quarta-feira, outubro 28, 2020

EMBAIXADOR DE FRANÇA DIZ QUE O SEU PAÍS É MUÇULMANO

Enquanto as palavras do presidente Emmanuel Macron em relação ao Islão geraram um conflito diplomático com a Turquia, o embaixador francês na Suécia, Etienne de Gonneville, rejeitou firmemente a ideia de existência do risco de conflito entre a França e o mundo muçulmano.
Na verdade, Gonneville foi mais longe ao classificar a própria França como um país muçulmano, em entrevista no domingo (15) à emissora nacional sueca SVT.
"Em primeiro lugar, a França é um país muçulmano", declarou Etienne de Gonneville. "O Islão é a segunda maior religião de França. Temos algo entre quatro e oito milhões de cidadãos franceses com raízes muçulmanas", destacou. O embaixador enfatizou ainda que é a "propaganda da Al-Qaeda" (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) que tem levado os muçulmanos a cometer actos terroristas, e não o Islão como tal.
Quando o entrevistador Anders Holmberg sugeriu que até mesmo os muçulmanos não radicais ficam ofendidos com imagens satíricas do profeta Maomé, o embaixador francês respondeu que essa é uma "questão complexa e moralmente ambígua".
De acordo com o embaixador, o tema principal da discussão é o terrorismo e não o islamismo, e enfatizar o contrário seria errado.
"Os média devem saber como abordar a questão do terrorismo islâmico, e não cair na armadilha da ideia de que isto ofenderia supostamente o Islão. O Islão é muito diversificado. Os que ouvimos agora estão a falar em nome desses grupos [islâmicos] radicais. Não devemos dar-lhes mais peso do que têm. São uma pequena minoria", afirmou o embaixador.
Macron age, o mundo árabe reage
O professor de história Samuel Paty foi decapitado num subúrbio de Paris por um homem de 18 anos de ascendência chechena, por mostrar algumas imagens satíricas do profeta Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão e liberdade de consciência.
O autor do crime foi baleado mortalmente por polícias no mesmo dia. Uma investigação sobre o homicídio está agora em curso.
O presidente Macron declarou imediatamente o que pensava, chamando o incidente cruel de "ataque terrorista" e incumbindo o seu governo de tomar medidas para erradicar a ameaça islâmica e aumentar a segurança.
No entanto, enquanto a França se mantém firme, exibindo as caricaturas nas cidades de Toulouse e Montpellier, com total apoio do presidente, os apelos ao boicote a produtos franceses espalham-se pelo mundo muçulmano.
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Fonte: https://br.sputniknews.com/europa/2020102716285049-franca-e-um-pais-muculmano-diz-embaixador-frances-na-suecia/

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Chega-se já ao ponto de no Ocidente haver quem em cargo de responsabilidade e representação ao mais alto nível sinta necessidade de declarar a pertença (parcial) de um país europeu ao Islão só para aquietar os ânimos, como que fazendo paulatinamente a vontade ao invasor.