AS RAÍZES DO SER NACIONAL
Tenho de chamar a atenção para uma mensagem do Verdade, que muito a propósito citou Leite de Vasconcellos, e que eu passo também a citar, porquanto sinto-me na obrigação de o fazer, para compensar o facto de não o ter feito ainda (enfim, mais vale tarde do que nunca) - da magistral obra «Religiões da Lusitânia», primeiro volume, página XXVI:
«a língua que falamos é, na sua essência, mera modificação da que usavam os Luso-Romanos; muitos dos nosso topónimos provêm de nomes pré-romanos; certas feições do nosso carácter nacional se encontravam já nas tribos da Lusitânia; grande parte dos nossos costumes, superstições, lendas, isto é, da vida psicológica do povo, datam do paganismo; a grande maioria das nossas povoações correspondem a antigas povoações lusitânias ou luso-romanas...»
E está tudo dito.
«a língua que falamos é, na sua essência, mera modificação da que usavam os Luso-Romanos; muitos dos nosso topónimos provêm de nomes pré-romanos; certas feições do nosso carácter nacional se encontravam já nas tribos da Lusitânia; grande parte dos nossos costumes, superstições, lendas, isto é, da vida psicológica do povo, datam do paganismo; a grande maioria das nossas povoações correspondem a antigas povoações lusitânias ou luso-romanas...»
E está tudo dito.
2 Comments:
Sim senhor meu caro Caturo, já vai no bom caminho, Leite de Vasconcellos é um bom principio, mas aceite a minha modesta sugestão e complemente as suas leituras com as obras de Orlando Ribeiro e Herman Lautensach com actualização de Suzanne Daveau. Estes autores poem em causa alguns dados de Leite de Vasconcellos, o que é natural, pois são investigadores mais recentes e com acesso a mais dados.
O meu caro amigo irá constatar que Portugal não era a Lusitania. O actual território Português poderia dividir-se em dois; A Galécia a norte de influência atlântica e a Lusitânia a sul com influência mediterrânica. Ambas as «nações» tiveram influência de povos centro-europeus, mas esse contágio foi muito mais notório no norte do actual território Português, como se poderá constatar através da arqueologia, da etnografia, etc.
Saudações
Miguel
«Sim senhor meu caro Caturo, já vai no bom caminho, Leite de Vasconcellos é um bom principio,»
Se Leite de Vasconcellos é um bom princípio, caro Miguel, então esse princípio, no meu caso, já lá vai há quinze anos pelo menos...
Aceito as suas sugestões e sugiro também que procure «Os Lusitanos: Mito e Realidade», de Adriano Vasco Rodrigues. É brilhante na sua explicação do real significado do suposto «bandoleirismo» dos Lusitanos. Tratava-se na realidade de povos semi-nómadas cuja economia colidia com a ocupação romana da Ibéria.
«O meu caro amigo irá constatar que Portugal não era a Lusitania.»
A Lusitânia propriamente dita, isto é, a dos Lusitanos, ficaria entre o Douro e o Tejo, com um limite oriental praticamente idêntico ao português, porque onde é hoje a fronteira espanhola, estavam os Vetões e os Vaqueus.
Mas creio que o Miguel se refere à Lusitânia romana, isto é, à província Lusitânia cujos limites foram criados pela administração romana, e essa sim, abrangia todo o sul de Portugal e uma parte de Espanha, tendo a sua capital em Emerita Augusta, hoje conhecida como Mérida.
«O actual território Português poderia dividir-se em dois; A Galécia a norte de influência atlântica e a Lusitânia a sul com influência mediterrânica.»
Só o Algarve e parte do Alentejo são de influência mediterrânica. As Beiras, são perfeitamente atlânticas. E, segundo alguns, os Lusitanos da região que é hoje a Beira Baixa eram até mais puramente indo-europeus do que os Galaicos do litoral.
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