TEM TRUMP RAZÃO AO CRITICAR A IMINVASÃO NA EUROPA? TEM. METE NOJO A SUA POSTURA PARA COM A UCRÂNIA? CLARO.
Que o gordo loiro fale com o mais elementar bom senso - senso comum, no caso - contra a imigração maciça em solo europeu, de modo algum legitima a sua traição para com a Ucrânia e demais Nações da Europa. Na melhor das hipóteses, Trump não é o agente «Krasnov» a soldo do Kremlin, como alguns dizem que é, mas tão somente um patriota ianque à moda antiga. Ora o seu patriotismo enferma de um dos piores vícios ideológicos desta área política, que é o chauvinismo marcado por lamentável estreiteza de vistas. Tanta estreiteza de vistas resulta em bastardia civilizacional - o seu comportamento para com o Velho Continente rompe a essência do Ocidente, pois que, embora o maior poderio militar e industrial ocidental esteja na margem oeste do Atlântico, continua a ser óbvio que o verdadeiro cerne identitário que define a Civilização Ocidental é a Europa. Pior que tudo é a imagem do maior poderio militar e económico do planeta a deixar arder um Estado seu protegido porque prefere pôr-se ao lado do mais forte e pisar o mais fraco. Isto é darwinismo geopolítico do mais reles. Interessa pouco que Alexander Dugin, ou por desvario ou por efeito psicológico calculado, diga que Trump está é a salvar a Ucrânia - segundo o russo, se a guerra continuasse, deveria Moscovo tomar completamente a Nação de Kyiv - isso é pouco relevante diante do facto moral de ser inadmissível fazer crer que resta escolher o mal menor quando o que está em causa é o sinal que com isto se dá. Efectivamente, tudo na arenga trumpiana faz pensar - e não devia sequer fazer suspeitar - que, caso Narva ou qualquer outra localidade do espaço oriental da OTAN seja atacada por tropas russas, tudo o que os Ianques de Trump estarão prontos para fazer será o envio de algum balão de observação para o flanco leste da Aliança Atlântica, só para «cumprir» o mínimo do artigo 5º da OTAN, isto se quiser sequer fazer tal coisa, pois que, de momento, ninguém parece capaz de forçar Trump a cumprir seja que dever for. Não se trata aqui nem de futurologia nem de especulação, só de constatação do que está já a acontecer neste momento - como dizia Salazar, «em política, o que parece é», pelo que se tornava urgentemente imediata e prioritária uma forte, repetida e reforçada garantia concreta do apoio militar da Águia Ianque a todas as Nações europeias ainda não submetidas por Putin. Não declarando esta posição de princípio, está o próprio Trump a contribuir para aquilo que critica, a fraqueza da Europa. Pisar os fracos por serem fracos é feio - pisar os fracos que se estava a proteger, isto então é nada menos que monstruoso. Paira aqui o fedor da influência might-is-right abundante em certos meios da Direita radical. Não é por acaso que todas as vozes, grunhidos e guinchos que são contra a UE e a OTAN, são também, por coincidência, putineiras, disfarçadamente ou nem por isso. Ostentando máscaras patrióticas, ou patrioteiras, preparam-se os adeptos da claque putinesca no Ocidente para entregar países de leste à voragem do Kremlin e, até, para futuramente «negociarem» com uma Rússia reforçada, ou seja, para assegurarem o seu lugar de fiéis e ferozes lacaios debaixo da autoridade do ex-agente do KGB, como os habitantes menos vertebrados de bairros dominados por criminosos acabam por pactuar com o «boss» local porque acham que chamar a polícia é ser «chibo» e queixinhas. Por estas e por outras, fica evidente que o rearmamento da parte europeia da OTAN, longe de ser apenas um cálculo mercantil, como alguns dizem - e eu pessoalmente espero bem que tal investimento industrial dê lucro, e muito, a ver se a qualidade de vida na Europa não desce - configura-se, já neste momento, como necessidade securitária da Europa, pois que, de 2022 a 2025, a insuficiência militar do ocidente europeu tem tido abjectos resultados políticos e indirectamente contribuído para a morte de bem mais de milhão e meio de europeus. Convém entretanto ir desde já percebendo que a Rússia não é o único inimigo da Europa livre - outras ameaças se preparam, a oriente. Suspeito, inclusivamente, que, daqui a uns anos, vamos ter saudades do tempo em que o único inimigo em acção era a Rússia...

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