem mudos...

23 de outubro de 2006 às 04:36:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

caturo tu nao sabes o que defendes

a lingua nao é a raça, nao é o sangue nao é a etnia

o meu irmao se falasse chines continua a ser europeu.

um irlandes se fala ingles e nao fala celta continua a ser sangue irlandes, nao fica ingles.

um galego se fala galego nao passa a ser igual a um lusitano que fala galego, o sangue nao fica igual por falarem a mesma lingua

se tiveres um irmao gemeo que so fala chines ele nao fica chines.
ele é na mesma teu irmao e lusitano como tu.

lol dizer que os irlandeses passam a ser anglo saxonicos por falarem ingles lol. temos de fazre transfusao de sangue a todos os irlandeses para polos anglo-saxonicos ;)

23 de outubro de 2006 às 21:32:00 WEST  
Blogger Caturo said...

a lingua nao é a raça, nao é o sangue nao é a etnia

Mas não há etnia sem língua própria. Não há.


o meu irmao se falasse chines continua a ser europeu

Evidentemente... mas porque tem na sua herança uma língua europeia, ainda falada. Ele, teoricamente, pode aprendê-la a qualquer momento.

Agora, se já não houvesse línguas europeias, ele não seria de nenhuma etnicidade europeia, porque o Povo teria morrido como identidade étnica autónoma.



um irlandes se fala ingles e nao fala celta continua a ser sangue irlandes, nao fica ingles

Sim, irlandês é... mas será celta?
Se os Irlandeses deixarem de falar, ou sequer conhecer, a sua língua celta, deixam formalmente de ser celtas. Passam a ser um híbrido celto-germânico, porque, embora tenham raízes celtas, o seu único idioma nacional é o Inglês.

O mesmo se passou com os povos célticos da Ibéria. Já não há celtas na península, mas apenas celto-latinos, a meu ver.



um galego se fala galego nao passa a ser igual a um lusitano que fala galego,

Se o Lusitano não tem mais língua nenhuma a não ser o Galego, então não há qualquer diferença étnica importante entre Galegos e Lusitanos - inclusivamente porque o sangue nem sequer é diferente, ao contrário do que pressupões.


se tiveres um irmao gemeo que so fala chines ele nao fica chines.
ele é na mesma teu irmao e lusitano como tu


Evidentemente... mas porque a minha língua ainda existe e eu posso ensinar-lha.

De resto, ele não será chinês devido à sua raça.

Ora essa diferença racial não existe, nunca existiu, entre Galaicos e Lusitanos.

Pelo contrário. Sempre foram considerados como povos irmãos, em tudo, inclusivamente a nível linguístico.

Há aliás mais proximidade entre Lusitanos e Galaicos do que entre Galaicos e Ástures. Pois é.

24 de outubro de 2006 às 14:54:00 WEST  

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