sexta-feira, fevereiro 25, 2005

REGIFUGIUM - A EXPULSÃO DO REI ESTRANGEIRO

Dia 24 de Fevereiro é consagrado à celebração do Regifugium,
festa de homens, não necessariamente de Deuses. Tratava-se da comemoração da fundação da República e da fuga do rei, deposto.
Isto porque, em 510 a.c. - ou 243 a.u.c. - Roma deixou de ser uma monarquia quando os aristocratas latinos expulsaram o rei etrusco e instauraram um regime no qual as autoridades máximas eram dois cônsules eleitos pelo povo.

Talvez este dia fosse considerado como aziago, porque, como os Deuses não podiam ser consultados, nenhum empreendimento ou negócio seria aconselhável.

De acordo com o primeiro calendário romano, este era um dos dois dias em que o Rex Sacrorum - literalmente, o Rei Sagrado, segunda figura sacerdotal mais importante de Roma, a seguir ao Pontifex Maximus - apareceria numa cerimónia pública, no fórum. Aí, ele realizaria os ritos sagrados e tocava as trombetas sagradas; o purificado Tubilustrium seria tocado para proclamar a sua chegada ao Comitium. Era auxiliado pelos sacerdotes Sálios nesse sacrifício e depois, fugia, num simbolismo de purificação da cidade, ou talvez para recordar a expulsão do rei de Roma.

A aristocracia autenticamente romana, ao depôr um rei estrusco - Tarquínio o Soberbo - isto é, estrangeiro, mostrou que estava disposta a pôr em causa certas instituições quando a liberdade e soberania da sua gente estava ameaçada.