FRANÇA - PAÍS RECEBE NOVAMENTE INDIVÍDUO QUE TINHA SIDO DEPORTADO PARA A ARGÉLIA
Dia 27 de Janeiro, dois advogados do influenciador argelino Doualemn contestaram a ordem de expulsão contra o seu cliente perante o tribunal administrativo de Paris, relata o Liberation.fr.
Doualemn Naman, conhecido como “Doualemn”, um trabalhador de manutenção de 59 anos e pai de dois filhos, foi preso em Montpellier em 5 de Janeiro após publicar um vídeo a pedir violência contra um manifestante anti-regime argelino. Ele foi expulso em 9 de Janeiro para a Argélia, apenas para ser enviado de volta para França naquela mesma noite. Foi então colocado num centro de detenção administrativa (CRA) e deve ser julgado em 24 de Fevereiro por “provocação pública para cometer crime”.
Os advogados de Doualemn entraram com um pedido de suspensão provisória, um procedimento de emergência para contestar a legalidade da ordem de expulsão assinada pelo Ministro do Interior Bruno Retailleau em 7 de Janeiro.
Marie David-Bellouard diz que este procedimento é permitido em “estado de emergência absoluto”, mas considera-o “ilegal” neste caso específico. Ela assegura que o seu cliente não tinha “nenhuma conexão com actos terroristas”, o que poderia ter justificado tal ordem, dizendo que os factos pertinentes ao seu caso “não são muito sérios”.
O Ministro Retailleau tinha criticado a Argélia por tentar “humilhar a França” ao enviar Doualemn de volta para Paris. A Argélia, enquanto isso, acusou o governo francês de “liderar uma campanha de desinformação, até mesmo mistificação, contra a Argélia”.
A equipa de Doualemn apresentou um homem “preso num vício diplomático e um tornado de média”. De costas para um tribunal lotado, com os olhos fixos no chão, o influenciador tentou defender-se, indicando que tinha “apagado o vídeo”.
“A minha vida está aqui. Sou pai de duas crianças e tenho um filho doente”, disse Doualemn.
A decisão do tribunal administrativo de Paris é esperada para breve.
Charles-Edouard Minet, representante do Ministério do Interior, disse que o caso “exige uma resposta rápida e firme em contexto extremamente preocupante”, acrescentando que os vários influenciadores argelinos que agora enfrentam acusações estão “claramente coordenados”.
O advogado David-Bellouard reagiu, dizendo que o Ministro Retailleau “está a tentar criar uma falsa comunidade de interesses” e “inflar” os factos.
No total, sete influenciadores argelinos foram presos por discurso de ódio e incitação à violência devido às suas publicações no TikTok.
As relações entre a França e a Argélia deterioraram-se desde o Verão passado, quando Paris anunciou o seu apoio ao plano de autonomia de Marrocos para o território disputado do Saara Ocidental.
O Parlamento Europeu também acaba de aprovar uma resolução exigindo que a Argélia liberte os críticos presos pelo actual governo, incluindo o escritor Boualem Sansal. O Parlamento Pan-Africano, por sua vez, condenou a interferência de Bruxelas nos assuntos internos dos Estados africanos, expressando “total solidariedade com o governo e o Povo Argelinos” e solicitando que o Parlamento Europeu “respeite o funcionamento das suas instituições, particularmente as instituições judiciais”.
O ministro do Interior, Bruno Retailleau, está a dizer que a França pode reduzir o número de vistos Schengen de curta duração emitidos para cidadãos argelinos até que o governo da Argélia pare de impedir deportações.
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Fonte: https://rmx.news/article/french-court-hears-challenge-to-algerian-influencers-expulsion-order/
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Estivesse o devido respeito nacional incondicionalmente imposto no ar em todo o território europeu e o fulano talvez não se atrevesse a ser tão «emocional» e extrovertido na expressão da sua indignação, independentemente do que possa estar a acontecer no seu país natal. É só mais um sinal da impunidade moral de não europeus em solo europeu. De resto, e no que diz respeito a do regime argelino, isso é lá com ele e sua gente, o que, entretanto, mostra que o contacto transfonteiriço entre a Europa e o terceiro-mundo facilmente importa para o espaço europeu a conflituosidade que frequentemente impera em paragens terceiro-mundistas.
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