PALESTINA - CONCERTO LGBT CANCELADO POR AMEAÇA MUÇULMANA

O concerto que deveria acontecer em Ramallah no fim-de-semana para a comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e queer (LGBTQ) foi cancelado após ameaças de activistas palestinos.

O cantor e compositor de Jerusalém Oriental e artista de vídeo Bashar Murad deveria apresentar-se no show, que estava programado para ser realizado no Centro Cultural Al-Mustawda3 na noite de sexta-feira.

Em 2019, Murad esteve envolvido com o Globalvision, um concerto alternativo que foi transmitido ao vivo simultaneamente com o Eurovision em Telavive. Após o show, Murad lançou um dueto com Hatari, a banda islandesa de techno-punk cujos membros desfraldaram um lenço palestino quando os resultados foram anunciados.

Em entrevista de 2021 ao site de notícias New Arab, Murad disse: “Crescendo, lutei porque sou palestino e depois lutei porque sou gay”.

"Quase não há representação queer, especialmente no Médio Oriente. Mesmo assim, nem sempre quero ser rotulado como artista queer ou palestino gay, porque no final das contas, sou humano."

Mais tarde, ele disse à BBC: “Eu estava orgulhoso dos tipos. Eles foram os únicos competidores que realmente fizeram uma declaração.”

Em vídeo postado nas redes sociais, um grupo de activistas é visto chegando ao centro onde o show deveria acontecer.

O líder do grupo, Yaman Jarrar, é filho do proeminente pregador do Hamas e figura do YouTube Sheikh Bassam Jarrar, famoso pela sua “profecia” de que Israel deixará de existir em 2022.

No vídeo, Yaman é ouvido a dizer às pessoas no centro: “Há um tipo chamado Bashar Murad que deveria dar uma festa aqui hoje. Bashar Murad é gay. Esta pessoa está proibida de realizar um concerto. Ele não nos representa nem a ninguém do nosso povo livre. Viemos aqui para aconselhá-lo de maneira respeitosa. Estamos a falar convosco de uma maneira agradável; não testem a nossa paciência. Qualquer um que se atreva a prejudicar a nossa religião estará a cruzar uma linha vermelha”.

Jarrar mais tarde publicou um post no Facebook no qual explicava porque decidiram, ele e seus amigos, impedir que o show acontecesse em Ramallah: “Enquanto os jovens de Jenin estão a sacrificar as suas vidas pela amada pátria, um grupo suspeito tentou realizar uma festa gay em Ramallah”, escreveu ele, referindo-se ao assassinato de três homens armados palestinos pelas IDF em Jenin na semana passada. “Um grupo de jovens que se preocupam com a sua religião e pátria foi ao local do show e informou aos organizadores da festa suspeita da necessidade de evacuar o local e respeitar o sangue dos mártires.”

Jarrar disse que ele e seus amigos ficaram “surprendidos quando alguns dos gays zombaram da nossa religião e jogaram lixo e pedras em nós enquanto fazíamos a oração da noite em frente ao centro”.

PA proibiu actividades LGBTQ

Em 2019, a Autoridade Palestina proibiu membros da comunidade LGBTQ de realizar qualquer actividade na Cisjordânia.

A proibição veio depois de o grupo de base Al-Qaws for Sexual & Gender Diversity in Palestinian Society planear realizar uma reunião para os seus membros na cidade de Nablus.

O porta-voz da polícia da PA, Luay Zreikat, disse que tais actividades são “prejudiciais aos valores e ideais da sociedade palestina”. Acusou “partes duvidosas” não identificadas de trabalharem para “criar discórdia e prejudicar a paz cívica na sociedade palestina”.

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Fontes: 

https://www.msn.com/en-us/news/world/palestinian-activists-ban-e2-80-98lgbt-party-e2-80-99-in-ramallah/ar-AAYBVNv?ocid=BingNewsSearch

https://www.jihadwatch.org/2022/06/palestinian-lgbt-party-called-off-after-jihad-threats?fbclid=IwAR3qsfknlSOSHTBp-Mzuygjr1sVHse3EUJUW_2tax8Q_DfWz0qcFkQjidWg

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Mais uma vez e mais outra, a tropa musla da Palestina, tão adorada pela Esquerda militante ocidental, mostra que caga de alto na chamada «interseccionalidade», nem sequer precisa de o disfarçar, sabe que vai continuar a ser apoiada por toda a Esquerda reinante no Ocidente...